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Eu tô pensando em você, fumando um cigarro

Numa banheira vazia, em um hotel caro

Sinceramente, eu tô cansado

Se foi você que errou, por que que eu me sinto culpado?

-- Já mandou mensagem para ela? – Wesley questionou, entrando no quarto enquanto eu fumava virado para a janela – É, isso está com cara de não.

-- Vocês estão se revezando para ver quem consegue a melhor resposta?

-- Não, ainda não – ele sorriu, me tirando um riso fácil – Mas deveria. Apesar de mais uma vez você ter sido flagrado com uma garota aleatória, mas você está ouvindo "R U Mine?" e "I wanna be yours" em repetição, além de "THE LONELIEST". Sua playlist costuma ser mais variada...

-- Estavam no aleatório – soltei a fumaça, sentindo o sol esquentar minha pele e pensando que poderia esquentar meus sentimentos e cozinhá-los até a extinção – Gosto das músicas...

-- Aleatório do fundo do poço, só se for – ele acendeu um cigarro e parou ao meu lado de frente à janela – Além de carbonizar o pulmão vai fritar os olhos também? Se quiser fazer suicídio assistido avisa que a gente contata seu agente pra ele te impedir enquanto a gente te manda pra uma clínica psiquiátrica!

-- Jerk! – rimos soltando a fumaça – As coisas não estão incríveis, mas estão boas, então é o suficiente por hora. Logo menos tudo isso vai passar e a Auty vai ser só uma boa lembrança. Nada além disso...

-- Vai ter que deixar sim! – exclamei rindo enquanto tentava não derrubar o celular na banheira que estávamos porque ela tentava pegá-lo – Como é possível que você sexy dessa maneira e eu não possa ter um registro?

-- Seus olhos são o suficiente – ela riu, segurando a taça com refrigerante enquanto tentava pegar o aparelho – Não sei o que você vai fazer com essa foto depois!

-- O mesmo que eu fiz com as outras, desde a primeira que eu tirei! – dei de ombros rindo enquanto segurava a minha long neck e ainda tentava tirar uma foto dela, mais ainda agora que ela sorria – Guardei todas para mim, meu arquivo pessoal de felicidade...

-- Quando foi a primeira Joe? – ela questionou rindo, tomando mais um gole da bebida borbulhante de cor negra antes de pousar a taça no aparador e esticar as pernas para posicioná-las em meu colo – Quando foi a primeira foto que você tirou?

-- Lançamento do "Marrom" – sorri, fazendo-a corar – Entrei discretamente e antes de me reconhecerem e tudo o mais, tirei uma foto com o celular – ela corou mais ainda, afundando até o pescoço, enquanto eu procurava a primeira foto – Essa aqui! Está linda. – me inclinei, dando-lhe um beijo na testa – Sempre é, na verdade – ela se levantou um pouco da agua e pude beijá-la delicadamente – Sempre vai ser – intensifiquei um pouco mais o beijo e senti que ela sorria contra meus lábios – Agora, imagina só, um dia um dos seus livros vira um filme – seu sorriso não se continha de felicidade, me fazendo rir e beijar aquele sorriso – Ai eu sou chamado para atuar no seu filme – beijei seu sorriso novamente – E nós podemos fugir durante as gravações pro meu camarim – beijei-a mais um vez e ela começou a fazer um carinho delicado no meu pescoço e nuca, gerando-me arrepios – E além de estar realizando seus desejo de ter a adaptação, vai ser mais uma oportunidade de eu ficar cadelando você...

-- Cadelando? – ela sorriu, beijei seu sorriso mais uma vez – De onde você tirou isso?

-- Umas fãs falaram na internet pelo Twitter e a descrição encaixa perfeitamente com a maneira que eu me sinto por você – sorri enquanto ela me pedia para segurar as coisas porque ela ia se ajeitar na banheira – Aparentemente você adorou a ideia de saber que eu sou totalmente "cadela" sua não é mesmo?

-- Ninguém mandou ser uma poltrona tão confortável...

Beijei sua nuca e desisti de tirar uma foto dela porque agora tinha acesso a coisas muito mais interessantes, mas também achei muito engraçado o momento em que achei que a estava provocando e ela estava apenas dormindo em meu peito. A abracei com um pouco mais de força nesse momento e curti o silencio de seu sono, bebendo minha cerveja vez ou outra e pensando como eu tinha sorte de poder tê-la em meus braços...

-- Você nem está ouvindo o que eu estou falando, Quinn! – Wesley riu, apertando o filtro do seu cigarro no cinzeiro enquanto eu balançava a cabeça para abstrair dos pensamentos que estavam insistindo em me perseguir – Precisa tentar falar com ela. Está claramente sentindo falta dela e ainda dá pra consertar. Devia fazer algo antes que seja tarde demais.

-- Estou tão errado assim? – questionei, acendendo mais um cigarro e dando um trago – Fui tão errado assim quando mandei ela ir embora porque ela não quis morar comigo?

-- O que seu pulmão lhe diz? – sorri com a piada e soltei a fumaça – Porque ele vai ser a resposta mais sincera que você terá!

HOTEL CARO || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora