SE NÃO FOSSE A LUA

10》O FESTIVAL.

            A semana se passou tranquila, Max ficou de vez na casa, oque me deu uma companhia, ele não da trabalho, e apesar de ser um troglodita, é educado e prestativo, ele caça e pega algumas coisas da floresta para a casa, ele é bem inteligente. Fui na cidade algumas vezes, vi drew,  mirna, e até o senhor e a senhora Goderick, que me perguntaram como estava e me presentearam com um belo queijo. A cidade estáva um pouco mais movimentada, o centro pelo menos, já que haveria um festival, que descobri ser em honra a última colheita que antecede o inverno, marcando o ápice do outono. As folhas de algumas árvores caíram é verdade, mas os eucaliptos contínuam intactos, imponentes e firmes como no dia que cheguei aqui, a temperatura começou a cair. E tudo estava organizado pra festividade que aconteçará nesse fim de semana. Drew me convidou pra ir com ele, Max disse que irá pensar, já que pra ele tem grande importância o evento, e ele faz suas atividades recluso em particular.
  Descobri mais sobre os lobos, mas Max não fala muito sobre sua família ou seu bando. Escuto a história dos lobos e a benção que receberam da Lua, que o lago atrás da minha casa, já foi sagrado a muito tempo atrás para os lobos e os humanos. Descobri que ele pode controlar sua transformação de acordo com sua vontade, por que é algo que faz parte de si. Ele disse que eram classificados como Alfa, Beta e ômega. Confesso que esse último sendo tratado em um termo machista e misógino. Mas não comentei nada, Max disse ter nascido beta, mas como sua alcateia foi morta e caçada brutalmente por um grupo que ele ainda desconhece, mas que sabe que é perigoso pra qualquer lobo, ele acabou se tornando alfa. Já que é um lobo solitário. Sua natureza fez ele mudar de status, aprimorando sua habilidade, pra dar continuidade a raça. Fico feliz por isso apesar dele comentar com ton de tristeza.

     Nós até que estamos nos dando bem, com implicância de um lado, comentários maldosos de outro, e até alguns flertes de minha parte, que não são rejeitados, mas também não são correspondidos. Ele com o olhar sempre sério e as vezes cafajeste, me deixou sem jeito duas vezes essa semana, alegando, que se eu não parasse de implicar com ele, devido a tanto tempo fugindo, ele me foderia de todas formas por castigo.

Deixei ele em paz depois disso, não sei qual a dele mais ultimamente ele anda estranho, bem estranho.

_ então, já se decidiu sobre o festival?_ pergunto sentado a mesa, enquanto almoçamos, ele numa ponta e eu em outra, ele estava calado nos últimos dias, e as vezes nem me olhava. Ontem pensei ter ouvido ele gemer um nome, depois acordou gritando LUA, achei esquisito, mas ele disse que era um dos sonhos estranhos que ele tinha a algum tempo.

_ não, mas fica claro minha opinião sobre não ir, e ficar em casa, devo fazer oque faço todo ano, e depois me trancar no sótão_ ele fala, mordendo um pedaço da carne de caça que ele pegou essa manhã. Um javali, que fiquei assustado ao ver morto, e ele todo ensanguentado limpando na minha varanda, bom pelo menos carne não precisarei comprar por umas 3 semanas. Ele me informou que era raro encontrar animais de caça perto, devido a fábrica de madeira  os espantar, mas que sentiu o cheiro do bicho, e seu lobo ajudou na captura do mesmo.

_ e oque seria, esse costume que você não fala, e o mal humor exacerbado que você está a dois dias?_ pergunto mordendo minha carne também.

_bom, basicamente eu subo até a colina, lá no alto, e no ápice da noite, solto meu maior uivo pro céu, em honra a meus familiares mortos, para sempre manter eles lembrados. Depois volto pra casa em silêncio e vou dormi até o outro dia. Voltando a minha rotina normal._ ele fala indiferente.
Acho bonito de sua parte, um ato simbólico pra lembrar dos seus entes querido que nao estão mais aqui. Ainda sim isso é muito solitário.

_ e sobre o mau humor, é que... eu não sei como te falar isso, então vou ser direto, meu Rut está chegando._ ele diz, ficando vermelho e enchendo a boca de comida pra se manter ocupado.