Âme Sœur (Nosh)

Mon âme sœur

Josh e eu estávamos certos sobre Oliver e Candice. Eles realmente são alma gêmea um do outro. E eles foram mais rápidos que eu e Josh para descobrirem, já que estavam juntos uma semana depois de irmos para a Grécia. Mas é engraçado, porque os dois são jovens e vivem se bicando, de uma forma que eu e meu marido não fazemos mais. 

Sim, nos casamos! E agora estamos em nossa lua de mel na França, onde tudo começou.

— Esse lugar continua imundo! — Josh reclama, apontando para os ratos e eu reviro os olhos. — Por que nossa lua de mel não foi, sei lá, no Japão?

— Porque se não fosse esse lugar, não teríamos nos encontrado. 

— Não acho isso. — Para de andar, me fazendo parar também e olhar para ele. — Eu acho que encontraria você em qualquer lugar. Afinal, nós estamos ligados por um fio vermelho. — Sorrio.

— Mas como você me convenceria que eu era sua alma gêmea?

— Você também saberia, porque nosso coração bate no mesmo ritmo. — Coloca a mão no meu peito. — Ok, isso foi brega, né? — Assinto, ao mesmo tempo que sorrio. Meu marido, mesmo me irritando na maior parte do tempo, é a pessoa que eu mais me sinto sortudo por ter ao meu lado. Eu o amo muito!

— Você está reclamando da França, então quer dizer que você não quer voltar naquele vinhedo? — Levanto uma sobrancelha.

— Ah, não, amor! Eu quero muito voltar naquele vinhedo e te fazer pagar por aquele dia. — Sorri malicioso, aproximando o rosto do meu. — Eu quero te comer no meio dos parreirais de uva, enquanto você geme manhoso e eu xingo você em uma língua nova.

— Italiano? — Ele assente e eu sinto o meu interior se aquecer. A real é que eu descobri que não era só o francês, eu tenho fetiche com o Josh me xingando em qualquer língua. Talvez por essa coisa de almas gêmeas e tal.

— E avrai il miglior orgasmo della tua vita. (E você vai ter o melhor orgasmo da sua vida.) — Merda! Estamos no meio da avenida principal de Paris e esse maldito já está me deixando excitado.

— Para com isso!

— Come mai? Per me torneremmo subito in albergo. (Por que? Por mim voltaríamos imediatamente para o hotel.) — Eu não sei o que ele falou porque não sei quase nada de italiano, mas certamente ele está me provocando.

— Droga! — Pego a minha garrafa de água na sacola e bebo tudo rápido, para tentar fazer com que eu não fique excitado.

— Estamos de lua de mel, mon amour! Vamos voltar para o hotel e amanhã viajaremos para o vinhedo. Eu realmente não quero ficar no meio desses ratos nojentos. — Respiro aliviado quando ele fala inglês. Josh segura minha mão e olha para mim fazendo beicinho. — Vamos transar o dia todo hoje, por favor!

Acabo rindo do pedido dele. — Só se você me prometer que um dia iremos para a Itália. — Ele sorri malicioso e assente, me beijando e me puxando para voltar para o hotel.

É, eu sou casado com um louco que adora me constranger, mas eu amo tanto ele, que simplesmente mudei minhas convicções de vida. 

Se alguém me disse naquele tempo, quando meu chefe pediu para ajudar no casamento, que daquela viagem eu sairia com uma alma gêmea e de quebra um encosto para o resto da vida, eu não acreditaria. Eu certamente chamaria a pessoa de louca, porque para mim aquilo não existia e era impossível acontecer comigo.

No dia que eu conheci Josh, eu percebi que estava errado, mas tive medo de assumir para mim mesmo. Eu inventei desculpas e duvidei dos sinais. Mas eram tão intensos que não consegui esconder mais.