Cap. 12 - As outras

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Bak

Como esperado, o vídeo chocou todo mundo. O PPP das meninas acabou de ir ao ar, e a maioria dos comentários é falando que não acredita que ela passou o Nobru.

Agora é só seguir com o resto do plano, mais tarde é o evento da garena, e como tenho que ir com ela, tive uma ideia ontem, para deixar os fãs com uma pulguenta atrás da orelha.

Mandei uma mensagem pra ela, falando pra ela avisar Rajah e Aleh, que reservei um dia de spar pra elas. Ela leu a mensagem em live como combinado, o que causou um alvoroço no chat.

Agora estou aqui na mansão, vim trazer meu carro pra ela, vou deixar ela ficar com ele hoje. Os meninos já estranharam isso, porque eu não deixo ninguém além da minha mãe e do Nobru, dirigirem meu carro, mas como tenho que fingir, vou fazer direito.

- oi gata - falo quando ela abre a porta pra eu entrar.
- Oi Lessa - fala e sinto um arrepio passar pelo meu corpo de novo, direto acontece quando ela me chama assim. Porém, ela só me chama assim, quando tem mais alguém por perto.

- o Que te deu ontem em? Do nada? - Aleh chega perguntando
- O que foi? - pergunto rindo- não posso mimar minhas amigas não? - me faço de sonso
- Engraçado como isso só começou agora neh? - Rajah brinca olhando pra Maitê.

- Mas o que faz aqui Lessa? - Maitê pergunta
- Isso - falo e entrego a chave do carro - acho que é melhor vocês irem de carro, vai facilitar pra vocês. - vejo Rajah e Aleh levantarem as sobrancelhas, acho que elas também lembraram que não empresto o carro pra praticamente ninguém.
- Ah - fala e pega a chave - obrigada bê - Maitê sorri tímida de novo.

- vamos buscar nossas coisa amiga, já voltamos - fala Rajah puxando a Aleh e eu rio pra isso.

- cuidado com meu carro, por favor. Eu não costumo deixar ninguém dirigir ele - falo e ela sorri afirmando.
- Eu sei disso, por isso ainda não entendi o porque de você está fazendo isso - fala
- Se vamos fingir ter algo, temos que fazer direito, ia ser meio estranho a gente namorar e eu não te deixar nem dirigir meu carro - falo
- Você não se importava com isso com as outras - fala

- eu não me importava com as outras - falo sem pensar e só então me toco no que falei. Maitê me olhava com as sobrancelhas levantadas.
- Então tá... - fala sem graça - obrigada, por isso e pelo spar.
- Ta - falo sem graça saindo dali.

Que merda acabou de acontecer? Porque eu falei aquilo? Merda

Essa garota tem alguma coisa, não é possível. Eu perco um pouco da minha racionalidade perto dela, falo as coisas sem pensar, isso tem que parar.

(...)

- como eu estou? - pergunto pra minha mãe que estava me olhando através do espelho com um sorriso.
- Um gato - fala e sabem até mim, arrumando minha gravata. - está distante filho, o que foi?

- nada, apenas pensando no evento - falo
- Pensando no evento, ou em quem você vai levar pra ele? - sorri

- no evento mãe, claro - minto
- Está nervoso por causa da Maitê, eu só não entendo o motivo - fala e me olha segurando em meu rosto - está escondendo algo de mim Gabriel, e sabe que eu não gosto disso, então sei que é algo sério. E infelizmente tem algo a ver com ela, não vou te perguntar o que é, porque sei que não me contaria, mas por favor, não a machuque, eu andei conversando com ela esses dias, ela já passou por alguma coisa, está fechada demais, então não vacila com ela. Ela é pura meu amor, não estrague isso.

- a senhora fala como seu eu quisesse machucá-la - falo
- Pelo fato de você não me contar o que está acontecendo - fala e se distancia indo pra porta - eu sei que vai - suspira - se é que já não machucou.

- eu não sou um filho da puta mãe - falo e ela me olha
- O meu garoto não - fala - mas algo aconteceu, eu não vejo mais ele em você. Então... não sei.

Minha mãe sempre foi minha melhor amiga, em minha conselheira, ouvinte e tudo mais. Eu sabia que uma hora ou outra ela ia perceber que estou escondendo algo.

Quando eu vi ela e Maitê conversando meu sangue gelou, principalmente quando vi Maitê chorando em seus braços, eu me senti péssimo. E nem sei porque.

Eu queria contar para ela sobre o contrato, mas não quero ter que olhar para seus olhos de desgosto, porque sei que esse não foi o filho que ela criou.

Desde ontem eu andei pensando em como tenho tratado a Maitê, ela não tem culpa do que aconteceu, para a criação desse contrato. Foi culpa minha, não posso descontar isso nela.

Eu já sabia que o Fluxo era o sonho dela, eu lembro de quando ela falava isso em live, eu lembro o quanto eu queria dar essa oportunidade pra ela, e querendo ou não eu dei. Mas não dá forma certa, não da forma que ela merecia.

Ela vai ter que passar um ano, vivendo uma mentira por minha causa. Vivendo em seu sonho, mas ainda sim, sabendo que não é real. Eu destruí essa oportunidade pra ela. Então o mínimo que eu posso fazer, é tentar não piorar tudo pra ela.

Não vai ser fácil, porque esse jeito marrento dela, me tira do sério. Mas eu vou tentar, eu tenho que voltar a ser o Gabriel que minha mãe criou.

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Maratona 3/3

Até ano que vem 🫶

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