Olá!!!
Disse que não demorava em retornar...um capítulo com muitas entrelinhas e surpresas inesperadas.
Espero todos nos comentários!!
Boa leitura!.
.
.
.
Valentina POV
Estranho...era estranho estar nesta casa novamente depois de tantos anos. Foi nesta casa que vivi grandes momentos de minha infância, brincava neste gramado até a exaustão, saboreava a deliciosa torta de morango da matriarca Castelli, me divertia com as festas de chá da tarde com Sara e suas bonecas, trocava confidencias com Luiza e ouvia conselhos de seu grandioso pai. Situação esta última que não mudou, visto que estou dentro de seu escritório, pronta para uma interessante conversa. Seu escritório mostrava-se moderno comparado as lembranças em minha memória, sua mesa era repleta de porta-retratos com fotos da família e uma, em especial, me chamou a atenção. Nesta recordação em formato de foto, estava um cenário que parecia a antiga fazenda de minha família, Augusto estava sentado na grama com uma vara de pesca nas mãos, Léo estava ao centro com um boné na cabeça e meu pai com roupa de pesca ao seu lado, todos sorriam em direção a câmera. Chega a ser contraditório observar meu pai em uma foto, feliz em algo literalmente ligado aquilo que me expurgou de sua vida. Por anos, desejei que tivesse me apoiado como Augusto sempre apoiou os caminhos de suas filhas.
Augusto sempre foi um excelente ouvinte de minhas confidências, contava todo o meu dia no colégio para ele e as aventuras que vivenciava, os únicos fatos que deixei de compartilhar com ele foi minha vontade em seguir o ramo da fotografia e a paixão que nutria secretamente por sua filha. Durante meu processo de crescimento e amadurecimento, obviamente comparava posturas e posicionamentos de meu pai e Augusto, como era o acolhimento com os filhos e toda a conversa que envolvia paternidade e filiação. Por esta razão, antes de reencontrar minha família, precisava ter sua figura ao meu lado.
- Confesso que ainda não acredito que está presente em minha casa. – Augusto se aproximou com dois copos com licor, estendendo em minha direção para saborear este líquido ao seu lado. – Aquela garota sonhadora realmente desbravou o mundo, mas, acredito que o assunto que nos trouxe aqui, não são os relatos de suas viagens, estou correto?
- Prometo que irá ouvir sobre minhas aventuras, meus pulos de paraquedas e mochilão por toda Europa, mas existem outros assuntos de grande importância. – Bebi um pouco do líquido alcoólico, repousei o copo sob a mesa maciça de madeira e encarei seus orbes castanhos e curiosos. - Anos se passaram e às vezes tenho a sensação que nada mudou, ao mesmo, quando encaro meu irmão e Luiza com filhos e Sara no auge de sua juventude, percebo que tudo ganhou sua forma e caminho. Em meio as mudanças, me pergunto como estão meus pais...
- Realmente, muita coisa mudou, se transformou e outras, seguiram seu curso sem qualquer alteração. – Sorriu discretamente. – Seus pais são extremamente importantes para minha família, Valentina. Importantes, não apenas nos negócios, mas na concepção mais forte do significado de amizade. Encontrei no seu pai, um irmão que nunca tive, batalhador, honesto, dedicado, mas, muito teimoso e irredutível. – O homem diante de mim, colocou um pouco mais de licor em seu copo e bebericou rapidamente. – Seu pai ainda possui aquela "casca dura" impermeável, com a presença forte e imponente, assustando todos ao seu redor na empresa. Aninha e Léo são as exceções quando observamos momentos mais singelos.
- Me questionei inúmeras vezes como ele pode ter esta postura, quando meus avós são como um imenso recipiente de amores e demais sentimentos. Juntos, parecem fazer parte de um fácil jogo de sete erros. – Relatei em tom sarcástico.
- Um jogo de sete erros, o qual, o ponto em comum é o amor por você. – Essa frase teve um imenso impacto em cada fibra de meu corpo, chegava parecer uma realidade distante do que presenciei. – Vejo que minhas palavras tiveram efeito. – Ele me encarava com um sorriso divertido nos lábios. – Em sua mãe, percebi uma mudança. A mulher que se importava com as palavras das colunas sociais, hoje é uma avó dedicada e engajada em projetos sociais, convidou até mesmo minha esposa para todas as execuções. Sua mãe sempre esteve ao lado do seu pai, ajudando a manter uma chama humanizada acesa diante de todos. Apesar de todas as notáveis ou singelas mudanças, algo sempre faltou para ambos e sabemos bem qual é a resposta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Never Be The Same - Valu
FanficVocê acredita no amor? Segundo os gregos, o amor é um sentimento dos seres imperfeitos, visto que o amor deve levar o homem o mais próximo da perfeição, por esta razão, trata-se de um sentimento profundo direto do coração. A vida de Luiza e Valenti...