Capítulo 18

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Leyla se levantou bem cedo para se arrumar e ir para empresa, enquanto terminava de se vestir ouviu vozes vindo da sala, principalmente uma feminina, a mulher parecia não parar de falar, então desceu para ver o que estava acontecendo, quando chegou na porta da cozinha se deparou com duas mulheres novas, vestidas com roupas pretas, carregando algumas malas, um chihuahua cor creme que corria pela casa com uma coleira rosa e uma senhora de cabelos grisalhos, bem vestida e com um copo de água na mão, estava de salto alto e carregava um casaco no braço, quando a mulher viu Leyla falou bem alto entonando seu sotaque britânico:

- Querida, por onde andava? Seus funcionários estão me enlouquecendo desde que cheguei, achei que iria me recepcionar. - A mulher falava enquanto se abanava com um enorme leque preto.

- O que está acontecendo aqui? - Leyla questionou sem entender a situação.

- Você é Leyla, certo?

- Sim... - Ela respondeu desconfiada - e a senhora é...?

- Olenna, mãe de Ronald, achei que ele já a havia contado. - Dona Olenna se aproximou e pegou na mão de Leyla. - Vim conhecê-la, minha nora.

- Mãe de Ron... - Leyla ficou surpresa por alguns segundos - perdão, mas Ron não-

- Não contou que eu vinha, sim, claro, isso é bem a cara de Ronald. - Olenna a interrompeu subitamente. - Ultimamente ele anda tão ocupado que esquece até da própria mãe. - Ela fez uma expressão de desdém.

- Tem razão sobre o trabalho. - Leyla deu um sorriso sem jeito.

- Você é tão bonita, para os padrões brasileiros está perfeita para uma britânica. - Ela a elogiava entonando seu sotaque tradicional.

- Levarei como um elogio, obrigada. - Leyla respondeu sem jeito.

- E é, não me admira que Ron atravessou o oceano e a trouxe do outro lado do mundo apenas por capricho... capricho e elegância - ela se inclinou para perto de Leyla - esses homens árabes são tão arrogantes que seu ego mal cabe em suas mansões de centenas de metros quadrados. - Ela estendeu a mão e apontou. - Menina me traga um chá gelado - ela chamou uma das moças que a acompanhava - você mesmo de cabelo curto, como é seu nome?

- Gina senhora. - A moça respondeu baixo. - E ela se chama Polly.

- Sim claro, uma americana e uma conterrânea, a partir de hoje quando quiser chamá-la irei dizer "onde está a americana?" para ver se dessa vez consigo diferenciar. - Ela se abanava com o leque.

- São suas secretárias? - Leyla perguntou curiosa.

- São minhas babás - disse com ironia e em seguida levantou a cabeça como uma expressão de desprezo - Ronald insistiu para que eu as contratasse para me acompanharem onde for, eu não quis, mas ele insistiu tanto que aceitei para que ele não tivesse que me pagar um psicólogo também, estava me deixando louca, onde já se viu uma mulher na flor da minha idade precisar de concubinas.

- Ele realmente sabe como convencer alguém. - Leyla concluiu e fez a sogra rir.

- Graças a Deus Ronald tomou jeito, já estava na hora de casar e deixar essa vida corrida de lado, preciso que ele me dê netos. - Leyla quase se engasga ao tomar o café, logo depois sorriu com os olhos, mas abaixou a cabeça mudando de expressão.

- Tenho certeza que queria que ele se casasse não só por causa dos netos. - Leyla a olhou como quem esperava uma resposta.

- Tem razão, ele precisava parar de agir como um adolescente, ainda me deu muito trabalho depois dos dezoito, acredite. - Tomou um gole do chá. - E você querida, como se sente depois de tanto tempo aturando esse brutamontes? Sabe, eu olho pra você e não consigo imaginar ele te contrariando, tem cara de quem é bastante pulso firme, estou errada?

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