SE NÃO FOSSE A LUA

9》O CAÇADOR

       Levanto, sentindo a cabeça doer um pouco. Não estava de ressaca, mas cachaça e maconha juntas não acaba bem neah. Deve ter sido o vinho, olho ao redor e ainda estou no quarto de uma casa que nao é a minha. A noite de ontem veio com tudo na minha cabeça, arfo pela dor que os pensamentos me causam, mas, oque rolou ontem, foi drástico. Que inferno cara, me sinto idiota por te agido daquela forma. Me levanto e me arrumo, querendo sair daqui com urgência, depois de pronto, saio pelo corredor. A porta do quarto dele ainda está trancada. Sigo pra saída. Vou embora sem avisar mesmo, depois explico pra ele, hoje tenho que trabalhar, e se demorar mais algum tempo vou me ferrar por isso. Antes vou passar em casa, pra trocar de roupa e pegar meu uniforme.
        Sigo, pela rodovia, passo direto pela Cidade, que segue normal, vazia ainda, pelos rumores do monstro que ronda as casa, aquela besta.
   Entro em casa, e está tudo silêncio, Sigo sem fazer barulho. Mas um barulho na sala me chama atenção, me viro e dou de cara com meu tio.
    O homem, no auge da sua idade, bem vestido e trajado, seu relógio no pulso que ele quase não tira, o coturno bem lustrado, o charuto na mão, e um whisky na outra. Olha a bebida me dá enjoo, como ele consegue bebe essa hora da manhã?

_ onde estava?_ ele diz sem mudar seu olhar, sempre pro lado de fora, vendo tudo pela janela, calculando os atos de um homem da elite.

_oi tio, bom dia também. Eu estava na casa de um amigo._ sigo, indo pra sala, e parando ao seu lado.

_ que amigo? O menino da casa no lago? Já conseguiu encantar o garoto? Ou sua forma de agir, feito um virgem sem graça, o impediu_ ele diz com frieza na voz.

_ não tio, e Henry é um garoto maravilhoso não merece isso. Muito menos ser usado pra nossos caprichos_ digo ficando levemente irritado.

Ele suspira e se levanta, vem pra perto de mim, me encara no olho e sai pra mesinha no canto da sala. Põe dois gelos no copo e se serve de mais uma dose. Sério, como ele consegue?

_ devo lembrar a você, nosso real motivo aqui. Sei que está gostando dele, mais seus sentimentos só irão atrapalhar o trabalho de nossa família.
Aquela casa é importante pra nós, e um ponto estratégico pra nosso propósito, e precisamos dela pra concluir oque queremos_ ele diz, dando um longo gole na bebida. Traga a fumaça do seu charuto e se vira pra mim_ você sabia que ele foi visto a 1 semana atrás. Levou um tiro, de prata, como eu havia ensinado aos fazendeiros. E desde que seu amigo apareceu, ele não da as caras. Lhe digo mais, o local onde isso aconteceu e bem perto da casa de seu amigo, e todos sabem que a floresta atrás da casa é densa e enorme. Ele pode estar se escondendo lá, seu amigo pode estar em perigo, ou quem sabe... o protegendo.

_IMPOSSIVEL_ Corto alterado._ Henry é delicado de mais, e vem da cidade, ele poderia muito bem ter dito algo pra alguém. Ele está com medo, assim como todos._ digo ríspido.

_ calma sobrinho, e so uma hipótese, não estou acusando ninguém, mas devo insistir em que você haja rápido. Precisamos daquela casa, temos que matar aquele lobo. Você quer tanto entrar pra nossa alcateia? Quer tanto a sua transformação? Então faça por merecer._ ele diz rispidamente, voltando pro seu lugar, a poltrona que sempre passa o dia. Antes de ir pra fábrica de madeira, que a na cidade.

_ está bem, preciso ir trabalhar, se ficar batendo papo vou me atrasar. Não se preocupe, vou convidá-lo ao festival e não passará daquela noite_ digo me virando, mas antes de sair sou interrompido por ele.

_ sabe sobrinho, você tem valor e quase um homem feito, e tem que levar o crédito, mas com a maturidade vem a responsabilidade, e os ensinamentos da vida... se você falhar com ele na noite do festival, eu terei que matá-lo.  E sabe como os lobos de nossa matilha, são quando se trata de suas prezas. E bom agir rápido.