Conhecer os Graham estava sendo maravilhoso! Eles possuíam uma energia ótima, eu nunca havia conhecido pessoas tão bondosas e sábias, me acolheram como se eu fosse filha deles e procuravam garantir meu bem-estar, assim como de todos que passavam pela mansão.
Conforme a vida tomava um novo curso, alguns ajustes sobre mim foram realizados. Foi decidido que eu poderia ajudar o Sr. Ned Gowan, advogado da família, em tudo o que fosse relacionado a destilaria, pois como Jamie havia comentado, ele pretendia se aposentar em breve e buscava alguém de confiança para assumir seu lugar.
Além disso, passei a ajudar Jamie na organização dos pedidos de Whisky, participando ativamente das entregas e negociação com compradores e fornecedores, o que me permitiu conhecer muitos escoceses e colocar minha argumentação em prática para conseguir alguns descontos.
Após uma sugestão de Jamie, no tempo livre tia Bennet (como fui instruída a chamá-la), estava me ensinando mais sobre ervas medicinais. Iniciei meu próprio livro de plantas, auxiliei no preparo de alguns remédios caseiros que ela sempre deixava em estoque, para quando fosse necessário.
Inclusive descobri que o chá que tomei na madrugada de sexta-feira, era uma infusão feita sob sua orientação, com a intenção de melhorar minha imunidade e trazer uma cura mais rápida, o que deu muito certo!
Nos fins de tarde sempre nos sentávamos juntos para tomar um café, nós quatro, e conversávamos alegremente nos conhecendo melhor e estabelecendo uma conexão cada vez maior. Eu não me lembrava de ter uma família, me sentir finalmente parte de uma estava sendo muito especial.
Na terceira semana após o retorno dos Graham, tio Matt estava me mostrando um álbum de fotos da infância de Jamie, estávamos sentados no chão do salão principal, enfrente a grande lareira comendo bolachinhas e ele parecia super empolgado contando algumas histórias do passado.
- Jamie era um menino travesso, vivia aprontando na vizinhança junto do seu melhor amigo Gustavo – disse, me indicando na foto um menininho loirinho de olhos claros – eles eram inseparáveis, se lembra querida?
Tia Bennet estava em uma poltrona próxima a nós, bordando em um bastidor. Jamie cochilava no sofá, a cabeleira ruiva visível em meio as almofadas.
- Verdade meu velho, ele nos deu muito trabalho no começo – disse ela, arrumando seus pequenos óculos de descanso – mas até nessa parte nós nos divertimos.
Tio Matt riu e se aproximou da lareira, abastecendo-a com mais um pouco de lenha.
- Esse rapaz é teimoso como uma mula Claire, mas tem um coração gigante. Ele é igualzinho ao Brian, que Deus o tenha. – Completou pesaroso.
Concordei silenciosamente e servi a ele mais um pouco de chá, na tentativa de oferecer algum consolo.
- Jamie não parece ter tanto contato com sua irmã Jenny, como é a relação deles? – perguntei, estendendo uma xicara para tia Bennet.
- Obrigada querida – respondeu. – Eles não são tão próximos como deveriam, mas isso se deve ao fato de terem passado grande parte do tempo convivendo como primos. Além disso, Jenny e Jamie são muito parecidos, ambos com as cabeças duras como jarros e de opiniões fortes. Por isso é difícil para eles conviverem sem discutir. Mas é claro que se amam muito!
Tio Matt me mostrou uma foto onde Jenny aparecia e me surpreendi com sua aparência.
- Aqui está – apontou ele – a mocinha briguenta.
Linda, com longos cabelos negros como a noite, a jovem carregava um par de olhos castanhos que se destacavam com a tonalidade branca de sua pele. Perto de Jamie já adulto, ela parecia menor do que eu e bem magrinha.
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Uma longa jornada
RomanceClaire é advogada em uma empresa renomada em Londres, mas se vê infeliz com sua vida. Até que toma uma decisão por impulso e vai parar em um trem sem saber o seu destino. O que será o futuro lhe reserva? Essa é uma história sobre como escolhas refl...