Capítulo 23

610 57 5
                                    

Um a um, amigos e conhecidos iam chegando. De todo o mundo, pessoas dispostas a servirem de testemunha apareciam à porta dos Cullen, de mente e coração abertos ou simplesmente por desejarem cumprir com as suas dívidas.

Uma figura de pele negra e olhos penetrantes parada na sua porta era diferente do que Tessa estava acostumada. Viera para sua casa para descansar um pouco da agitação de ter tantos vampiros juntos, criaturas habitualmente solitárias e agora forçadas a viverem juntas. A Cullen esboçou um sorriso, reconhecendo à distância o odor a rosas da pessoa que a visitava. Pousou o livro que lia na mesa da sala, parando por breves instantes para ler a mensagem que Jacob lhe enviara:

"Floresta cheia de hormonas de lobisomens adolescentes sem controlo nenhum... e eu a fazer babysitting. Já não tenho idade para isto.

Penso em ti a toda a hora."

Tessa soltou uma risada, mandando um coração em resposta. Com a chegada de tantos vampiros a Forks, os lobisomens começavam a transformar-se em maior número e cada vez mais cedo. Jacob acolhia a maior parte deles, ajudando-os a aprenderem a controlar-se e adaptar-se à sua nova vida. Por isso lá estava ele, em plena floresta, rodeado de adolescentes e passando a maior parte do tempo longe da Cullen.

Enquanto isso, ela encantava os vampiros.

Alice tinha razão. Era inevitável perceber a forma como os desconhecidos pareciam relaxar na presença de Tessa, escutando-a com atenção e mostrando-se mais solícitos a ajudar após escutá-la. Não que ela fizesse algo extraordinário ou diferente. Tessa era simplesmente afável, mostrava compaixão e empatia por todos, escutava os seus medos e preocupações ao mesmo tempo que exibia o seu sorriso fácil e tranquilo.

Ajeitando o vestido florido azul que usava, encaminhou-se para a porta, demorando-se propositadamente. Sabia exatamente quem estava do outro lado e gostava de provocá-la. Com um sorriso matreiro, abriu a porta o mais lentamente que pode, os olhos dourados brilhantes ao ver a mulher do outro lado bufar, irritada.

- Uma coisa é quereres ser humana. - disse a vampira, estalando a língua- Outra é seres uma lesma.

- Queres o livro de reclamações? - questionou Tessa, o sorriso tornando-se mais genuíno e saudoso - Olha para ti! Estás uma brasa, mulher.

- Tu é que és a brasa das duas, querida. Agora, dás-me um abraço ou ainda não?

Adara Agra abriu os braços, com um sorriso ladino. Tessa soltou uma risada, abraçando-a fortemente. A amiga era terrivelmente mais alta do que ela graças aos saltos enormes que usava, os cabelos encaracolados perfeitamente hidratados e soltos, a pele escura e os olhos dourados dando-lhe um ar exótico e belo. Com um fato rosa, lábios pintados de lip gloss e pálpebras pintadas a rosa choque, Adara era a mulher mais estilosa que Tessa conhecia... e a sua amiga mais antiga.

- Qual é o sarilho em que te meteste desta vez? - questionou a angolana, separando-se dela - Espera... - cheirou-lhe o cabelo, o sobrolho franzido ao encará-la - Porque cheiras a cão molhado? Voltaste a ser médica veterinária? Pensei que tivesses na fase da enfermeira.

Se Tessa fosse humana, teria corado.

- Tenho muito para te contar, querida. Anda, estão todos à nossa espera.

**

             Nunca a mansão Cullen tivera tanta gente junta.

AURORA - Twilight ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora