Destinos traçados

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Dezembro chegou e finalmente vamos reorganizar as publicações! \o/

No capítulo de hoje de "A Duquesa", Eulalia e Esther vão assumir o relacionamento e... este capítulo não vai terminar como começou.

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Esther não se recordava da última vez que tinha dado um beijo com tanta paixão. O que ela não imaginava era que a mesma sensação também era vivida por Eulália. Algo que, para as duas, parecia apenas uma mera troca de lábios, se tornou algo maior, porque Esther a abraçou, enquanto Eulalia respondia com uma das mãos em sua nuca, aproximando-se o máximo que podia da mulher à sua frente.

As duas pareciam envoltas em um mundo onde só elas existiam, apenas os toques e os abraços, a forma como Esther a envolvia, a maneira como Lália respondia fazendo carinhos em sua nuca; aquele mundo não poderia acabar, porque elas o construíram, e elas o manteriam.

Poderiam ser felizes ali, naquele pequeno instante, no quintal da casa dos Bergen em Santa Cecília, mesmo que o lugar de Esther fosse do outro lado do país, na ilha de Axum.

- Não... Não era o que eu imaginava... – Eulalia finalmente disse algo após custar muito a se afastar da duquesa. – Quando aceitei trabalhar ao seu lado...

- Nem eu... Nem eu esperava nada disso, mar... – a forma gentil como Esther dissera aquele termo de carinho em amárico arrepiou a pele da babá – E na verdade, eu não merecia... Fui uma mimada arrogante com você desde o começo.

- Ainda bem que você sabe, duchesi... – sorriu. – Muito chata e nariz em pé. – deu um selinho, fazendo Esther sorrir de volta. – Mas eu vi que você aprendeu a lição.

- Sou uma mulher inteligente, percebo quando erro e acerto.

- Você demorou um pouquinho!

- No fim das contas, deu tudo certo, mar. – Esther a beijou novamente, mais um selinho, se repetindo nas bochechas e depois no pescoço, até voltar aos lábios. – Agora, a gente tem que conversar com as famílias e resolver algumas questões...

Eulalia arregalou os olhos.

- Dio Santo! Não apenas meus pais, mas também...

A duquesa levou o dedo indicador para os lábios da jovem, como se pedisse para ela fazer silêncio.

- Tudo a seu tempo, mar. Okay? Tudo a seu tempo.

Os pais de Lália não estavam nem um pouco surpresos com aquela novidade.

- Eu sempre soube que na verdade você veio aqui para se apresentar como namorada da minha filha. - comentou Luciana. O marido, Hector, preparava a mesa do jantar, contendo vinhos e um suco de uva, a pedido da nora.

- Mas você sabe que meus filhos vão fazer várias perguntas e vários questionamentos sobre as suas intenções com mia bambina. Ela é uma principessa, e merece ser tratada como tal.

- Eu sei sim, Sr. Bergen. – Esther levou as mãos à frente do corpo, a aparência composta de quem queria agradar os sogros: a camisa social branca de botões, meio empresarial, e os cabelos soltos, penteados no meio.

Mas ela não deixaria de ser "Esther Menelik": então a minissaia era de látex, e usava uma bota ¾ de couro.

- É por isso que eu estou aqui para dizer não apenas que quero namorar Eulalia, mas nós pretendemos assumir este relacionamento de maneira pública porque eu sou uma pessoa pública.

Aquilo não deixou de surpreender a babá, que também ajudava o pai na arrumação da mesa. As duas tinham ventilado sobre o assunto na rede, no crepúsculo, mas ainda não tinham verbalizado as consequências disso. Assumir publicamente o relacionamento com Esther significava que ela entraria em conflito com Bento Menelik, que era seu patrão. Afinal de contas, Eulalia fora contratada para transformar Esther em uma duquesa adequada para ser esposa de uma nobre na Europa Continental.

A Duquesa (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora