20》PAIXÃO

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    Já fazia um mês, um mês que eu havia sido transformado, um mês que eu perdi meu único amigo nessa cidade, um mês que eu descobri que minha mãe não tinha sofrido um acidente, mas sim assassinada.
   Onde estaria o papai, nessas horas eu queria uma pessoa conhecida, familiar, alguém que segurasse minha mão e falasse que tudo ficaria bem.

Max nesse tempo tem sigo muito atencioso, nossa relação ficou um pouco distante, grande parte sendo culpa minha, por estar recluso de mais. Ele saia pra correr quando as coisas ficavam mais tranquilas. Eu ainda sonho com aquela noite, vendo meu amigo morto ao chão. Ainda sinto o desespero durante minha crise de ansiedade, quando Megan me seguiu pela floresta. Pior são as lembranças da minha barriga aberta, a dor dilacerante que eu senti.
Passo os dedos sobre as cicatrizes que ficaram no lugar das garras. A cura licantrupa e realmente impressionante.

Max me explicou tudo oque havia acontecido após o meu choque, falou sobre uma mulher aparecer aqui, ele disse que ela se chama Mirna, fiquei tentado em ir ao centro só pra saber se é a mesma garota sorridente do mercado da cidade.

Falou sobre a Deusa Luna ter aparecido, queria ter visto ela, apesar da minha memória me fazer ter a sensação de que tudo não passou de um sonho. Eu vi a Deusa durante meu descanso, mas aquilo era real?

E tinha Max, eu não entendia muito sobre os lobos nem a forma como viviam, mas parece que eu sou o ômega dele agora. Por natureza eu devo me rebaixar a ele, mas já deixei claro que não farei isso nem que me matasse. Ele riu mas disse que respeitaria, contanto que eu fique com ele como sendo meu alfa, e mais ninguém.

Ontem eu vi que ele ficou chateado com após eu pedir um tempo pra pensar, refletir sobre tudo, ele assentiu, e desde ontem a noite ele não voltou pra casa, apesar de estar preocupado, eu sei que não há mais nenhum perigo a temer.

Ninguém comentou ao que aconteceu, nem falaram nada sobre as pessoas que estão a um mês desaparecida. Acho que não querem se envolver, ou eles não sabem ainda, já que tudo ocorreu após o acidente no festival de Mabon.

Escuto a campainha tocar, apesar da parte tá bem destruída ainda, a frente da casa ainda estava intacta. Infelizmente não posso dizer o mesmo da parte de trás dela, quando abro vejo o semblante de quem eu menos queria ver.

_ EU NÃO ACREDITO NO QUE EU TO VENDO! EU DEIXO VOCÊ MORAR SOZINHO POR 3 MESES E VOCÊ EXPLODE TODA A CASA. VOCÊ E LOUCO?_ meu irmão não espera eu falar ou convidá-lo, sai entrando olhando os estragos e gritando no meu ouvido suas reclamações.
_ pode entrar,a claro fique a vontade, aceita uma água, antes de começar a reclamar de tudo?_ sussurro sarcasticamente pra que ele não escute.

_ Oi pra você também, posso saber oque você faz aqui?_ pergunto assim que fecho a porta ele não está com a cobra da minha cunhada, oque me dá um certo alívio.

_ Eu vim ver como você estava, alguém me ligou ontem dizendo que sua casa estava com sinais de arrombamento e a parte traseira estava queimada. Então vim conferir_ ele diz olhando pro teto da parte da cozinha onde começou o fogo.

_ veio conferir a casa, ou ver se eu tinha morrido pra pegar ela pra você?_ digo com deboche.

Ele se vira pra mim e me encara cerrando os olhos, depois anda em minha direção._ apesar de eu querer que você viva sua vida sem precisar de mim, eu ainda sou seu irmão e sim, eu me preocupo com você. Então e minha obrigação saber oque acontece com você. Eu já perdi o papai, depôs a mamãe, não quero enterrar mais um familiar_ ele diz tudo me dando um certo choque, pela suas palavras nunca ditas pra mim.

_ agora posso saber oque aconteceu aqui, e não minta pra mim, você tá com uma cara péssima de quem dormiu mil anos e foi acordado do sono de beleza._ ele diz debochando de mim.

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⏰ Última atualização: Jan 17 ⏰

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