Capítulo 6

3K 229 62
                                    

Olá!
Agradeço todos pelo comentário e por continuarem acompanhando esta história.
Sem delongas...
Boa Leitura!

.

.

.

.

Os primeiros raios de sol tocavam meu rosto nesta manhã. Ontem foi um dos melhores dias de minha vida, a chegada de Valentina parecia ter reacendido um sentimento de esperança e tranquilidade em meu corpo. Foi satisfatório observar que minha melhor amiga parecia não ter mudado seu espírito, apesar de todos os acontecimentos e afastamento familiar. Deixei a cama do quarto de hóspedes calmamente e me dirigi ao banheiro do quarto para iniciar minha higiene matinal. Enquanto encarava meu reflexo no espelho, notei que a pele de meu rosto ainda estava arroxeada e dolorida, o que implicava em lembranças do meu marido, este, ainda quieto e isto, me preocupava. Vesti um longo vestido de tecido confortável verde-musgo e uma simples sandália, sem esquecer de fazer uma maquiagem leve e esconder as marcas em meu rosto. Após arrumar minha cama, deixei o quarto com o objetivo de tomar um café da manhã reforçado para clarear as ideias de minha mente.

Conforme descia os degraus da longa escada, começava a enxergar a espaçosa sala de tv, cenário de uma divertida e engraçada "festa do pijama", promovida pela convidada italiana. Os sofás estavam afastados e o centro da sala era ocupado por dois imensos colchões, cobertores, travesseiros e ursos de pelúcia. Na mesa de centro, também afastada, estavam pacotes com doces, bolachas, biscoitos, copos e garrafas que serviram de recipiente para o chocolate quente que havia sido preparado. Brinquedos também faziam parte desta decoração festiva e junto destes, a câmera fotográfica de Valentina estava em cima de um dos móveis de madeira do ambiente. Os três ainda dormiam de maneira despreocupada com Valentina no centro do colchão e cada criança ocupando um dos lados de seu corpo, Aninha à direita e Léo encolhido em seu lado esquerdo do corpo. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios ao encarar esta cena, observar meu filho agarrado em sua camiseta de pijama e o braço de minha amiga segurando firmemente seu corpinho. Esta cena me trazia paz.

Caminhei até a cozinha e encontrei Duda sentada em um dos bancos da ilha central de mármore do cômodo. Nesta ilha central, estavam pães, suco, frios, bolo, frutas, café e iogurte, um banquete saboroso para nos manter dispersos. Busquei um copo e completei com suco de laranja, cortando um generoso pedaço de bolo de chocolate, movimentos que foram acompanhados pela morena sentada ao meu lado levando uma xícara de café aos lábios. Encarei seu rosto e ganhei um sorriso.

- Bom dia! Dormiu bem? – Disse com sua voz ainda em tom rouco.

- Bom dia! Dormi e você? – Perguntei em troca, ganhando um belo sorriso. – Surpresa por toda bagunça que sua cunhada pode causar? A sala está parecendo um cenário de guerra. – Sorri.

- Confesso que não imaginava esse lado "criança" e divertido de Valentina. Igor havia me contado que vocês aprontavam e muito durante a infância.

- Ele está certo...encontros para "festa do pijama" aconteciam todo final de semana, em alguns casos, dormíamos até sob a luz das estrelas no gramado de nossas casas. – Lembrar de toda aquela loucura que nossos pais passaram conosco, deixava meu coração preenchido por toda nostalgia.

- Que incrível! Apesar de toda bagunça e várias gramas de açúcar, nunca presenciei minha filha tão feliz e confesso que até mesmo Léo, estava radiante com essa brincadeira. – Realmente, as crianças ficaram enlouquecidas com a primeira "festa do pijama" realizada e meu filho parecia outra criança aos meus olhos.

- Fico feliz por meu menino. Sabe, sempre me sinto culpada por todo tratamento que Léo recebe de John ou melhor, não recebe. Durante todo dia e noite de ontem, ele não falou ou perguntou sobre o pai e nem ao menos questionou o motivo de dormirmos em sua casa. – Suspirei e deixei meu copo vazio de suco na ilha central. – Acreditava que o tratamento com nosso filho seria bem diferente do nosso, que o sangue falaria mais alto, mas, não parece ser tão importante.

Never Be The Same - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora