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VOTEM!

Você sabe o que sente, mas finge que não sente nada para tentar não sentir.

ASHTRAY!

Eram cerca de uma hora da tarde e eu e Liz conversávamos sobre assuntos aleatórios, como perguntas de minhas cores favoritas e até comida que eu mais gostava.

- Qual é a sua nota para o meu beijo? De um a dez - Ela diz mudando de assunto e vindo até o mesmo sofá que eu estava, se sentando bem perto de mim.

- Zero - digo simples.

- Porra. Eu beijo tão mal assim? - fala e eu concordo com a cabeça.

Mentira, ela beija muito bem. Não que eu seja profissional nesse assunto, até porque eu só beijei uma vez em quinze anos da minha vida. Mas mesmo assim, ela beija fodidamente bem.

- E eu? Que nota você me dá? - pergunto realmente curioso com a resposta.

Eu queria saber se o meu beijo é bom.
Quero dizer, óbvio que é né. Eu sou eu, então tudo o que eu faço é bom. Mas, nada custa querer ter certeza.

- Não lembro - A morena diz botando a mão na cabeça como se estivesse tentando recordar - Vou ter que testar de novo para ter certeza.

Um lindo sorriso aparece no rosto dela enquanto ela estava me olhando, o que acabou me fazendo sorrir fraco.

Liz chega bem perto de mim e coloca as duas mãos no meu rosto. Uma de cada lado. Eu pouso as minhas mãos em sua cintura.

Ela tira uma de suas mãos do meu rosto e põe no meu pescoço, me puxando para mais perto. Logo encostamos os lábios e sinto ela sorrir contra eles.

A mesma pede passagem para a entrada de sua língua e eu cedi.

Acho que eu já disse isso, mas a sensação do beijo dela é tão bom, tão bom, que eu acho que é melhor que droga. Nunca fumei ou ousei usar droga, nem mesmo bebidas alcoólicas, mas esse beijo com certeza é bem melhor. Mais viciante.

Parece que nossas bocas se tornam uma só.

O beijo dela me faz esquecer de tudo, faz eu me sentir tão bem, faz parecer que só há eu e ela no mundo. Bem como uma droga maldita.

É viciante.

Nós nos separamos ao sentir a falta de ar invadir nossos pulmões.

Seus olhos pretos me olham, brilhando. Junto também com um largo sorriso nos lábios um pouco inchados pelos grandes segundos de beijo. A mesma se afasta aos poucos e logo diz.

- Eca, não é nada bom - disfarça o sorriso.

Antes de eu poder processar algo para falar a porta é aberta, revelando Fez ali.

- Ei Liz, tem um menino procurando por ti - O ruivo fala - Alegando ser seu namorado.

Namorado? Só pode ser sacanagem. Ela me beija tendo um namorado? Isso não faz sentido, ou isso é uma grande mentira, ou ela é uma grande puta.

E eu prefiro acreditar na primeira opção.

Saio dos meus pensamentos ao ouvir a voz da Liz.

- Namorado? Eu não tenho namorado - diz levantando a sobrancelha.

Acabei por soltar uma respiração que eu nem sabia que estava segurando. Me aliviei com aquela resposta. Não que eu não quisesse ela namorando, mas sim porque eu não beijaria uma garota comprometida.

- É um Louis , ele falou que você é a namorada dele - ele diz saindo.

Ela me olha, bufa entediada e levanta,  indo em direção a porta e saindo do freezer. Eu, nem bobo nem nada, ando até a porta que tem um vidro espelhado.

Depois de forçar um pouco a visão, consegui ver um menino loiro, mais ou menos a minha altura, e um estilo filhinho de papai. Bem playboy.

Eu não consegui entender o que eles estavam falando, só sei que ela parecia sem entender e o Fez observando a conversa dos dois.

Depois de uns poucos minutos ela volta com uma cara nada boa para o freezer. Eu vou para o sofá de volta e ela logo entra.

- O que ele disse? - digo curioso.

- Ele disse que meu pai está me chamando para casa - Diz revirando os olhos - Mas não disse o motivo.

- Por que ele disse que é seu namorado?

- Ele é meio louco da cabeça - me olha - É um tipo de obsessão por mim, e é filho do amigo do meu pai.

- Hum.

- Tchau, traficante mirim - Liz vai saindo, mas volta até mim e me dá um tapa de leve na nuca.

- Ei, puta desgraçada! - digo irritado.

- Puta não, aí já é demais - Me olha indignada.

- Você literalmente me deu 'mó tapão! - digo ainda irritado.

- Ah, para. Nem foi forte

- Bom para você não ter sido, se não eu acabava com a sua raça. Te arrombava, idiota.

- credo, era só na brincadeira, não precisa disso tudo - põe a mão no peito fingindo tristeza.

- Precisa, maltrapilho.

- Me respeita, boca de fumo.

- Eu res- sou interrompido.

A porta se abre e nela aparece o garoto loiro que estava conversando com Liz.
Assim que ele abriu, olha diretamente para a menina. Logo depois direciona o olhar para mim.

- Quem é ele? - ele pergunta olhando para ela novamente.

- O dono da loja em que você está - Digo, me metendo na conversa.

- Não te interessa, eu não te devo satisfação - Liz também fala.

- Eu não estou gostando de te ver com outro menino - Faz uma feição estranha.

- Não sou sua namorada, então eu não 'tô nem aí - Revira os olhos.

- Sim, você é, tu querendo ou não. Só aceite que você é minha, não é difícil.

- Garoto, rala daqui vai - Faço um movimento com a mão - 'Tá esperando o que, porra?! Você nem é o namorado dela e quer saber com quem ela fala. Na verdade, nem se você fosse ela seria obrigada a te falar com quem ela anda ou deixa de andar.

- Ninguém está falando contigo, favelado!

Me levantei do sofá em que eu estava e comecei a andar até ele, mas Liz se colocou no meio de nós dois.

- Ele 'tá certo, agora vai, vamos logo - A mesma diz empurrando o mesmo para fora da sala, evitando um conflito.

Ela também foi, mas antes se vira e sorri para mim.

O resto do dia eu fiquei fazendo vários nadas. Pelo menos aqui na loja, sim, em casa eu poderia ver documentário de porcos, comer, dormir, jogar e outras coisas...

Hoje não teve muito trabalho. Eu já contei todo o dinheiro e embalei as drogas. O Fez cuidava da parte de vender e das entregas, então não tenho que me preocupar.

Por mais que a Liz seja chata, ela é um passatempo. Pelo menos com ela aqui, eu tenho alguém para conversar.

Eu ainda não acredito que eu perdi o bv com uma menina que eu nem conheço direito.

(...)

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Provavelmente vai ter mais um capítulo hoje, então fiquem ligados, hein.

𝒜𝑚𝑜𝑟? - 𝘢𝘴𝘩𝘵𝘳𝘢𝘺 Onde histórias criam vida. Descubra agora