A chegada de Camila ao hospital psiquiátrico foi envolta em uma mistura complexa de emoções. O edifício imponente erguia-se diante dela, uma estrutura imponente que parecia sussurrar segredos e histórias de almas em busca de cura. Mesmo com a raiva pulsando em suas veias, uma sensação de segurança começou a se infiltrar em seus pensamentos, uma espécie de refúgio no qual ela, de alguma forma, se encontrava.
Ao adentrar o hospital, a atmosfera era diferente do que ela antecipava. As enfermeiras eram gentis, e a rotina estruturada começou a lançar uma luz organizada sobre o caos interno que Camila carregava. Ela se viu envolvida em atividades terapêuticas e em interações com profissionais que, de alguma forma, começaram a desenredar as camadas complexas de sua psique.
Num canto tranquilo do hospital, Camila, ainda processando a reviravolta de sua vida, pegou o telefone para ligar para sua tia. A conversa fluiu entre o tumulto de emoções.
𝐂𝐚𝐦𝐢𝐥𝐚: (voz trêmula) Tia Margarida, estou aqui. No hospital.
𝐌𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐢𝐝𝐚: (preocupada) Como você está, querida?
𝐂𝐚𝐦𝐢𝐥𝐚: (hesitante) Estranhamente... segura. Mais do que eu me sentia fora daqui.
𝐌𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐢𝐝𝐚: (suspiro) Queremos apenas o melhor para você, Camila. É difícil para todos nós.
𝐂𝐚𝐦𝐢𝐥𝐚: (refletindo) Eu sei. Eu só não entendo por que eu mesma fiz tudo isso acontecer.
𝐌𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐢𝐝𝐚: Às vezes, a busca por respostas nos leva a lugares inesperados. Mas estamos aqui para te apoiar.
Camila, apesar da confusão e da raiva, começou a perceber que a vida no hospital psiquiátrico estava oferecendo uma estabilidade que ela nunca soubera como alcançar por conta própria. Era como se, paradoxalmente, a tranquilidade estivesse surgindo da tempestade que ela mesma criara.
𝒞𝒶𝓂𝒾𝓁𝒶 𝒫𝒪𝒱:
Não consigo entender, sei que não fui eu que fiz aquilo, pelo menos espero que não seja, minha família nem quis tentar me ouvir, talvez seja mesmo melhor continuar aqui, nesse lugar estou protegida, tenho paz, ele nunca iria me encontrar aqui.