Capítulo 13

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Depois da discussão pela manhã, Leyla se sentiu reprimida e chateada, as últimas palavras de Ron não a confortaram, sentiu que aquela obsessão por ela estava passando dos limites e que tão cedo suas atitudes não mudariam. 

Sozinha em seu quarto pensou muito em si mesma, se culpava por estar onde estava, pelas atitudes de Ron, por medo do futuro e até por querer voltar para casa. Se perguntava o que seria sua vida daqui alguns meses, e depois um ano, já que faziam apenas três meses desde que assinaram o contrato, será que ele a deixará ir embora? Há alguma possibilidade de o amar verdadeiramente? Eram tantos questionamentos que sua cabeça já estava agitada, e já era noite, passou o dia trancada, imaginou que todos estariam dormindo e resolveu sair.

Era uma e meia da manhã, sem sono foi até o jardim respirar, chegou até suas flores e acariciou algumas enquanto fingia estar conversando com elas, as vermelhas que estava acima ela as batizou de Hades e as brancas que estavam em baixo de Perséfone, estava comparando sua história de amor com a dela e de Ron, conturbada, injusta e com ele acima de você, impondo regras, detendo todo o poder. 

Ela observava também o céu, Leyla era uma amante das estrelas, não por acreditar em signos, mas sim na grandiosidade dos corpos estrelares, identificava as constelações e passava horas olhando para o céu, e assim também fez naquela noite, se deitou em uma cadeira no jardim e olhou apenas para cima, tentou esvaziar a cabeça e se acalmar, sentindo a brisa da madrugada.

De longe, da cozinha, Ron a observava. Desde o momento que foi para o jardim até quando se deitou na cadeira percebeu seu estado, e apesar de odiar admitir a si mesmo, sabia que era por culpa dele. Jogar suas palavras daquela maneira para ela foi um erro, seu coração estava pesado e sua consciência o perturbava, mas o pior é que não sabia como pedir desculpas, se aproximar ou tentar conversar talvez fosse pior. Virou-se e foi para o quarto.

 
Uma hora havia se passado desde que voltou a se deitar, mas apenas rolou na cama sem sono, então decidiu voltar a cozinha, e ao chegar percebeu que Leyla ainda estava deitada na cadeira, aparentemente dormindo desta vez. Não queria incomodá-la, mas a noite estava fria, segundo ele, com muito cuidado se aproximou, a encarou por longos minutos, admirou seus olhos, boca, cabelo e se perguntava como poderia ser tão linda, como uma mulher poderia fazê-lo se apaixonar sem nunca o ter tocado, nem mesmo um beijo, esses questionamentos o deixavam ainda mais fascinado. 

Depois de algum tempo ali, a chamou, mas sem sucesso de fazê-la acordar precisou carregá-la no colo até o quarto. Apesar de parecer estar em um sono pesado, teve muito cuidado ao pegá-la, subiu as escadas e a colocou na cama, ajeitou os lençóis e o travesseiro, botou seus cabelos para trás e a cobriu. Da porta Aisha observou tudo, desde que entrou no quarto até quando se abaixou ao lado da cama por um tempo, seus olhos se encheram de felicidade ao ver aquela cena, mas antes que pudesse vê-la, ela foi para seu quarto, em seguida Ron foi para o seu.

No outro dia, Aisha acordava Leyla com um bom humor.

- Bom dia flor do dia. - Disse Aisha ao entrar no quarto de Leyla abrindo as cortinas.

- Espero que seja bom mesmo Aisha. - Leyla falou meio desanimada.

- Será sim. - Aisha falava com um pequeno sorriso no rosto.

- Espera, por que está rindo? - ela ficou calada. - Aisha?

Quando se deu conta de que estava na cama, ficou sem reação por alguns segundos, como havia acordado em sua cama se tinha adormecido da cadeira do jardim? Não era sonambula para ter ido sozinha até a cama, Aisha não daria conta de carregá-la.

- Ron!

- Quer que eu o chame? - Aisha perguntou.

- Não. - Leyla saltou da cama, olhou suas roupas e especificamente sua calcinha. - Ele me trouxe até a cama ontem à noite.

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