1》A CASA

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         Olho pra frente ainda desacreditado no que estou escutando, meu irmão mais velho, sentado ao lado de sua esposa, do outro lado da mesa, me olham com cara de pena, e ao mesmo tempo imparcial, sobre a decisão que tomaram sem mim. Fora que, o que me pediram é injusto. Eles nao tinham esse direito.
    

_ eu não posso, isso é de mais pra mim, por que não vão vocês?_ meu irmão e minha cunhada me pediram pra que eu fosse pra casa de nossa mãe, que fica no interior. Após sua morte em agosto do ano passado, meu irmão ficou responsável por mim, eu terminava meu ensino médio, estava atrasado, por ter largado a escola dois anos antes, nossa família ficou destruída. Nós nunca conhecemos nosso pai, mamãe disse que ele havia a deixado, quando descobriu da segunda gravidez, meu irmão era muito ligado a ele. Sei que ele me culpa, mas não demonstra, depois de terminar a escola, e passar a dor do luto, voltamos a nossa vida normal, ou quase normal.

  Mês passado, quando um assistente social do governo veio aqui em casa, alegando que minha mãe havia deixado um testamento, nos surpreendeu, ela sempre trabalhou muito, mas nunca demonstrou que tinha mais do que precisávamos. Quando abrimos a carta com o advogado, descobrimos que ela dividiu seus bens em uma fortuna de 10 milhões pra cada filho, no caso eu e meu irmão. Minha cunhada que estava presente logo se animou, aranha desgraçada, da pra ver que está com meu irmão só por causa de status, já que ele é um dos 10 arquitetos mais bem falados da sociedade. E deixou também duas casas, uma pra cada, mas deixou em aberto, para que nós nos decidamos com qual casa cada um quer ficar. Deixou uma residência no valor de 60 mil, na qual estamos agora. No caso essa onde meu irmão vai morar com minha cunhada e o filho que descobriram a pouco tempo que estão esperando. E uma outro no valo de 40 mil, no interior da cidade também, perto da floresta, chamada de Michigan
   O motivo de toda indignação atual, e que meu irmão pediu pra que eu fosse embora, pra minha casa. Eles decidiram ficar com essa, já que, como disse minha cunhada' e melhor pra carreira de Alex e pro nosso bebê'. Uma ova, todos sabem que independente da onde ele estivesse, daria pra viver. Eu tô puto, porque os dois não me falaram nada, não me perguntam se estava de acordo, não pensaram em minha vida social, meus amigos. Sério. Fora que eles já organizaram minhas coisas e mandaram pra casa, maldito aristocrata arquiteto que resolve tudo com dinheiro e contrato.

_ bom irmão, como já disse e vou repetir, não dá, nos já mandamos suas coisas pra lá, já assinamos o contrato de posse dessa residência, e aqui está o seu, pra assinar, da outra residência_ ele diz pegando um papel na maleta e me entregando._ assine os dois, o original é seu pra levar.

  Olho o papel, bufo e reviro os olhos, vejo os dois se entre olhando e olhando pro papel. Levanto uma sobrancelha e leio o contrato.
   Está tudo certo, assino um e entrego a meu irmão, e assino a cópia tbm. Minha cunhada assina de testemunha. Me levanto com raiva e vou pro quarto de hóspedes, já que o meu quarto não tem mais nada meu. Eles não podiam fazer isso, eu to com tanta raiva, idiotas.
  Pego meu celular e ponho pra desperta 3 horas. Eu pesquisei a localização da casa e leva 3 horas e meia pra chegar, com o contra tempo devo chegar umas 7 da manhã. Vou sair antes de todos levantar, já que planejaram que eu vá de umas vez, eu vou por conta própria, aqueles conspiradores.
  Pego meu cartão de débito, que está vinculado a conta de dinheiro que minha mãe havia deixado pra mim. Um contador disse que se eu levar uma vida simples de só suprir necessidades sem esbanjar, ela pode durar mais de dez anos. Me deito na cama e tento descansar.

        'Eu estava, diante de um lago, a lua cheia, brilhava sobre minha cabeça, refletida no lago como se fosse a superfície de um imenso espelho, o vento sopra fraco, mas gelado e a mata ao redor está agitada. Respiro o ar puro e me acalmo, mas um barulho me faz voltar o olhar para o lado. Do outro lado, na margem, dois pontos brilhosos me encaram, dentro de mim, um sentimento cresce. Eu estou paralisado, tudo ao meu redor esta paralisado. Os olhos se não param de me encarar, e num fleche de segundo, a sombra que os possuía pula em minha direção, saltando sobre o lado como se fosse uma poça de água. Ao cobrir a lua tudo se escurece, aqueles olhos chegando mais perto até que...'

     Acordo com o barulho do despertador, arfo pelo som, e trato de desligar, oque menos quero agora é todos da casa acordando junto comigo. Penso sobre o sonho, mais um pra lista de coisas malucas que me vem a cabeça. Me arrumo rápido, pego minha mochila, verifico se estou com tudo. Pego meu celular e chamo um carro de aplicativo, já são 3:35, eu vou chegar mais tarde do que planejava.
    Saio pelo corredor, a casa tá escura, uso o brilho de tela pra me ajudar a descer as escadas. Parece que estudos estão dormindo, passo pela cozinha, e pego uns salgadinhos pra comer na viagem. Olho pra adega, e todos aqueles vinhos, meu irmão amava eles, ele dizia que quem bebese ou quebrasse qualquer uma daquelas garrafas ele mesmo faria a pessoa pagar com a vida. Pego uma garrafa e ponho na mochila. Pego um papel do bloco de notas que ficava na geladeira e escrevo uma mensagem, colocando em cima do espaço da adega, onde faltava uma garrafa de vinho:
VA PRO INFERNO!

      Dentro do carro, indico o endereço pro motorista, e me encosto no estofado do banco de trás e tento cochilar um pouco mais.
Sou acordado pelo motorista segundos depois, ou foram horas, olho ao redor e estamos num lugar estranho, a uma floresta de eucaliptos ao redor. E diante de mim uma casa, não, uma mansão!
  Era enorme, dois andares com uma varando revestida de plantas trapadeiras a porta imensa e vermelho, os ladrilhos da calçada vinha até a rua e um jardim lindo com flores de todos os tipos na frente. Viro pro motorista e ele estava me encarando como se fosse de outro mundo.

_ah... desculpas_ lembro que tenho que pagar a corrida. Faço o pix pro moço, e saio do carro com minha mochila.
  Sinto a brisa me receber, enquanto escuto o carro fazer o retorno e ir embora. Pego a chave que estava no bolso, ela veio dentro da carta que meu irmão me entregou onde estava os contratos.
     Abri a porta da casa, entrando e vendo por dentro toda a residência, e se  o lado de fora me deixou sem fôlego, o de dentro roubou meus pulmões. Tinha uma sala, imensa que concerteza dava pra por dois quartos do meu quarto que eu tinha na outra casa. Tinha um balcao separando a sala de jantar e logo atras a cozinha, a minha direita tinha uma porta, que julguei ser o closet de casacos, e mais a frente havia a escada pro segundo andar. Subo as mesmas indo pra parte de cima, tinha um corredor imenso e no fim do mesmo havia uma janela. Tinha três portas de cada lado, e uma escada na lateral esquerda da janela no fim do corredor, julguei ser pro sótão.
   Vi todos os cômodos, quatro quartos e dois banheiros. Dois quarto tinha um closet e banheiro próprio. E minhas coisas estava postas em um deles. Tudo estava arrumado, a casa estava limpa só minhas roupas que não foram guardadas.
   Bom, tenho tempo de mais pra explorar a casa, já que não vou ter oque fazer nos próximos dias.
Talvez eu vá na cidade, pra conhecer as pessoas e quem sabe comprar comida, que eu duvide muito que tenham comprado. Mas antes eu desfaço a mochila que trouxe. Ponho o vinho que peguei do meu irmão e coloquei na cabeceira da cama. A essa hora ele deve estar doido em fúria.
    Vejo o celular, e são 9:00horas, pego uma peça de roupas, vou tomar banho e ir pra cidade.
    

SE NÃO FOSSE A LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora