Cap. 8 - Sexto mês: assumido.

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— Finalmente resolveram assumir. 

— Não tinha nada para assumir. — Respondo.

— Realmente, não é preciso assumir quando já estava na cara. — James me provoca. —  Só eles não pareciam perceber.

—  Todo mundo sabia só achamos que não era da nossa conta. —  P'Nuea comenta como se não fosse nada demais.

— Há quanto tempo estão juntos? — P'Yiwa questiona.

— Um mês mais ou menos. — P'Vee sorri para mim.

— Mark ultimamente anda cheio dos segredinhos. —  Fuse coça a cabeça.

—  Mas e o outro pai do bebê?! — Khapam deixa escapar a pergunta mas é repreendido pelos outros.

— Sobre isso.... —  começo a responder mas P'Vee coloca a mão sobre a minha barriga e sorri.

— O outro pai do bebê está muito bem. — sua mão acaricia a minha barriga — Está muito óbvio que sou eu o pai da baleinha.

Como podíamos esperar de nossos amigos nenhuma outra pergunta foi feita. Porque na verdade não havia mais nada a ser questionado.


P'Vee me deixou no apartamento na hora do almoço, não tenho aulas no período da tarde hoje, e então voltou a trabalhar. Não há muito o que fazer em casa então resolvo apenas descansar. Acabo dormindo toda a tarde, quando o sol começa a se por resolvo me levantar e tomar um banho porque se aproxima a hora que P'Vee costuma sair do estágio e passar por aqui, porém antes de chegar ao banheiro escuto a porta ser destrancada.

— Você chegou. — sorrio ao vê-lo entrar carregando algumas sacolas. —  Precisa de ajuda?

— Achei que você estaria descansado... Não precisa. 

— Dormi toda a tarde, só me levantei agora.

— Precisa de alguma coisa? Está com fome?

— Estou ótimo, não precisa se preocupar. Só preciso ir ao banheiro. — Agora no final do sexto mês começo a ir no banheiro mais vezes do que o normal.

Ao sair do banheiro me deparo com P'Vee ainda parado na porta do banheiro me esperando e me distraio olhando para o seu rosto bonito. Sua mão então se aproxima da minha barriga e faz um carinho.

P'Vee me observa por um momento, ainda com a mão sobre minha barriga, como se estivesse tentando sentir mais do que apenas o movimento do bebê. Um sorriso suave se forma nos seus lábios enquanto ele me olha com aquela expressão que só ele sabe fazer — uma mistura de carinho e confiança.

— Está bem? — Ele pergunta, me puxando da minha reflexão. Eu aceno com a cabeça, tentando esconder o cansaço, mas sei que ele percebe.

— Só um pouco de sono acumulado, mas já estou melhor.

P'Vee sorri, como se soubesse que, por mais que eu tentasse ser discreto, ele sempre seria capaz de ler qualquer sensação que escapasse de mim.

— Vou fazer algo para você comer. Pode descansar mais um pouco, se quiser. Não precisa se preocupar com nada aqui.

Eu me deixo cair no sofá, fechando os olhos por um instante. Ouço o som da porta da cozinha se fechando atrás dele, seguido pelo som suave das panelas. Por um momento, tudo parece em paz, como se o mundo lá fora não existisse. Só nós dois, e essa fase da nossa vida que está mudando, passo a passo.

Me levanto novamente quando o cheiro de comida começa a se espalhar pela casa, mais por hábito do que por fome. P'Vee aparece na sala com um prato simples, mas o sorriso no rosto dele me faz perceber que, para ele, é o gesto que importa.

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