Never Be The Same - Valu

Capítulo 13

Olá!
Este capítulo fecha os vínculos do passado de Valentina e Luiza, com as pontas presas em amarras e o início de um novo paradigma.
Espero que curtam e comentem suas impressões.
Boa leitura!

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Valentina POV

O barulho do silêncio era ensurdecedor. Em frente aos meus olhos, estava uma mulher visivelmente cansada, ansiosa, nervosa e com o olhar entristecido. Esta mulher não se parecia com aquela figura que deixei para trás, quando decidi seguir os meus sonhos sem medo e receios, minha mãe emanava brilho, segurança, alegria e ferocidade, atributos dignos da matriarca da família Sartori. Durante minha infância, meu pai brincava conosco dizendo que nossos olhos verdes, extremamente parecidos, funcionavam como um espelho e que seríamos capazes de enxergar a alma e todas as dores que a outra sentisse por puro reflexo. Hoje, observando esta estranha e já não familiar figura, me questiono se ainda existe uma conexão entre nós. Observo Sônia se aproximar de minha mãe e abraçá-la fortemente, parecia sussurrar algo em seu ouvido em confidência e na sequência, foi a vez de Augusto conversar com ambas. Meus pensamentos são interrompidos, quando sinto Léo descer de meu colo e correr em direção aos avós, abraçando as pernas de minha mãe para, em seguida, descansar seu pequeno corpo em seus braços.

- Está tudo bem? – Luiza se aproxima silenciosamente e senta-se na cadeira ao meu lado, descansando sua mão esquerda sob a minha, em demonstração de conforto e carinho. Ela sabia que eram poucas as pessoas que me acalmavam e meu coração sempre seria dela. – Não deve ser fácil confrontar todo um passado durante um curto espaço de tempo.

- Não se preocupe...quando abandonei os planos de meu pai para o meu futuro, me aventurando em uma nova vida, sempre tive a certeza que não seria fácil qualquer reencontro, seja com minha família e até mesmo com você. – Ela olhou para o meu rosto com pesar e depois para o anel dourado que ainda ostentava. – Não fique assim... – Levantei seu rosto com as pontas dos dedos e sorri em segurança. – Apesar dos anos perdidos, estamos todos juntos agora e como já lhe prometi, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para sermos felizes.

- Você não existe, Valentina. – Luiza aproximou seu rosto ao meu e beijou minha bochecha longamente, acelerando meu coração em batidas ritmadas e rápidas. – Acredite, você já me faz imensamente feliz por nos amar intensamente com seu nobre coração. Agora, desejo que também seja feliz e sei, que isso só será possível com a resolução do passado com seus pais. – Juntas, direcionamos nossos olhos para nossos pais e vejo minha mãe entregar Léo aos Castelli, essa movimentação me certificou que era o momento de conversarmos finalmente. – Diga tudo o que sente...estarei aqui se precisar.

O casal Castelli e minha mãe se aproximaram de nós, obrigando-nos a deixar nossas cadeiras e encará-los sem qualquer temor, receios ou medo, mesmo que estas sensações estejam destinadas exclusivamente para o meu estado de espírito. Desviava o olhar propositalmente de minha mãe, dedicando minha atenção apenas para Léo que nos observava com curiosidade. Senti Luiza abandonar minha mão e pegar o filho em seus braços, que agarrou seu pescoço com um sorriso sapeca.

- Mamãe...A vovó Catarina e a tia Valentina têm os mesmos olhos! – Exclamou abismado e chocado com sua descoberta.

- Sim, meu amor...elas têm os mesmos olhos, sabe por quê? – Questionou Luiza ao filho, que desfrutava de suas palavras como um bálsamo de sabedoria. – Porque a vovó Catarina é mamãe do tio Igor e também de sua tia Valentina.

- Mamãe da tia Valentina? – Léo olhou para ambas novamente e deixou o último olhar em minha mãe. – É verdade, vovó? A senhora é mamãe da tia Valentina?