- Poderia ser esse pudim mas, jesus, olha esse bolo. Tá, é.. - Lizandra pensa. - Um pedaço daquele bolo e um café para comer aqui mesmo. - Deu-me uma olhada de como falasse "e você?".
- Certo.. - O atendente falou indo pegar o pedaço de bolo e fez uma careta para mim, disfarçando segundos depois. - O senhor não vai querer que deixemos na sua sala?
- Hum.. Não, hoje vou comer aqui. - Passei a mão por minha nuca, eu nunca tinha parado para ver o atendente, prestado atenção. Tenho certeza que já estudei com ele e não temos um passado muito legal. - O de sempre, por favor.
- Claro, senhor. - Seu "senhor" saiu de um jeito debochado e apenas desviei o olhar para Lizandra que estava encantada com o bolo.
Dei um passo para seu lado e abaixei o rosto até minha boca se aproximar de sua orelha.
- Podemos comer na minha sala? - Sussurrei e ela arregala os olhos segundos depois, ajeitando uma mecha atrás da orelha.
- Por que? Já estamos aqui. - Cruza os braços forçando-se a não olhar para mim. Eu não estou entendendo, será que eu falei algo ruim?
- Grosseira. - Fiz careta. - Certo, então escolha uma mesa pelo menos. - Levei na ironia. Essa garota é estranha.
Ela foi em direção de uma mesa e eu disse que ficaria esperando os pedidos. O atendente coloca o prato com o bolo e dois cafés na minha frente.
- Deu dezesseis reais. - Falou e peguei o dinheiro no meu bolso, entregando. - Eu não sabia como a garota queria o dela, fiz igual o seu.
- Sem problemas. Obrigado. - Peguei a bandeja e fui em direção à mesa. Duas pessoas se oferecem para levar para mim e recuso.
- Não quer mesmo senhor? Parece tão cansado. - Uma senhora fala e recuso educadamente.
- Obrigado senhora, eu consigo levar, não se preocupe. - Acenei para ela com a cabeça e finalmente cheguei à mesa, deixando o bolo e o café na frente da garota.
- Valeu. - Olhou para mim de um jeito arrogante quando me sentei.
- O que foi? - Peguei a xícara e bebi o café.
- Esse é o seu "o de sempre"?
- É.
- Parece que você passa fome. - Levantei os ombros.
- Não gosto muito da comida daqui, se eu tenho fome eu como fora.
- Fresco. - Resmunga fazendo cara feia e dou um sorrisinho, bebendo meu café.
- Eu ouvi.
Não passamos mais de dez minutos sentados, Lizandra devorou o bolo.
- Como que você não gosta da comida daqui? Esse bolo é incrível. - Me olhou indignada limpando o canto da boca e desviei meu olhar para exatamente seus lábios.
Espremi meus olhos por pensar demais sobre beijar ela novamente e levantei, pegando a bandeja com os pratos e xícaras.
Levei para o balcão novamente e o atendente me olhou do mesmo jeito, talvez até com raiva.
- Obrigado, senhor Alencar. - Pegou a bandeja, em seguida apoiando o queixo na mão, inclinado-se para minha direção. - Como está Cassandra, inclusive?
[...]
Lizandra.
Me assustei com o som de algo sendo quebrado.
Me assustei mais ainda vendo Micael daquele jeito.
Os seguranças correram para socorrer o atendente simpático, eu me levantei e me dirigi em passos apressados até Micael.
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Mais Que Um Contrato
Roman d'amourLizandra (Liz) vem de uma família que sempre passou por problemas financeiros. Mesmo com dificuldades em manter um equilíbrio entre ajudar os pais com algum sustento e estudar seu curso de direito, Liz tentava e fazia de tudo por seus pais, pois sab...