Passado

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              Agosto de 2022 - Nova Iorque

  O sino da biblioteca soa alto, avisando que mais um cliente havia chego. Estava coberto dos pés a cabeça, vestindo moletom cinza e largo, e touca da mesma cor. Como alguém quer ser discreto no mesmo nível que quer ser visto?
  Ele se aproxima do balcão com apenas um livro em mãos, "o morro dos ventos uivantes", quando finalmente retira sua touca, eu congelo. Minhas mãos estão suando, mas automaticamente levo uma delas até a arma que havia embaixo do balcão, a mantendo ali. Não era possível.

  –Adam? - Ele estava na minha frente, ele estava...vivo.

–Acho que temos umas questões pendentes para resolver. - Era a voz dele, a voz da pessoa que mais amei até o momento, bem na minha frente.

–T-tudo bem, vamos conversar, mas eu achei que já tinhamos resolvido tudo. - Me esforço para não gaguejar, mas eu sinto que posso acabar desmaiando a qualquer segundo.

Você achou que tinha resolvido tudo. Mas eu estou de volta, e vamos resolver sim, em um lugar público. - Ele fala apontando o seu dedo indicador em minha direção e eu ergo as mãos em rendição.

–Adam, relaxa, eu nunca te machucaria. Podemos ir para a cafeteria aqui da esquina e a gente conversa tranquilamente, só vou pedir para o Michael cobrir aqui para mim.

  Entrego a chave para Michael e vamos até a cafeteria que havia ali na esquina, nos sentamos enquanto ele pede um milkshake, não peço nada pois meu estômago nunca esteve tão embrulhado na minha vida. Adam estava em Roma, por que ele voltou?

–Você deve estar se fazendo inúmeras perguntas, e eu irei responder todas elas. Primeiramente, sim eu estou vivo. - Ele diz abrindo os braços, se exibindo com um sorriso irônico nos lábios, voltando a tomar seu milkshake. – E eu voltei para te matar. - Ele diz simples me fazendo tombar a cabeça para o lado em confusão. – Não, não, te matar não, mas eu farei da sua vida um inferno. - O barulho dele sugando aquele milkshake estava infernal.

  –Por que fazer da minha vida um inferno? - Pergunto sem entender nada enquanto observo ele finalizar seu milkshake.

  –Louis, você me enterrou vivo. - Ele diz com desgosto na voz e eu me inclino na mesa apoiando minhas duas mãos na mesma.

  –Eu estava te levando para um piquenique noturno e você quis fugir, eu não quis te machucar, você caiu e bateu a cabeça na pedra, eu achei que você havia morrido, por isso te enterrei, eu não ia deixar o seu corpo lá, você merecia um enterro. - Falo com a voz calma sem desviar o olhar dele, o fazendo arregalar os olhos.

  –Piquenique? Você me amarrou e me jogou no seu carro, Louis. - Ele fala com seu maxilar travado e eu nego repetidas vezes com a cabeça.

–Você quer que eu lembre de absolutamente tudo o que aconteceu naquele dia, Adam? Então vamos lembrar. Eu vi suas mensagens com o Brendon, eu já tinha visto vocês se agarrando dentro do carro dele na esquina da nossa casa. Quando eu questionei, você mentiu para mim. Você queria ir embora, estava com as malas feitas, eu disse que te perdoava, que te amava e que poderiamos superar isso juntos. Você gritou que não me amava mais, que eu era louco, eu só quis te levar para um piquenique com suas comidas preferidas, para conseguirmos resolver tudo isso. - Falo lentamente para que ele entenda  e se lembre de cada detalhe, mas acho que isso não fez bem para ele, posso jurar ter visto lágrimas nos olhos frios dele.

  –Que seja. Eu estou de volta, pronto para te enfrentar Louis Tomlinson, você pode fugir, estar no quinto dos infernos mas eu vou te encontrar. Você ja percebeu que todas as pessoas que você se aproxima, acabam morrendo? Eu estarei perto quando você cometer o seu próximo deslize, gatinho, e aí será o fim. - Ele fala enquanto me olhava tão profundamente que eu podia sentir meu corpo amolecer completamente, estou passando mal. –Você está bem? Está mais pálido que o norm-

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