Cap. 9 - Sexto mês: experiências e (re)descobertas

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O sexto mês de gestação chegou na sua segunda parte, e com ele uma série de novas descobertas. Mark e eu ainda estávamos nos adaptando à ideia de sermos pais, mas agora, as coisas pareciam mais concretas. A barriga de Mark já estava bem visível, e com isso, os olhares das pessoas e as perguntas inevitáveis começaram a se intensificar. Mas o mais importante, para nós, era como estávamos aprendendo a lidar com tudo isso juntos.

Eu me lembro de um dia específico, quando estávamos em casa, apenas os dois, curtindo a calmaria de uma tarde tranquila. Mark estava sentado no sofá, descansando, quando a pequena baleinha — como já gostávamos de chamar o bebê — deu uma mexida forte. Ele olhou para mim com os olhos brilhando de surpresa, e foi impossível não sorrir.

— Vee, você sentiu? — Ele perguntou, colocando a mão sobre a barriga, ainda tentando processar o que estava acontecendo.

Eu me aproximei rapidamente, colocando minha mão sobre a dele, e senti o movimento mais uma vez. A sensação era tão única que, por um momento, tudo ao nosso redor desapareceu. Só existia aquele pequeno ser que começava a ganhar vida dentro de Mark. O som de nossas respirações se misturava, e a sensação de estar tão próximo do futuro que estávamos construindo era quase indescritível.

— Eu senti! — Eu disse, a voz cheia de emoção. — Está crescendo, Mark. Está realmente crescendo.

Ele sorriu, a expressão de felicidade era quase palpável, e seus olhos estavam cheios de um brilho novo, como se uma parte dele tivesse se iluminado ainda mais. A cada novo movimento da barriga, a cada novo toque, algo dentro de nós parecia se fortalecer.

A gravidez de Mark não era só sobre o bebê crescendo, mas também sobre como estávamos crescendo como casal. Cada momento, cada descoberta, parecia nos aproximar mais. E não só isso, mas a ideia de sermos pais também nos trazia uma responsabilidade que, embora assustadora, agora parecia algo natural.

Mais tarde, naquele mesmo dia, estávamos na cozinha, tentando preparar um jantar simples. Mark estava mexendo com alguns ingredientes, mas de repente fez uma careta e colocou a mão na barriga, parando de mexer na panela.

— O que foi? — Perguntei, indo até ele com uma expressão preocupada.

— Está tudo bem... só que... eu não estou mais conseguindo comer o que eu costumava gostar. Isso está acontecendo de novo. — Ele olhou para o prato na frente dele, claramente desconfortável. — Parece que minha comida favorita agora é um prato que eu detestava.

Eu ri, sentindo uma mistura de afeto e diversão pela situação. A gravidez estava começando a trazer as mudanças que eu sabia que viriam, mas ver Mark lidando com isso de forma tão honesta e até engraçada me fez admirar ainda mais sua força.

— Eu sabia que isso ia acontecer. — Eu disse, rindo. — Mas, ei, vou te ajudar a encontrar algo que você realmente queira comer. Nada de ficar com fome, ok?

Ele assentiu, com um sorriso fraco, ainda segurando a barriga. Eu pude ver como as pequenas mudanças no corpo e nos gostos alimentares estavam começando a se tornar parte da nossa rotina. Era uma fase de adaptações, mas também uma fase de grandes descobertas.

— Vee... — Mark começou, hesitando um pouco, como se estivesse ponderando as palavras. — Eu... estou começando a ficar realmente preocupado com o futuro. Como vamos lidar com tudo isso? Eu sei que o bebê está a caminho, e estamos fazendo o nosso melhor, mas... e depois? Como vai ser?

Eu parei por um momento, ouvindo sua preocupação. Ele estava sempre tão forte, tão decidido, que ouvir essa insegurança em sua voz era algo novo, mas eu sabia que fazia parte do processo.

— Vamos dar um passo de cada vez. — Respondi, tentando tranquilizá-lo. — Não sabemos exatamente como as coisas vão ser, mas o que importa é que estamos nisso juntos. Vamos aprender, vamos ajustar, mas acima de tudo, vamos estar lá um para o outro.

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