Um contrato de aparência

Cap. 4 - 50 mil

Maitê

Chego em casa com o motorista do Cerol, Otávio estava na sala, e quando vê o homem já levanta vindo em minha direção.

- Que porra é essa Maitê? - grita me segurando pelo braço e o motorista manda ele me soltar.
- Eu fui contratada, e começo hoje. Estou indo embora dessa casa- falo

- como é? - Grita - você não vai embora hoje não, mas não vai mesmo.
- Sim eu vou - puxo meu braço e chamo o motorista comigo.

Ainda bem que segui minha intuição e arrumei a maioria das coisas cedo, parece até que um anjo me avisou disso tudo. Pego minha mochila e taco o resto das coisas rápido, entregando a outra mala pro motorista.

Quando desço vejo o Hernâni chegando, Otávio conta tudo e ele me olha puto.

- sua tia não me avisou de nada disso- fala e me olha
- Ela não sabia, eu disse hoje que tinha entrevista e fui contratada - falo

- pra que as malas? Vai morar lá por acaso? - pergunta rindo
- Na verdade vou, a partir de hoje não moro mais aqui, e graças a Deus nunca mais vou precisar ver as suas caras - falo e tento sair mas ele segura meu braço. O motorista já estava colocando a mala no porta malas

- se você abrir a boca sobre o que aconteceu aqui, eu mato você, e depois mato sua tia, tá me escutando? - fala baixo apertando meu braço
- Você está me machucando - tento segurar as lágrimas
- Você não me respondeu - aperta mais
- Solta ela - cerol fala aparecendo do meu lado e tirando a mão dele de mim - percebo que Otávio reconheceu Cerol na hora, merda.

- não se meta, conversa de pai e filha - Hernâni fala
- Você não é ..- sou interrompida
- Você não é pai dela - cerol fala e eu o encaro.

- quem você acha que é pra falar comigo assim? - Hernâni pergunta puto
- O chefe dela, eu exigi que ela começasse hoje, e que eu saiba ela já é de maior e não lhe deve nada. - cerol fala ainda mantendo a postura

- tá certo - Hernâni fala - não sou pai dela, mas ela me deve muito sim. Tudo que gastei com ela no último ano, quero tudo, e enquanto ela não me pagar, daqui ela não sai - fala e me puxa para dentro de casa com ele.
- Mas você não paga nada, quem pagou foi minha tia - grito e ele me dá um tapa na cara
- Cala a boca piranha - grita. - Otávio, leva ela pro quarto

- não - grito - cerol por favor não deixa ele me levar - ele me olha assustado
- 50 mil - cerol fala e Hernâni o olha - toma é seu, mas ela vem comigo agora

- feito - Hernâni olha sorrindo pro cheque e Otávio me solta puto.
- Até nunca mais piranha - os dois falam juntos e batem à porta na nossa cara.

Não consigo segurar o choro e Caio no chão. Cerol se agacha e me pega no colo me levando pro carro.

- vai ficar tudo bem agora Maitê, pode ficar tranquila. - fala e me coloca no carro ao seu lado.

Eu sei que as coisas não vão ficar bem, mas melhor do que era, pelo menos disso eu tenho certeza.
E é pensando nisso que eu adormeço.

Cerol

Maitê adormeceu em meu ombro enquanto íamos para minha casa. Sim, ela vai ficar lá essa semana. Eu sei que falei com Bak que só nós três saberíamos do acordo, mas isso foi uma mentira, eu não poderia esconder isso da minha mulher.

Carol não gostou da ideia, mas no fim aceitou. Ela entendeu que não temos escolha, e no fim, ela é a única que sabe o real motivo de eu escolher a Maitê. Mas claro, para os outros, ela vai fingir que não sabe de nada.

Depois da cena que presenciei mais cedo, tive certeza que eu estava certo, algo de errado estava acontecendo naquela casa, minha vontade era de denunciar aquele velho escroto, mas poderia ser pior pra ela. Pelo menos ela vai estar segura agora.

- Maitê - chamo por ela que acorda assustada - chegamos
- Desculpa - ela pede ao perceber que dormiu em meu ombro
- Relaxa - sorrio e saio do carro com ela me seguindo.

- amor, cheguei - grito e Carol aparece sorrindo. Vem até mim e da um selinho e olha pra Maitê.
- Bem vinda Maitê - ela sorri.
- Obrigada - fala sem jeito e me olha
- Ela sabe - falo e Maitê suspira.

- e pra deixar claro no início eu fui contra, mas acho que ele já te falou que foi nossa única saída neh? - Carol pergunta e ela assente - me veja como uma amiga aqui, estarei sempre aqui por você. Tá bom ?
- Obrigada - sussurra e vejo uma lágrima caindo - onde vou ficar? - ela limpa a lágrima e pergunta
- Vou te mostrar, vem - Carol fala e sobe as escadas com ela.

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Cerol salvou a Maitê, e nem sabe ainda