Ouvi falar que não ter redes sociais no século 21 é coisa de psicopata, eu só gosto do anonimato. Por exemplo, se você procurar por Troy Austin no Google, você achará inúmeros, mas nunca ME encontrará. Eu tenho 25 anos e acho a internet uma merda, é só jogar o nome na barra de pesquisas que você encontra até o endereço das pessoas, isso é preocupante.
E foi assim que eu descobri que você se mudou faz menos de 1 ano para Califórnia, você era de uma cidade pequena em Londres, sua irmã, Gemma, era a única funcionária de sua mãe e foi por isso que você veio para cá. Graças ao seu perfil nada discreto no Instagram, eu conheci Nate, seu ex namorado que agora é seu amigo próximo, próximo demais. Nate é o típico padrão londrino, alto e branco, o cabelo loiro todo jogado para um lado só e é filho de empresário. Ele não parece fazer o seu tipo, eu poderia fingir que não, mas estou curioso para saber o motivo do término. Se ele tivesse te magoado, vocês não seriam amigos, seriam?
Seus amigos mais próximos são Niall Horan, um loiro irlandês cujo perfil é um fã clube para a cerveja Guinness, vocês são amigos de infância e você deu o seu primeiro beijo com ele, que gracinha. E tem a Cara Delevigne, uma modelo um tanto quanto famosa e blogueira nas horas vagas, vocês se conheceram assim que você se mudou para cá, ela que te apresentou a cidade e te mostrou a casa onde você está morando agora, agradecerei ela em algum momento por isso.
Fecho o notebook o largando novamente em cima da mesinha de centro e ouço minha barriga roncar. Vejo as caixas vazias de pizza dos últimos dias em cima da mesa, me dando conta que eu não comprei absolutamente nada para comer além de pizza barata e de procedência duvidosa. Tateio as mãos no bolso conferindo se estava com minha carteira e minhas chaves, saio de casa e entro no meu velho Jeep, companheiro de anos, indo fazer umas compras. Não digo que será uma compra saudável, mas não será pizza.
Chegando ao mercado, noto o estacionamento vazio e facilmente encontro uma vaga. Estava frio e só o meu moletom cinza não estava dando conta, o meu nariz ardia a cada vez que o vento gelado batia contra meu rosto. Entro no estabelecimento fazendo um sininho tocar, e respiro fundo sentindo meu corpo se aquecer minimamente por conta do ar ligado, pego uma cestinha e caminho pelos corredores pensando em coisas rápidas e fáceis de se fazer na cozinha.
Pego uns pacotes de macarrão instantâneo e não consigo pensar em mais nada que eu consiga cozinhar além disso. Vou para a seção de frutas e verduras já sabendo que só pegaria umas uvas e morangos, os coloco na cestinha e ouço o sininho tocar, viro meu rosto em direção a porta e-
PUTA QUE PARIU, isso não estava nos meus planos. Ele caminha em direção às frutas com um sorriso no rosto enquanto conversa com uma funcionária e enche sua cesta com morangos, kiwis e até um pote de cereja em conserva e então...
Olá, você. Você caminha devagar, mas seus cabelos longos e soltos mostram que você gosta que te observem. Sua camisa branca aberta, deixa à mostra algumas tatuagens no seu peitoral. Sua voz é lenta e calma, você gosta de ter a atenção para você. Você gosta de ser notado, você quer que EU te note-NÃO, não, não. Eu mudei, eu não sou mais assim, eu sou uma pessoa melhor agora. Eu estou me dando uma nova chance, você não vai me distrair. E para eu conseguir isso, eu preciso ficar o mais longe de vo-
– Ei estranho, acha que esse pêssego parece uma bunda?
O que? Ele estava parado a poucos metros de mim, com um pêssego na mão me olhando fixamente, ele realmente queria uma resposta.
– Na minha concepção, todos os pêssegos se parecem com bundas.
Falo simples devolvendo o olhar fixo à ele, ele sorria demais e deixava à mostra duas covinhas enromes em suas bochechas. Olhos verdes...– Tenho que concordar com você.
Ele diz enquanto colocava alguns pêssegos na sacola em sua cestinha, ergue um em minha direção e eu nego rapidamente.
– Agradeço, mas não sou muito fã de pêssegos.
Ele estava flertando comigo? Não, não, ele só está sendo gentil, pessoas podem ser gentis, Louis.– E é fã de bundas?
Franzo o cenho ao ouvir sua pergunta e ele sorri divertido guardando o pêssego no lugar.– Relaxa, eu estava brincando. A propósito sou Harry, Harry Styles.
Ele diz estendendo sua mão para mim. A voz dele é mais gostosa de perto, porra, Harry, não.– Sou o Troy, Troy Austin. É um prazer, Harry.
Levo minha mão até a sua o comprimentando com um sorriso simpático.– Apenas uva e morango para você? Acha que vai compensar pelos 6 pacotes de miojo?
Ele diz divertido olhando minha cestinha enquanto caminhamos até o caixa.– Eu espero que compense, pois é o que vou comer o mês inteiro.
Ele está passando as compras dele, e eu não consigo não reparar. Ele é grande, pernas grossas usando um jeans rasgado no joelho todo surrado e uma bota marrom que parece muito usada. Começo a passar minhas coisas no caixa atrás dele e ao terminar, ouço ele falar algo que não entendo muito bem.
– Desculpa, falou comigo?
Pego minhas sacolas e ele faz o mesmo, caminhando ao meu lado para o estacionamento.– Perguntei se você mora aqui por perto.
Ele abre o porta malas do VOLVO preto dele e guarda suas compras enquanto eu apenas o assisto cuidadosamente.– Moro à umas duas quadras daqui, me mudei recentemente.
Começo a me mexer para não ficar estranho demais e guardo minhas coisas no banco traseiro do Jeep. Me encosto na porta do meu carro acendendo um cigarro e observo ele franzir o cenho em desgosto.– Então a gente vai acabar se esbarrando mais vezes, se os quilos de miojo e cigarro não te matarem antes.
Eu sorrio divertido com seu comentário e abro a porta do motorista já entrando no carro.– Até mais, Harry.
Ele sorri ao entrar no carro e acena em minha direção quando dá a partida, saindo do estacionamento. Respiro fundo dando um trago no cigarro e pelo retrovisor percebo que ele fez o caminho contrário à sua casa, dou partida no carro com o cigarro entre os lábios e sigo na mesma direção que ele. Eu estou cuidando de você, percebe? Eu me preocupo com você, Harry.Quando percebo o carro dele diminuir a velocidade até parar, observo melhor o lugar e enfim vejo a floricultura de sua mãe no outro lado da rua. Espero ele entrar e desço do carro vestindo o meu boné preto da Adidas, dou mais um trago no cigarro e caminho para um pouco mais perto da floricultura, mas não perto o suficiente para ser pego.
A mulher que reconheço como Anne, está abraçada com outra mulher, Gemma que está... chorando? Anne está gritando com você? Ela está brigando com você? O que aconteceu?
Você se mudou para L.A apenas pela sua mãe, para ajudá-la na floricultura e é isso o que você recebe em troca? Família...tão superestimada.
Mas agora eu estou aqui, Harry. E eu farei o que for preciso para cuidar de você.
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YOU - ls
Fanfiction"...Olá, você. Você caminha devagar, mas seus cabelos longos e soltos mostram que você gosta que te observem. Sua camisa branca aberta, deixa à mostra algumas tatuagens no seu peitoral. Sua voz é lenta e calma, você gosta de ter a atenção para você...