Cap. 11 - Oitavo mês (primeiras semanas): o prático é necessário.

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Setembro começou com uma mistura de sensações: ansiedade, alegria e, claro, o calor característico que sempre aparecia nesse período. Eu havia terminado o estágio na empresa de engenharia civil, e, para minha surpresa, o telefonema que eu recebi no início daquela manhã mudou tudo. A proposta de emprego efetiva não era apenas uma conquista profissional, mas também o reconhecimento do meu esforço e dedicação ao longo dos meses.

Quando mostrei a Mark, o sorriso no rosto dele me fez sentir ainda mais especial. Ele me abraçou com tanta energia, como se minha felicidade fosse algo que ele também vivesse intensamente.

— Isso é maravilhoso, P'Vee! — Ele disse, seu tom alegre fazendo meu coração bater mais rápido. — Eu sabia que você ia conseguir. Estou tão orgulhoso de você!

Eu ri, meio sem jeito, mas não consegui esconder o quanto estava feliz. Tudo parecia estar acontecendo rápido demais, mas de uma forma que, de alguma maneira, eu estava pronto para viver. Eu não sabia o que o futuro me reservava, mas com Mark ao meu lado e o apoio que nós dois tínhamos um do outro, sentia que podia enfrentar qualquer coisa.

Após o café, nós dois fomos ao médico. A consulta de rotina estava chegando a uma fase emocionante. O oitavo mês estava começando, e a ideia de que o bebê estava cada vez mais perto de nascer me fazia sentir uma mistura de emoção e uma ponta de nervosismo. E, claro, a grande expectativa sobre o sexo do bebê. Será que era um menino? Uma menina? A cada consulta, o nosso mundo parecia ficar um pouco mais real.

Quando finalmente chegamos ao consultório, a sala estava cheia de um tipo de energia tranquila. Mark segurava minha mão com firmeza, um gesto simples, mas que me dava uma sensação de segurança. Eu estava nervoso, mas ao mesmo tempo, mal podia esperar para saber mais sobre nossa baleinha.

O médico foi acolhedor e calmante, como sempre. Quando o ultrassom começou, não pude deixar de olhar para a tela, tentando ver algo que me dissesse mais sobre nossa baleinha. Então, com um sorriso tranquilo, o médico anunciou:

— Bom, vamos ver o que temos aqui... — Ele disse, enquanto observava a tela, claramente se divertindo com o clima de expectativa.

Eu sentia meu coração bater forte, e eu não conseguia evitar de lançar olhares rápidos para Mark. Ele estava ao meu lado, com o semblante nervoso, mas os olhos brilhando de um jeito que me fazia querer agarrar aquele momento e fazer dele o mais perfeito de todos. Mark sussurrou:

— Eu não sei se estou mais nervoso com isso ou com o fato de que vamos ser pais logo...

Eu ri, tentando me acalmar, mas a ansiedade estava me engolindo. Finalmente, o médico virou para nós, sorrindo de um jeito quase misterioso.

— E agora, a grande revelação... — Ele fez uma pausa, como se quisesse nos dar tempo para processar, e então, com um brilho nos olhos, ele anunciou: — É uma menina.

Eu senti o mundo parar por um segundo. Minha respiração ficou presa na garganta e uma onda de emoção me invadiu como um tsunami. Uma menina. Eu só conseguia pensar nisso. Uma menina que eu e Mark iríamos criar, nossa filha, a nova razão das nossas vidas. Nossa baleinha é uma menina.

O momento se tornou indescritível. As palavras pareciam pequenas diante da força do que eu estava sentindo. Mark virou para mim, e vi os olhos dele brilhando com lágrimas que ele não conseguia esconder. Ele me olhou como se a notícia tivesse mudado algo dentro dele, como se agora tudo fosse mais real, mais palpável. O sorriso de Mark era de pura felicidade, e eu não consegui segurar o sorriso que apareceu automaticamente no meu rosto.

Eu toquei sua mão com força e, sem palavras, o abraço que se seguiu foi a única coisa que parecia fazer sentido naquele momento. Nosso bebê, nossa menina, estava a caminho.

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