Voltamos para o meu apartamento em meio a chuva que ainda insistia em cair. Apesar de completamente encharcados estávamos felizes. Assim que chegamos cada um tomou um banho e vestiu roupas limpas para que pudéssemos estar confortáveis.
- Trouxe um pouco de chá quente pra você - P'Vee disse entrando no meu quarto.
Eu já estou sentado na cama, esticando minhas pernas.
- Obrigado P' - recebo a xícara e aqueço minhas mãos - e para você?
- Tenho uma também - diz retirando uma xícara que escondia atrás do próprio corpo - tim tim.
- Tim tim - brinco de volta.
- O que pretende fazer no fim de semana? - me pergunta enquanto caminha pelo quarto, olhando para as coisas expostas.
- Hum, não tenho nada em mente P'. Tenho um trabalho para terminar e só. Por que?
- Queria que fosse conhecer os meus pais.
- Seus pais?! - Fico surpreso e quase deixo o chá entornar.
- Mark! - P'Vee se aproxima retirando a xícara de minha mão e colocando no criado mudo ao lado da cama - Cuidado, vai acabar se queimando, o chá está quente.
- Então não diga uma coisa dessas. - brinco com ele.
- Por que não? - ele parece confuso - Eu realmente quero que você conheça os meus pais.
- P'... - o chamo mas continuo olhando para minhas próprias mãos - ... nós acabamos de nos beijar, novamente, P' não acha que é muito cedo?
- Cedo? Cedo teria sido se eles te conhecessem antes das férias, não acha? - ele ri - Ou você espera que os avós conheçam Baleinha só quando ele nascer?
- Bem.. não.
- Mark... - P'Vee segura as minhas mãos nas dele - Eu gosto de você. Eu venho tendo sentimentos por você há um bom tempo... Posso não saber exatamente como você se sente em relação a mim, mas quero que saiba que da minha parte não é nem um pouco cedo que você conheça a minha família.
- P'...
- Mas se você não estiver confortável, não precisamos ir.
- P' realmente gosta de mim? Há um bom tempo? - pergunto um pouco inseguro.
A verdade é que eu nunca fui inseguro no que diz respeito a outra pessoa gostar ou não de mim. Se eu me interessasse por alguém e fosse recíproco tudo bem, viveríamos aquilo enquanto dura-se. Caso não fosse, tudo bem também, eu viveria aquele fundo de poço brevemente e depois seguiria em frente como se nunca tivesse acontecido. Mas com P'Vee é diferente. Desde aquela noite eu vivia em conflito, queria que fosse recíproco mesmo sabendo que provavelmente não seria, então vivia no limite de entrar em um fundo de poço e não entrar, porque eu nunca havia recebido um fora para ser considerado. Eu vivi esses últimos meses desejando-o e não desejando-o. Porém, sempre sabendo que essa batalha era perdida, porque no fundo eu o desejava comigo, na minha vida, como nunca desejei que outra pessoa aceitasse ficar.
- Eu digo muito sério, Mark. - P'Vee mantém sua mão segurando a minha enquanto a outra repousa em minha cabeça e acaricia meus cabelos - Eu gosto de você mesmo antes daquela noite, mesmo antes de você dar em cima de Bar.
- P'... você me viu flertar com P'Bar. - envolvo meus braços em sua cintura - Desculpa. - sussurro contra o seu peito.
- Ei, tudo bem, não precisa se desculpar. - retribui meu abraço e continua a acariciar meus cabelos. - Eu te vi flertar com Bar várias vezes e me recriminei por diversas vezes desejar que fosse eu no lugar dele. Parece que meus desejos foram atendidos, porque você está aqui, nos meus braços agora. - ao terminar deposita um beijo no topo da minha cabeça.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Nós
FanficMark, um doce estudante de engenharia, que acredita estar apaixonado por seu sênior P'Bar, acaba se declarando um dia antes das férias e recebe um "fora". Triste com a recusa, o jovem decide se aventurar na noite de Bangkok. Mas algo que não estava...