Esmeralda María León era uma princesa em toda a acepção da palavra.
A menina recém-nascida, ainda toda vermelhinha dos primeiros momentos fora da barriga de sua mãe, já tinha algumas características que mostravam o quanto doce e angelical ela seria. Uma delas era o fato de que ela era calma, ignorando a óbvia animação de todos que estavam no entorno do quarto, onde a mãe, Dolores, repousava.
Dolores Escobar optou por um parto em casa, ao contrário das outras rainhas que na modernidade, foram para um hospital.
A explicação da jovem era simples:
- Eu queria a oportunidade da minha filha nascer num ambiente calmo e tranquilo, ao lado das pessoas que nos amam. - explicou a jovem, com uma das mãos junto a de Bruno, que não sabia se olhava para Lola ou a filha.
Esmeralda ainda estava com olhinhos entreabertos, se acostumando ao novo ambiente, mas dava para perceber que a menina teria olhos verdes, uma característica que não estava presente na família direta dos León, mas a outra Esmeralda, a rainha-mãe, comentou que...
- O pai de meu marido tinha olhos verdes. Ou seja, de alguma forma foi pulando entre a família.
- Não vamos nos esquecer de que olhos verdes são uma mutação genética.
- Começou a conversa da bióloga... - Eulalia Bergen, que conseguiu chegar até o Palácio de inverno em Calábria por meio de um jatinho, emprestado por Bento Menelik, aproveitou para fazer troça.
Frances deu a língua para a amiga, enquanto Carmen e Fernando estavam encantados pela menina.
- È una principessa... Calminha, não está estranhando nada. Quando Mari e Fernandito nasceram, odiavam tudo, choravam gritando, Dio Santo!
- Mas é óbvio, né amiga? Você e o rei são todos com essa personalidade de cavalo, claro que os filhos iam dar o coice também.
- Eu não sei se você esqueceu este detalhe, mas o duque e a duquesa de Aragón são os reis de Azzurro, não parceiros de bar, Bergen.
A voz que questionou os comentários espirituosos de Eulalia foi uma surpresa para todos ali. Ninguém imaginava que Esther Menelik acompanharia a babá para o nascimento de Esmeralda. Era até estranho vê-la ali, já que a duquesa não fazia parte do círculo de amizades de Lola, Carmen, Frances e Lália; mas havia uma energia inquieta em Esther que parecia completar de uma maneira curiosa a natureza extrovertida da babá.
Todos pararam para observar a interação das duas:
- Desculpa, mas eu sou amiga pessoal dos monarcas, frequento com regularidade o Palácio Real.
- E...? Você não tem o mínimo de decoro na presença de Leon IV. Isto aqui não é um boteco.
- De boteco você entende, né duquesa borracha...
- Você tem certeza de que é uma babá? Sua maturidade é a mesma de uma criança de cinco anos.
- Falou a pessoa adulta que precisa de uma babá para sobreviver. – sorriu.
- Falou a babá que aceita uma proposta do tipo.
- Esther, por 80 mil euros, eu aceito até injeção na testa. Não tenho culpa se não nasci num berço de ouro e rodeada de privilégio.
O início de confusão foi interrompido pela própria Dolores, cujo jeito calmo e gregário logo deixou a situação mais tranquila:
- Lália... Então, você será madrinha da nossa bambina, já está confirmado.
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A Duquesa (livro 3)
RomanceNo paraíso mediterrâneo de Azzurro, onde o mar é azul e as cidades possuem uma mescla de tradição e modernidade, Eulalia Bergen, mais conhecida como Lália, é uma babá requisitada na ilha de Axum, não apenas por sua competência e cuidado com as crian...