13

4 0 0
                                    

Odeio quando me avisam para fazer algo encima da hora.

Eu sou extremamente organizada, foi assim que conseguia trabalhar, estudar e cuidar da casa durante o dia todo.

Agora eu estava tentando fazer um penteado diferente no cabelo. Acredita que aquela desgraça da mãe do Micael disse na minha cara que eu estava sem graça nas câmeras? Quase voei na cara dela.

Saíram cedinho as revistas com a minha cara e a de Micael naquele restaurante chique que fomos (antes de fugir e comer pizza) por todo o lugar.

Micael era incrivelmente fotogênico e até parecia interessado de verdade em mim.

Mais cedo, no café da manhã, conversamos sobre a revista, a mãe de Micael nos perguntou inúmeras vezes como foi o jantar e depois me destroçou dizendo que eu estava sem sal, que precisa me arrumar mais blá blá blá.

Que raiva dessa mulher viu.

Agora, eu estava me arrumando para ir. Segundo o planejamento, eu apenas iria ficar sentada por horas naquela sala enquanto Micael trabalhava na minha frente. Ou seja, tinha que ser uma roupa confortável.

Deus me livre me arrumar para ficar sentada.

Vesti uma calça jeans de lavagem clara junto com um cropped florido (pobre só uma blusa com flor) com detalhes que pareciam de um corset.

Calcei um tênis limpo e decente, branquinho que nem nuvem. Fiz um coque arrumado e arrumei uma mochila pequena com dois livros, material da universidade e meu celular.

Descobri, enquanto me arrumava, que tinham jóias na penteadeira do meu quarto. Aquela senhora se preocupa com tudo mesmo.

Coloquei diversos acessórios mas sem exagero.

Saí do quarto bocejando e avistei Micael andando para lá e para cá ansioso.

- Que foi menino? - Ajeitei a mochila nas costas e ele se sente aliviado ao me ver.

- Graças a Deus, vamos logo. - Pegou minha mão e direcionou para fora de casa, até o carro.

Ele estava com, novamente, uma camisa social. Ainda assim, ficava um bonitão.

Usava um cinto com detalhes dourados e sua calça era daquelas de alfaiataria mais soltinha, sempre com seus cabelos encaracolados bagunçados.

Essa roupa tá boa? Se não agradar sua mãe, eu trouxe um vestido na mochila. - Fui irônica e ele deu um sorriso, ligando o carro.

- Está boa, relaxa. Saí de casa logo para não ouvir mais minha mãe reclamando de você e falando sobre como devo me portar perto de você. - Começou a dirigir e segurei a risada. Confesso que estressado ele ficava um pouquinho mais atraente.

- Então. - Falei após uma pausa na conversa. - Eu literalmente vou ficar sentada o dia inteiro.

- Exato. - Continuou olhando para a rua.

- Ótimo, vai ser fácil. - Me cortou quase no final.

- E vamos ter que nos.. - Nossas palavras se atropelam ao mesmo tempo e ele para num sinal vermelho, bruscamente.

- Espera, o quê? - Meus olhos mostravam desespero. Ele não deve estar falando sério.

- Beijar. - Completa, mas fica confuso com minha expressão.

- Certo, não me falaram dessa parte. - Respirei nervosamente me encostando no banco do carro, batucando minhas unhas na lateral.

- É só um beijo. Até parece que nunca beijamos outras pessoas. - Ironizou mas seu sorriso desaparece vendo meu leve desespero. - Espera, você nunca beijou?

Mais Que Um Contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora