Nasce uma estrela

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Em primeiro lugar, FELIZ NATAL GALERA! 🎅🎁🎄

Em segundo lugar, estamos chegando em reta final e daqui, teremos apenas dois capítulos para fechar "A Duquesa". Este é o antepenúltimo e teremos uma FESTA (E geralmente festas nesta coleção dão sempre pano pra manga)...

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As festas no Palácio Real de Azzurro eram conhecidas pelo fausto e em especial pelos grandes acontecimentos que já eram bastante comuns quando se tratava do rei Leon IV e sua família. Revelações de alcova, pedido de noivado, tentativa de atentado, tudo já aconteceu durante os bailes no Palácio, mas um baile de debutante era uma raridade.

As famílias reais Azzurrinas a partir de Aragón não tiveram filhos homens até o nascimento da pequena Mariam, que após séculos, era a primeira princesa "de sangue", não "de casamento" da família real – e o nome da criança, por consequência, se tornou uma escolha de "fechamento de ciclo". Em alguns anos, ela faria sua estreia na sociedade tendo as paredes do Salão Redondo como testemunha; mas tanto Carmen quanto Fernando tinham um baile em mente para acontecer um pouco mais cedo.

A tradição dos bailes de debutante em Azzurro era antiga, vinda mais precisamente das tradições espanholas dos Aragón. Siracusa e Axum não tinham costume de introduzir as jovens herdeiras em festas públicas; mas esse tipo de celebração acabou se tornando tão popular que até mesmo no interior ocorriam bailes públicos tendo o prefeito do município como anfitrião.

No caso de Eulalia Bergen, a situação era diferente: Lália tinha 30 anos, não foi debutante em sua adolescência, por sua família não ter dinheiro para realizar a festa ou ser da elite da cidade, debutando em alguma festa importante da sociedade. No entanto, a sua festa não seria como qualquer outra – tratava-se da apresentação de uma nova aristocrata, uma nova duquesa, a duquesa de Winter. Uma jovem solteira e, de acordo com o convite, em busca de pretendentes. Do sexo feminino.

Aquilo deixava bem manifesto para todos os convidados e convidadas que Eulalia Bergen era lésbica estava em busca de uma namorada, de uma futura esposa.

- Mas eu não escrevi nada disso, gente! – a jovem levou as duas mãos para cima, como se estivesse em sinal de rendição; mas na verdade, ela estava ajudando a modista no processo de colocar a roupa de Lália para o baile.

Alice Bergen, a mãe emocionada, variava entre dar indicações à modista; enquanto as amigas de Eulalia não pareciam muito preocupadas com o desespero de Lália.

- Na verdade, foi Fernando.

- Oi? Mas por que seu marido, o rei, decidiu virar escritor?

- Carmencita, Sua Majestade não pode atrapalhar minha carreira... – Dolores ficou meio amuada, e sua voz tímida e meiga deixava a reclamação pouco convincente.

Tanto que a rainha riu.

- Lolinha, Fernando não quer ser escritor, não se preocupe! Lália, ele escreveu esse texto porque precisava de um motivo para encher o Salão Redondo de gente para o seu baile!

De fato, a decisão tomada pelo rei fez com que o local do baile estivesse repleto de gente, tanto as mulheres solteiras interessadas em um relacionamento com a duquesa de Winter, quanto membros de famílias poderosas que queriam conhecer a aristocrata. A existência de Eulalia Bergen como amiga da rainha, madrinha dos dois casamentos reais e da filha da princesa Dolores já era de domínio público; mas não a versão nobre da babá – para completar, como as notícias do affair da jovem com Esther Menelik chegaram aos sites de fofoca em Santa Cecília, esperava-se alguma tensão quando a duquesa de Axum aparecesse e flagrasse a "ex" dançando com outra moça no meio da festa.

A Duquesa (livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora