Cap. 2 - Primeiro mês: descoberta.

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Devo estar doente. É o pensamento que vem e volta na minha mente nos últimos quatro/cinco dias.

Estou deitado na ampla cama de casal em meu quarto, com o ar condicionado ligado em sua potência máxima, segurando minha barriga na esperança que o copo de leite que tomei há trinta minutos permaneça dentro do meu estômago.

Toc toc.

- Mark, querido.

- Entre mamãe...

- Sente-se melhor? - Ela caminha e senta-se ao meu lado na cama.

- Sinto como se fosse jogar tudo para fora novamente. - Procuro repousar minha cabeça em seu colo. - Estou doente, mamãe?

- Provavelmente foi algo que você comeu meu amor. - Sua mão acaricia muito suavemente minha cabeça.

- Eu não comi nada diferente de você e do papai. - Choramingo porque meu estômago continua a se revirar.

- Mark...

- Hum?!

- Tem algo que você gostaria de me contar? - Mamãe pergunta muito carinhosamente.

- Sobre o que?

- Não sei... talvez algo você ache que eu deva saber?

- Não consigo pensar em nada agora.... - Me levanto apressadamente da cama - Acho que vou vomitar.... - Saio correndo para o banheiro.


Quando volto ao quarto mamãe está terminando uma ligação.

- Vou te levar ao médico. - Ela diz aproximando-se e colocando a mão em meu rosto.

- Estou bem mamãe. Logo vou melhorar. - Tento parecer mais animado.

- Olhe seu estado, meu amor. Você não consegue comer nada há vários dias, está pálido e perdendo peso.

- Provavelmente é algo que eu comi como a senhora mesmo disse.

- Não discuta comigo, Mark.

- Está bem...

- Vá se arrumar, espero você na sala.


Existem vozes conversando agitadamente ao meu redor, mas eu não posso entendê-los, não quero entendê-los. Sentado no consultório médico, olho fixamente para o papel apoiado sobre meus joelhos. Não pode ser verdade.

- Ainda é muito recente. São apenas seis semanas. - O médico diz - Ele realmente nunca tinha feito o teste?

- Não, nunca foi de seu interesse saber se era apto ou não. - Mamãe explica ao médico.

- Seis semanas... - Repito as palavras - Seis semanas?

- Sim. - O médico confirma. - Pelo ultrassom podemos ver que está indo tudo bem com o seu bebê. - E sorri. - Mas preciso perguntar: é uma gestação que você gostaria de levar a frente, Mark?

- Bebê...

Seis semanas... bebê... gestação... prosseguir... Minha mente está rodando, sinto que preciso vomitar novamente, mas não há mais nada em meu estômago para ser expulso, então apenas tento sugar o ar para os meus pulmões.

- Mark querido, respire meu amor. - Mamãe começa a esfregar sua mão em meu braço. - Não é uma decisão que ele precise tomar agora, certo? - Sua pergunta é dirigida ao médico.

- Não, claro que não. Ele pode pensar sobre isso. É só que a interrupção, caso seja o seu desejo, é mais tranquila se feita logo no início da gestação.

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