Acordei com Jamie tocando de leve em meu ombro nu, seu toque quente e superficial me causava arrepios enquanto ele desenhava padrões imagináveis em minha pele.
- Bom dia minha Sassenach - disse ele, sua voz grave me trazendo de vez a consciência - você é tão linda, sua pele é tão macia e cheirosa.
Sorri e me aconcheguei ainda mais ao seu abraço.
- Você está se sentindo bem? - questionei - achei que acordaria de ressaca.
- Minha cabeça dói como se meu crânio fosse se partir ao meio - murmurou ele - mas nada me tiraria a bela visão que é vê-la dormindo relaxada ao amanhecer.
- Está bem - falei rindo - fico feliz que goste tanto assim de minha aparência. Mas me diga, como foi ontem? Conseguiu conquistar os novos compradores?
Ergui-me sob o cotovelo para examiná-lo. Ele não estava tão mal assim, pensei com senso crítico.
- Foi um sucesso, agora nosso whisky também será vendido na Argentina - respondeu, fechando os olhos para um raio de sol que invadia o quarto. - Encontrei com o grupo de homens em uma pousada próxima a Inverness, eles gostaram muito de tudo o que eu disse, mas o que os levou a decisão final foi a prova prática. Consequentemente eu tive que acompanhá-los e quando percebi havíamos detonado um barril pela metade.
- Ah! - exclamei - Que bom que deu certo!
- Sim, é verdade - disse, pensativo - mas aqueles homens parecem não ter fundo, até eu que estou habituado a tomar bebidas fortes não aguentei com o ritmo deles. Vim embora assim que pude, pois não gostaria de chateá-la com minha ausência, e eles ainda ficaram bebendo o que sobrou do mostruário.
- Não precisava se preocupar em me chatear - disse, beijando seu peito - Sei que é um homem de caráter, responsável.
- Que bom que sabe disso Sassenach - falou pacificamente - eu jamais faria algo que perturbasse você. Ontem era apenas eu e os velhos compradores, argentinos idosos doidos para gastar dinheiro com birita - deu de ombros bem-humorado.
A essa altura a movimentação na mansão começava iniciando mais um dia. Tomamos um banho e descemos para tomar café. Assim que consegui finalizar minhas atividades diárias, corri para Inverness para buscar os presentes.
Aproveitei para comprar as coisas da lista e voltei para a mansão, iniciando os preparativos. Quando estava tudo bem encaminhado, Tia Bennet foi a cozinha atraída pelo cheiro de comida bem temperada.
- Olha só o que nossa querida Claire está inventando!! - Bateu palmas, admirada com a bela mesa e decoração.
- Que bom que gostou Tia! - Respondi, sentindo meu rosto corado com o calor da adrenalina. - Foi uma ideia que tive para agradá-los, espero que eu tenha acertado no tempero.
- Ah!! - exclamou - com certeza acertou, o cheiro está maravilhoso.
Posicionei as taças sobre a mesa e a vi olhando o forno curiosa.
- É assado de porco, a senhora gosta?
- Humm que delícia - respondeu animada - eu adoro, mas nunca me dei bem em fazer. Tenho mais facilidade com cordeiro e boi.
- Ufa, fiquei aliviada que goste! - respondi - poderia ir chamar o Tio Matt e Jamie para o jantar, por favor tia?
- Claro meu bem, já vou passar na adega e pegar algumas bebidas.
Por mais surpreendente que fosse, eu consegui agradar o paladar de todos a ponto de repetirem mais de uma vez.
Alegre demais com o sucesso do planejamento, observei enquanto Jamie comia entre suspiros.
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Uma longa jornada
DragosteClaire é advogada em uma empresa renomada em Londres, mas se vê infeliz com sua vida. Até que toma uma decisão por impulso e vai parar em um trem sem saber o seu destino. O que será o futuro lhe reserva? Essa é uma história sobre como escolhas refl...