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Outros corpos, outros cheiros pra esquecer o meu, hmm-hmm

Outros corpos, outros cheiros para esquecer o meu


-- Nossa, mas como você é gostosa, gata! – o cara de cabelos loiros tinha o rosto em meu pescoço, mordendo-me, cheirando-me e lambendo-me a pele e as estroboscópicas piscavam, eu fechava o olho, não pelo tesão, mas de cansaço mental – Podia ficar a noite inteira com você aqui!

A parede com aquele cara parecia uma ideia atraente, mas naquele momento era tediosa. Vinha me cansando muito facilmente nos últimos tempos. Não que eu fosse uma pessoa que tinha alguma paixão forte por beijar e transar com estranhos em festas em que eu poderia estar apenas dançando, mas nos últimos tempos estava insuportável.

Desde que voltei da tour Europeia do livro.

-- Podíamos ir embora agora, não é? – o loiro questionou, próximo ao meu ouvido, essa frase era tão boa vinda de outra boca, não da dele – Minha cama é muito boa, bem que podíamos ir para lá nos conhecermos melhor...

-- Não, não poderíamos.

Me livrei de seus braços e antes que pudesse manifestar qualquer coisa, eu já estava longe das luzes, vestida com o casaco e estava entrando em um taxi. O cansaço não me permitira ficar alcoolizada, mas naquele momento só queria chorar. Não porque o cara loiro fez alguma coisa que eu não havia gostado, mas era o quarto cara naquela noite e nenhum deles a fizera querer mais do que um beijo. Não senti uma mínima fagulha do que quer que fosse, apenas raiva de mim mesma. A raiva de saber que minha pele estava marcada e eu não era mais capaz de querer outro corpo da mesma maneira. A raiva de saber que eu não pertencia mais a mim mesma, eu pertencia a ele.

Desde que conheci a sensação de estar em seus braços...


-- Joe – murmurei contra seus lábios, implorando enquanto sentia a pele em contato com a dele queimar – Por favor Joe...

-- Me diz o que você quer Auty – ele murmurou contra minha pele, depositando um beijo desejoso ali – Me diz o que você quer que eu faça...

-- Você... – arfei, quase sem conseguir respirar, me segurando com mais força ainda em suas costas – Quero você em mim – implorei com mais dedicação, quase chorando para que ele fizesse logo o que tinha que fazer, vendo a malicia em seu sorriso aumentar exponencialmente – Por favor, só não demora mais...

-- Tudo o que você quiser, dear...

Naquele dia eu havia descoberto o que era estar nos braços de alguém e nunca mais querer sair. Naquele dia eu tinha certeza absoluta de que não precisava de mais nada para ser feliz. Foi a primeira vez que transamos e um lado de mim insiste em acreditar que naquela noite não estávamos apenas em coito, estávamos fazendo amor. A maneira como nos movíamos de maneira quase sincronizada em tudo, como todo o meu corpo implorava por ele e como o dele implorava pelo meu, se perdendo as vezes por não saber qual parte ele preferia atacar primeiro...

Quando acordamos no dia seguinte, quase na hora do almoço, não havia culpa. Simples assim. Aquilo era certo e, de tão certo que era, passamos o dia deitados na suntuosa cama de seu hotel, entre risos, conversas e mais sessões de sexo intenso e, honestamente, quase totalmente apaixonado, diferentemente de tudo o que eu já havia vivido até então.

Naquele taxi, indo para casa, só conseguia pensar em cada cena que passamos, em cada beijo, risada e toque... Só conseguia pensar como ele ainda me feria tão fácil mesmo com um oceano de distância.

-- Acho que não quero mais levantar dessa cama – disse sorrindo enquanto fazia carinho em minhas costas nuas – Acho que não quero levantar nunca mais...

-- Precisamos levantar – ri, virando-me de frente para ele na cama e segurando o lençol que ele insistia em puxar para baixo, tentando desnudar meus seios – Não! Já viu bastante desde ontem a tarde! E precisamos levantar, além da comida, porque meu editor me paga para sorrir automaticamente e autografar folhas de rosto até que meu tendão declare falência! – ele puxou o lençol mais uma vez com mais força, criando um barulho de rasgo, que arrancou gargalhadas de ambos enquanto ele aproveitava a distração para me puxar mais para perto – Agora o hotel vai te cobrar pelo lençol Joseph Quinn!

-- Já iam cobrar mesmo porque eu ia querer levar esse lençol comigo de tanto que você se enrolou nele – depositou alguns beijos insinuantes na curva do meu pescoço, fazendo-me rir – Eu não tenho gravação hoje, você não tem sessão de autógrafos hoje... A cama podia ser nossa o dia inteiro, só preciso da bermuda para pegar comida para nós!

Minha pele estava marcada por ele, assim como meus lábios e, o pior de tudo, meus sentimentos. Joseph havia me marcado inteira, de todas as formas não prejudiciais que um ser humano poderia marcar outro...

HOTEL CARO || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora