Cap. 21- O primeiro que eu também quero

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Bak

Ela me pediu para beijar ela...

Eu ganhei a aposta.

Olho nos olhos dela novamente e ela continua me olhando. Desço o olhar pra sua boca e ela sorri. Que se foda, já ganhei mesmo.

Junto nossos lábios com necessidade. Eu precisava daquilo, mais do que ela até. Começamos um beijo cheio de desejo, aperto sua cintura e ela solta um gemido baixo em minha boca.

Se eu já estava duro, agora então, parece que vou explodir. Ela me puxa pela cintura grudando ainda mais nossos corpos, o que não facilita nem um pouco meu lado.

Nossas línguas travam uma batalha, lutando por comando. Quando a bendita falta de ar chega, ela separa nossos lábios, puxando o meu inferior. Ela olha nos meus olhos e sorri safada, e começa descer os beijos pelo meu pescoço.

Puta que pariu Maite.

Suas mãos passam pelo meu abdômen, arranhando de leve. Pego ela no colo e vou caminhando pro box, preciso de um banho, mas não quero largar ela, preciso de mais do que isso.

- vou tomar banho com você? - ela me pergunta
- Se quiser...

- eu ... - para pra pensar - eu nunca tomei banho com ninguém - ri de um jeito fofo que me faz querer beija lá de novo.
- Fico feliz em ser o seu primeiro então - falo e só quando vejo sua expressão percebo o duplo sentido da frase. - não dessa forma né, não sou o seu primeiro mas vou ser
- É o primeiro que eu também quero- fala baixo mas eu escuto

- como assim o primeiro que você quer? - ela me olha com os olhos lacrimejados
- Não quero falar disso Gabriel- fala e passa por mim saindo do box e do banheiro.

Eu queria ir atrás, mas sinto que não é o momento ainda. Ela parece precisar de um tempo. Mas agora isso está martelando na minha cabeça, o que eu não estou entendendo?

Acabo meu banho rapidamente e vou pro quarto, mas nem sinal dela. Começo a ficar preocupado, mas quando estou saindo do quarto, vejo ela senta na espreguiçadeira olhando pro céu.

- esquece o que eu falei, por favor - ela fala baixo sem me olhar.
- Não sei se consigo, pelo menos não até entender
- Se você entender, aí sim, não vai esquecer

- vem, você precisa tomar banho pra gente deitar - falo esticando a mão pra ela, que me olha e suspira, me dando a mão e vindo pro quarto.

Maitê entra no banheiro e tranca a porta, a bonita não lembrou nem de pegar toalha, nem pijama. Me pego rindo lembrando da última vez que ela fez isso.

- Lessa, eu - fala tímida quando desliga o chuveiro.
- Vou descer pra pegar água, a toalha tá na porta e o pijama na cama. - falo e saio do quarto.

Eu preciso entender o que ela quis dizer, acho que isso é o segredo obscuro dela, que está corroendo ela por dentro.

Eu sei que eu tenho sido um babaca com ela, e que já falei várias vezes que ia mudar. Mas eu não consigo. Ela parece um imã pro antigo Bak. E eu não quero que ele volte. Se importar com as pessoas só nos torna fraco. E eu cansei de ser fraco.

Mas ao mesmo tempo não consigo não me importar com ela. Não sei o que essa merda de beijo fez comigo. Não sei se foi o beijo, ou o que ela falou. Não sei nada mais.

Pego a garrafinha de água e subo novamente pro quarto. Eu nem precisava ter vindo buscar água, tem no frigobar lá do quarto, mas eu quis dar espaço pra ela sair e se trocar tranquila.

- posso entrar? - pergunto dando batidas leves na porta
- Pode - escuto ela responder.

- Lessa eu - impeço ela de falar juntando nossos lábios novamente

Eu precisava da porra desse beijo, porque eu precisava que tudo parasse por um instante. E parou.

- Já está tarde, vamos dormir - falo quando separo nossos lábios

Ela olha no fundo dos meus olhos, parecendo estar tentando entender o que aconteceu, porque sinceramente nem eu sei. Por fim, suspira negando e vai pra cama.

Maitê deita de lado, deito atrás dela e a abraço, entrelaçando nossos dedos.

Só não sei se vou conseguir dormir.

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