Algumas semanas depois.
Jamie e eu recebemos a visita de Jenny e Ian Murray e finalmente tive a oportunidade de conhecê-los. Foi uma experiência muito agradável, carregada de piadas e muita cumplicidade. Fui tratada com muito carinho pela minha cunhada e seu esposo, que ficaram pouco tempo pois não gostavam de deixar a propriedade sozinha.
Prometemos visitá-los em breve e percebi que Jamie ficou muito aliviada por não ter tido nenhum desconforto com sua irmã, ambos pareciam dispostos a melhorar sua relação.
Os Graham estavam novamente em uma viagem, desta vez para o Alasca. Tia Bennet me mandava fotos de pinguins e seus áudios contando como estava sendo a grande aventura sempre eram carregados de alegria.
Com isso, Jamie e eu tínhamos mais liberdade para aproveitar a companhia um do outro e fazer novas “experiências” pela mansão.
Já havíamos experimentado quase todos os cômodos em horários diferentes. Algumas vezes durante o dia em uma escapadinha, outras vezes durante a noite, que sempre eram as melhores, sem interrupções ou preocupações.
Naquele dia em específico Jamie havia me prometido uma noite especial no ático, uma área linda da mansão que tinha vista para o céu estrelado. Eu havia ido até lá poucas vezes e não esperava a transformação que via agora.
O lugar parecia mágico com uma linda decoração, feita com luzes ao redor do nosso colchão, que estava posicionado de frente a grande janela, com cobertores e travesseiros. Ele havia trazido vinho e whisky, acompanhados de taças de vidro, ao lado uma tábua de frios. Além de tudo isso, uma música tocava baixinho de fundo preenchendo o ambiente.
- A senhorita me daria a honra dessa dança? - disse Jamie, com um sorriso satisfeito ao ver minha expressão de surpresa.
- Claro – respondi, segurando sua mão – Jamie, está tudo perfeito, você caprichou demais!!
- Hahaha você me inspirou Sassenach – respondeu, satisfeito – hoje teremos uma noite estrelada e eu não poderia perder a oportunidade de trazê-la para acampar aqui em cima, eu adorava vir aqui quando era pequeno.
Sorri enquanto rodopiávamos pelo cômodo, nossos corpos colados em uma dança lenta e romântica.
- Você é o rei dos homens sabia?
- Você acha minha Sassenach? – disse, olhando-me com desejo – pois eu só me importo em ser seu e que seja minha.
Ri baixinho e colei meu rosto em seu ombro, sentindo seu cheiro de banho.
- Eu te amo tanto.
- Eu te amo tanto que chega dói – disse ele.
Alguns minutos depois, nos sentamos em nossa cama improvisada e observamos o céu.
- Essas estrelas me lembram você minha Sassenach, cheias de vida e luz. Tão maravilhosas que só poderiam ser de criação divina.
Senti meu corpo esquentar conforme ouvia suas palavras, meu rosto aquecendo-se, com a timidez causada pelo elogio.
- Você não existe James Fraser!!
Ele se levantou e ouvi seus passos enquanto me desafiei a contar quantas estrelas eu conseguia ver, ouvi sua aproximação e logo senti um toque em meu ombro.
Ao me virar o encontrei ajoelhado em minha frente, com um anel em suas mãos.
- Jamie... o que? - perguntei, surpresa.
Seu rosto estava muito vermelho, ele respirou fundo antes de conseguir proferir as seguintes palavras:
- Minha Claire, minha Sassenach. Não tenho como explicar o que sinto por você, nem mesmo a imensidão desse céu é maior do que meu amor por ti. Meu peito parece prestes a explodir cada vez que te vejo e meus dedos coçam com a vontade de tocá-la. Meu corpo te deseja mais do que água e comida, você se tornou minha maior necessidade e eu sonho em construir uma família com você. Portanto, te pergunto: aceita se casar comigo?
Obviamente eu me acabei em lágrimas e só consegui gesticular que sim, com um mega sorriso no rosto enquanto ele colava o lindo anel em minha mão trêmula. Me agarrei em seu pescoço e comecei a sussurrar inúmeras vezes que eu o amava muito, muito, muito, e ele ria aliviado pela minha resposta.
Nos amamos com o céu de testemunha e naquele dia, eu me tornei noiva do amor de minha vida. E tudo não poderia estar mais perfeito.
Na madrugada, incapaz de dormir tamanha minha felicidade, eu observava a linda aliança e me deparei com a seguinte inscrição em seu interior.
- Da mi basia mille... – li baixinho.
- É de Catulo. Um trecho de um poema de amor. – Disse Jamie, sua voz rouca pelo sono, antes de recitar - Sua tradução é: permita, então, que beijos apaixonados permaneçam em nossos lábios...
- Comece a contagem, até mil e cem e mais cem e mais mil – sussurrei, completando – é lindo Jamie, eu conheco esse trecho. Estou apaixonada por tudo e principalmente por você.
Adormecemos nos braços do outro, com a certeza de que a felicidade morava ali. E o dia amanheceu, lindo e abençoado.
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Uma longa jornada
RomanceClaire é advogada em uma empresa renomada em Londres, mas se vê infeliz com sua vida. Até que toma uma decisão por impulso e vai parar em um trem sem saber o seu destino. O que será o futuro lhe reserva? Essa é uma história sobre como escolhas refl...