3》 O GAROTO

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       Chovia há três dias já, a temperatura caiu pra casa dos 13° graus. Parecia que o inverno havia chegado. Desci as escadas e fui até a cozinha, sem muito oque fazer por aqui e com essa chuva toda caindo, eu passei as últimas 72 horas debaixo da coberta, vendo série e filme ou dormindo muito.
   Ponho água no fogo pra fazer café, enquanto a água ferve, preparo um sanduíche pra por na chapa. A casa é muito grande, bisbilhotei por aí, algumas vezes, achei umas caixas velhas da minha mãe, depois vou ver o conteúdo, tentei abrir o sótão, mas a porta estava emperrada, tenho que chamar alguém pra concertar. E achei uma passagem atrás de uma cômoda que dá do meu quarto direto pra porta do primeiro quarto, passando por baixo do piso, como fizeram e pra que? Eu não sei.
   O café fica pronto, sirvo um pouco na xícara e pego meu sanduíche, sento na bancada da cozinha mesmo, vou comer aqui pra não sujar nada. Olho pela janela e a chuva deu uma trégua, mais ainda as nuvens se acumulando em cima da casa, mostram que está longe do fim.
 

     Pego minha bota, decidido a ir no lago pra ver como está, choveu bastante nos últimos dias, deve ter enchido alguma coisa. Levo um isqueiro e um cigarro de maconha que eu trouxe comigo da cidade. Aos puritanos que se dane, eu sempre gostei de vinho  mas odeio beber. Agora fumar é uma praia, mas ficar chapado é uma sina.
    Sigo o caminho apagado pelo mato, até o lago, levo 5 minutos pra terminar o percurso, ele é bem próximo da casa, mas olhando pra ela agora, não parece tão grande quanto pensava.
   Ponho o beck na boca e acendo, dando umas duas tragadas bem forte e apreciando o resto, olho ao redor e vejo que o lago está mais cheio que o dia que eu cheguei, quando descobri a existência dele, ainda sim, não estava no limite total. E julgando pelo lugar que eu estou agora, tenho certeza que ele sobe até mais atrás de mim. Será que isso não é perigoso pra casa, a dúvida surge na minha cabeça. Dou uma última tragada no beck, quando escuto um barulho, vinha da floresta, e minha cabeça logo me lembrou da besta.

Droga, logo agora que sai de casa, esse inferno aparece, será que consigo entrar ? Escuto o barulho de novo, dessa vez como um gemido abaixado. Paro pra ouvir de onde vem, e está vindo das árvores, de dentro da floresta, mas não tão longe. Sigo em direção ao barulho que se repete mais uma vez. Vejo uma trilha pequena ao lado dos eucaliptos retorcidas e Gigantes, entro por elas e ao longo tem uma silhueta pálida, jogada ao chão. Vejo que é uma pessoa então corro em sua direção, já desesperado, imaginaod mil coisas do por que ela estar aqui.

   Quando chego perto, vejo que é um menino, um jovem, parece que tem a minha idade, sua pele musculosa está balida e cheia de areia, toco nele e ele se treme, a carne e dura e gélida, a quanto tempo ele está aqui?
   Balanço seu corpor pra ver se ele acorda mas nada dele responder, tento levantar mas seu corpo é pesado. Pego ele pelos braços e arrasto, mata a fora. Passando pelo gramado que divide a casa do lago, e entrando com ele pela porta dos fundos. Ele que me desculpe por fazer isso, mas foi o único jeito.

    Fecho a porta e tranco, não sei como ele foi parar lá, nem que maluco fez isso com ele, ou oque. Vejo que na lateral se seu corpo tem um ferimento. Passo a mão pra ver melhor e ele resmunga. Levo seu corpo pra sala.
   Subo correndo Pego duas toalhas e alguns lençóis. Ponho ao seu lado, pego uma balde com água e tento limpá-lo o máximo possível, ali nq sala mesmo.
  Depois pego o kit de primeiro socorros, pra tratar do ferimento, abro a caixa e não tem muita coisa pra ajudar.

_ droga_ resmungo.

Pego o esparadrapo que tinha na caixa e as gases, limpo a ferida com um pano e a água que trouxe no balde. Conforme tiro o sangue seco, vejo que é profundo, oque se revela ser uma marca de tiro.

_ oque você aprontou garoto?_ pergunto mais pra mim mesmo.

Despejo a água buricada, pra limpar o ferimento e ele resmunga, a bala deve estar aí, mas sem os matérias necessário não tem muito oque fazer aqui.
  Escuto a água da chuva cair novamente, muito mais forte, parece que o mundo vai cair em água em cima da casa. Porfavor teto não cai na minha cabeça, por favor.

SE NÃO FOSSE A LUAOnde histórias criam vida. Descubra agora