Tu vas faire de ma vie un enfer

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A cerimônia realmente foi linda. Taylor estava maravilhosa e eu consegui perceber o amor entre eles. Talvez por agora acreditar nisso, eu consegui perceber que eles também estão ligados pelo fio vermelho. 

— Olha só, o cara que não acredita no amor tá chorando na valsa dos noivos. — Josh debocha ao meu lado. É normal querer socar a cara da sua alma gêmea?

— Cala a boca! — Falo entredentes, secando algumas lágrimas.

— Você está muito agressivo, vamos dançar.

— Não! — Ele fica de pé e estende a mão para mim.— Eu disse que não, Josh! 

— Você vai deixar seu namorado dançar com qualquer outra pessoa? — Dou de ombros. — Vamos, mon amour! Por favor!

— Eu não gosto de dançar.

— Que saco… — Vira o olhar para a pista de dança. — Oh, o Kevin, primo da Taylor, também está sem acompanhante. Vou chamar…

— Vamos logo dançar nessa merda! — Me levanto e vou com ele até a pista de dança, que tem um sorriso presunçoso nos lábios. Eu odeio esse sorriso dele.

— Que fofo você com ciúmes! — Faz biquinho, apertando minhas bochechas. — Quem é o petit do Josh?

— Nossa cara, por que justo você é a minha alma gêmea? — Reclamo e ele ri, segurando minha cintura e minha mão para dançar. Eu seguro o ombro e a mão dele para dançar, acompanhado os passos de valsa dele. Pelo menos meu namorado é dançarino e não vai me deixar passar vergonha.

Apesar de ainda ser estranho para mim em alguns momentos, não é totalmente. Hoje eu percebo que desde o início eu soube que estávamos ligados. A forma como eu me senti quando nossos olhares se encontraram pela primeira vez, o arrepio que correu meu corpo quando tocamos nossas mãos, o coração acelerado, a dificuldade para respirar por ele estar próximo, o enrubescimento quando ele flertava comigo, as borboletas no estômago, o ciúmes, o desejo ardente como fogo, os fetiche idiota por ele falando francês, a vontade de chorar junto com ele, eu sentir tudo que ele sente...

E eu estou sentindo a felicidade dele, porque não cabe dentro dele, nem de mim.

— O que está pensando? — Pergunta.

— Em como acontecemos. — Ele sorri e me dá um selinho, abraçando o meu corpo e encostando a cabeça no meu peito. — Eu recebi todos os sinais antes, mas ignorei por medo.

— Eu nunca vou te deixar, Noah! Eu sei que esse é um dos seus medos, mas você não precisa ter esse medo comigo. — Fala contra o meu peito. — Eu sempre vou estar do seu lado.

Mas eu não vou estar ao lado dele, porque eu vou para Nova York. Ele não sabe ainda, mas isso não tem como dar certo.

Afasto ele, que me olha sem entender. — Eu vou para Nova York. 

— Eu sei. — Dá de ombros. — Taylor já me contou que o marido dela te deu essa promoção e eu estou muito orgulhoso de você.

— Você não vê o problema?

— Que problema, Noah? Você vai para Nova York, nossa! Uau! Eu hein! — Reviro os olhos para a ironia dele.

— Fica do outro lado do país. 

— E? — Ele tá brincando com a minha cara? — Espera aí… Você está falando de mim?

— Sim.

— Ownt, que namorado fofo que eu tenho! — Aperta minha bochecha de novo. Sério, eu vou matar ele uma hora! — E desligado!

— An?

— Noah, eu moro faz seis meses em Nova York.

Não! Eu fiz de novo???? QUANDO EU VOU PARAR DE SOFRER POR ANTECIPAÇÃO??????

— Eu achei que você morasse em Los Angeles… Você é colega da Taylor! — Argumento. 

— Eu era colega dela. — Ri, colocando a mão no meu rosto. — Oh, mon amour! Eu abri minha própria companhia de dança em Nova York e moro lá.

— Então vamos morar na mesma cidade?

— Por mim a gente já morava junto, mas eu te conheço e sei que isso é um passo enorme para você. — Assinto. — Viu, eu te conheço! Então vamos morar no mesmo prédio.

— Não dá pra ser na mesma rua?

— Não! Vamos ser vizinhos mesmo.

— Você vai fazer da minha vida um inferno.

— Você também já me conhece, que fofo! — Esse deboche dele sempre me faz amar e odiar ele, mas dessa vez eu tô muito feliz para ligar para isso.

Âme Sœur (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora