Cap. 16 - As primeiras vezes e a única vez!

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O dia estava vibrante. O sol entrava pelas janelas da sala, espalhando um brilho dourado pelo chão de madeira. Risadas enchiam o ambiente, misturando-se ao som animado da conversa entre amigos. Bar e Fuse estavam jogados no sofá, discutindo alguma besteira sobre um filme que viram na noite anterior, enquanto Yiwaa e James tentavam convencer Nuea a experimentar um petisco que ele claramente não queria.

Elysia estava sentada no tapete no meio da sala, cercada pelos brinquedos espalhados – mas, naquele momento, nada parecia chamar tanto sua atenção quanto o pequeno ursinho de pelúcia que eu segurava. Seus olhos brilhavam de curiosidade, e suas mãozinhas inquietas se agitavam no ar.

— Você quer o ursinho, meu amor? — perguntei, balançando o brinquedo diante dela.

E então, sem qualquer aviso, ela apoiou as mãozinhas no chão, impulsionou o corpinho para cima e ficou de pé.

O tempo pareceu desacelerar.

— Ei, ei! Olha isso! — Mark exclamou, sua voz cheia de empolgação.

Todos se viraram ao mesmo tempo, como se soubessem que algo incrível estava prestes a acontecer. Elysia, equilibrando-se com as perninhas ainda trêmulas, olhou diretamente para mim – e depois, com um esforço quase palpável, deu um passo.

Um passo.

Um segundo.

O coração no peito acelerou.

— Meu Deus, ela tá andando! — Neua gritou, já puxando o celular para gravar.

O segundo passo veio hesitante, mas firme. Depois o terceiro. E então, como se fosse a coisa mais natural do mundo, nossa pequena Elysia avançou até cair nos meus braços.

A sala explodiu em aplausos e gritos animados. Fuse praticamente pulou do sofá, Bar bateu palmas tão forte que provavelmente as mãos ficaram vermelhas, e James olhava para a cena com um sorriso enorme, como se tivesse acabado de testemunhar um milagre.

Eu segurei Elysia contra o peito, sentindo seu corpinho quente e pequeno, e minha garganta apertou. Meu bebê. Minha filha. Dando seus primeiros passos.

Mark se ajoelhou ao nosso lado, os olhos brilhando de emoção. Ele passou a mão pelos cabelos de Elysia, rindo baixinho.

— Foi a coisa mais linda que eu já vi.

— E foi só o começo — murmurei, beijando o topo da cabeça dela.

Porque ali, naquele instante, eu soube que nada, absolutamente nada, superaria a sensação de ver nossa filha descobrindo o mundo.

Elysia, no auge da sua conquista, olhou para nós com aqueles olhos imensos e brilhantes, como se soubesse que tinha feito algo grandioso. Suas bochechas estavam coradas de empolgação, e ela bateu as mãozinhas no meu peito, soltando um gritinho animado.

— Meu Deus, que orgulho da minha sobrinha! — Yiwaa praticamente se jogou no tapete ao nosso lado, pegando uma das mãozinhas de Elysia. — Isso merece um prêmio!

— Eu voto em biscoitos! — Fuse sugeriu, já indo até a cozinha.

— Fuse, os biscoitos são pra ela, não pra você! — James revirou os olhos, rindo. — E ela ainda nem come biscoitos.

Bar, que ainda parecia em choque, cruzou os braços e olhou para Elysia como se estivesse tentando entender como aquela criaturinha pequena tinha acabado de dar seus primeiros passos. — Eu juro que ontem mesmo ela era um feijãozinho. Como é que ela já tá andando?

— Bem-vindo ao mundo dos pais, Bar. — Mark riu, ainda agachado ao meu lado, passando o polegar de leve pela bochecha de Elysia. — Eles crescem rápido demais.

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