Every breath you take

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Simone respirava pesadamente, começando a sentir os sintomas da sua ansiedade. Ela olhou para Soraya que começara a se inquietar com as luzes piscando.

- Eu espero que não seja um portal para outra dimensão- Soraya diz, tentando manter a calma.

- O quê? - Simone se recosta no espelho do elevador que continua a subir os andares.

- Um portal, como na série Stranger Things - Soraya explica.

- Quem ou o que é Stranger Things? O que isso tem a ver? - Simone estava inquieta, dedos tamborilando contra a parede.

Soraya se aproxima de Simone e começa a explicar.

- Não conhece a Stranger Things? É uma menina careca que tem poderes, eu me esque... - Soraya foi interrompida por um solavanco do elevador.

A energia cai, e o elevador para com um tranco forte o suficiente para Soraya se desequilibrar do salto e parar nos braços da sua colega.

Simone a segura firme, mas por pouco tempo. O suor frio começava a descer por todos os seus poros e sentia suas pernas moles feito gelatina.

- O que diabos está acontecendo, Simone? - Soraya agarra os ombros de Simone e logo em seguida a abraça, o coração acelerado.

- N-não sei, Soraya, precisamos chamar alguém - Simone diz, sentindo a cabeça girar.

No elevador as luzes de emergência eram vermelhas, e Soraya mal conseguia ver o rosto da vice, já que tinha miopia e astigmatismo.

A morena desliza contra a parede e Soraya consegue pegá-la a tempo, antes que tivesse uma queda dura no chão.

- Simone!! Pelo amor de Deus, o que você tem? - Soraya abanava Simone com as mãos.

- P-pânico - Simone engolia seco e tentava se concentrar nas palavras. - Sou claustrofóbica!

Soraya cobriu sua boca abafando um palavrão e sentou-se ao lado de Simone.

- Tudo bem, esse pane não deve durar mais que alguns minutos - Soraya tentava achar o celular em sua bolsa.

Assim que encontrou o aparelho, ligou rapidamente para a secretaria do prédio, informando o que havia acontecido.

- Ainda vai demorar tudo isso? Não pode ser, a Simone está passando mal aqui dentro!

O que acabara de ouvir deixou Simone muito fraca, mãos trêmulas sob o chão gelado do elevador.

Thronicke desligou a ligação e voltou-se para Simone.

- Vão demorar mais de duas horas para conseguirem nos tirar daqui, - ela colocou os cabelos atrás da orelha e esfregou as mãos no rosto. - Isso é um pesadelo. Primeiro um atentado e agora estou presa em um elevador! Sinceramente, se eu sair viva daqui não voltarei a este prédio nem amanhã, nem nunca mais!

Simone não pode deixar de esboçar um sorriso com o último comentário da loira. Mas ainda estava, visivelmente, abalada por ter que passar duas horas presa dentro de uma grande caixa de aço.

- Simone, precisamos conversar para que você não entre em uma crise. - Soraya esboçou seu melhor sorriso que mais pareceu com o de um psicopata.

Voltou a pegar o celular e entrou no YouTube.

- Thronicke, eu já estou em uma crise! - Simone fechou os olhos e colocou a mão no peito. - Sinto que vou desmaiar a qualquer momento.

Thronicke se aproximou de Simone e pegou uma de suas mãos. - Não, não, fique comigo. O que você gosta de ouvir? - perguntou.

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