Um contrato de aparência

Cap. 27 - Visita inesperada

Maitê

Eu estou cansada de me sentir vulnerável, e mais cansada ainda de ver Gabriel me tratando como se eu fosse a porra de uma acompanhante de luxo.

Não vou mentir dizendo que não pensei nele nessas últimas três semanas. Pensei sim, e mais do que eu queria. Mas sei que tomei a decisão certa.

Eu não devia ter feito isso hoje. Eu não deveria ter beijado ele...
Mas eu estava possessa de raiva. Odeio quando ele volta nesse assunto. Odeio essa merda de contrato. E odeio mais ainda como ele consegue me deixar excitada com a porra de uma frase.

Mas não foi só a frase. É a forma confiante que ele fala. A forma que me olha. O toque dele. Ele...

Ai como eu odeio ele.

Decidi jogar um jogo que ele começou a muito tempo. Mas eu cansei de só ficar esperando ele jogar, agora quem da as cartas sou eu.

O pior é que agora esse beijo não sai da minha cabeça. Eu usei o contrato pra que ele não me tocasse, primeiro pra brincar com ele, segundo por eu não podia deixar ele me tocar. Meu corpo acende com seu toque. Eu perco completamente a minha sanidade.

Agora estou aqui tentando planejar uma forma de me aproximar dele de novo, que seja convivente aos meninos. Bruno disse que vai me ajudar nisso. Tentando ficar o máximo possível com a gente. Eu não posso ficar ocupando Bruno com isso. Eu sei cuidar do Lessa. Agora eu sei.

Eu não tenho muito o que fazer. Esse contrato existe e vai existir no próximo um ano. Então o que tenho que fazer é fazer com que ele valha a pena. Vou viver cada dia no fluxo como se fosse o último.

E sinceramente que se foda, vou aproveitar o que posso a respeito de Lessa. Nesse um ano não vou poder me envolver com ninguém também.

Eu nunca senti falta de sexo, até porque, até pouco tempo atrás eu ainda era virgem. Tive meu corpo violado da pior maneira possível. Eu era apenas um brinquedo pra eles...

Por mais que Gabriel tenha deixado claro suas intenções de me ter em sua cama desde o primeiro dia que nos conhecemos, ele ainda respeitou o meu corpo, e principalmente, respeita o meu não.

E não vou mentir falando que não pensei várias vezes em me entregar pra ele. É estranho, até pouco tempos atrás, pensar em sexo me causava arrepio. E não um arrepio bom.

Agora me causa desejo, e de uma pessoa específica.

(...)

- bom dia Lessa - falo assim que ele abre a porta do quarto sem camisa e com uma cara sonolenta
- São 8h30 da manhã Maitê - diz puto - o que você quer?

- é assim que recebe a sua futura namorada? - provoco
- Vai se fuder - fala bravo e sai da porta indo em direção a cama novamente

- preferia fuder com você - falo e ele para antes de chegar na cama
- Estou cansado dos seus joguinhos Maite - diz ríspido

- uma pena - digo- porque eu só estou começando
- Cuidado Tezinha - ele vira pra mim - a última vez que jogou comigo - fala e sorri lembrando de algo - acabou com você perdendo a aposta

- eu não perdi nada Gabriel - falo me aproximando dele e passando levemente as unhas pelo seu abdômen - acho que no final os dois ganharam - falo e olho em seus olhos

Vejo os olhos de Gabriel ganharem um brilho diferente, o desejo consumindo ele, mas tinha algo mais.

- Permissão pra te tocar agora - Gabriel acaba com a distância existente entre nós, mas suas mãos continuam sem me tocar
- Por que eu te daria isso? - pergunto