Um bater de asas

A guerra de fogo e sangue.

O jovem Luke chorou nos braços de sua mãe quando chegou em Pedra do Dragão.

-- Onde ele está? –Baela perguntou olhando para o céu para ver se avistava o dragão de seu irmão– Cadê o meu irmão? – Exigiu ela chacoalhando o príncipe Lucerys. Rhaena percebeu os sinais mais rápido e tapou a boca com a mão, lágrimas já surgindo em seus olhos.

Rhaenyra empalideceu ao ouvir seu filho contar entre soluços o que havia acontecido. A rainha reuniu seu conselho naquele dia e contou pessoalmente a notícia ao seu marido. O príncipe Daemon que ainda não tinha partido pra Harenhall esperando pelo retorno de seu filho não disse uma palavra em nenhum momento, seus olhos se arregalaram quando ouviu a notícia e Daemon fechou os olhos naquele momento com lágrimas descendo por seu rosto.

Damon sem nenhum aviso prévio voou até ponta tempestade naquele dia, o conselho estava preocupado que ele tivesse ido reduzir o local a cinzas, ao invés disso Caraxes pousou na Baía dos Naufrágios. O príncipe ladino caiu de joelhos quando viu o corpo de seu filho carbonizado sob a areia, o corpo de seu dragão com a cabeça separada do pescoço, servindo de banquete pra caranguejos e gaivotas, de alguma forma Irmã Sombria não afundou na água, ao invés disso a espada repousava ao lado do corpo do menino. Daemon a recolheu da Areia e gritou aos céus amaldiçoando os deuses, Caraxes o seguiu lançando um pilar de chamas tão alto que as nuvens acima se dispersaram.

Mais tarde Daemon retornara a Pedra do Dragão com o corpo de seu filho nos braços. O funeral aconteceu no mesmo dia, Baela pediu pra que esperassem por Jace que ainda estava no Vale, mas a rainha disse que não havia tempo.

Tanto Rhanyra quanto Rhaenys e suas netas derramaram lágrimas amargas de luto e tristeza, até mesmo o serpente marinha desabou pela morte do neto. Daemon e Lucerys porém permaneceram em silêncio durante toda a cerimônia e o único som que saiu da boca de Lucerys Velaryon foi o dracarys que acendeu a pira.

Jacaerys chegou de Winterfell dias depois, quando soube da morte do seu primo e melhor amigo o menino se negou a acreditar, logo depois se enfureceu jurando vingança a Aemond e a Borros Baratheon, só a intervenção de Baela impediu que o garoto subisse em seu dragão na mesma hora e voasse pra Ponta Tempestade.

A guerra continuou, mas dessa vez ao invés de uma rainha abalada pela morte do filho os pretos tinham uma rainha duas vezes mais forte e determinada. E quando Rhaenys voou com Meleys para o Pouso das Gralhas para defender a cidade Syrax surgiu atrás com a rainha Rhaenyra em suas costas. Juntas as duas queimaram as tropas de Criston Cole que mandou seus soldados lançarem o sinal para o rei.

Se ouviu um rugido e Vhagar e Sunfyre foram avistados ao longe. Os dois poderiam ter atacado, afinal a luta estava de dois contra dois e Aemond tinha o maior dragão do mundo, mas quando Aegon ouviu o rugido furioso de Meleys a rainha vermelha o rei verde se amedrontou e ordenou que as tropas recuassem voando com seu irmão de volta a segurança das muralhas da Fortaleza Vermelha.

Rhaenys que se arrependeu amargamente de ter poupado os verdes na coroação tentou segui-los mas Rhaenyra a impediu bloqueando seu caminho com Syrax

-- Ainda não – Disse a rainha.

As batalhas continuaram por todos os cantos. Lucerys que tinha sido proibido de lutar no Porto das Gralhas se tornou uma peça importante na guerra que se seguiu, com seu dragão Arrax sendo jovem e veloz o rapaz ia e vinha como o vento, queimando os apoiadores dos verdes onde quer que estivessem, e retornando logo após, sendo impossível rastrea-lo ou saber qual seria o próximo local em que despejaria sua vingança. O príncipe que já foi um rapaz alegre e gentil mudou depois da morte de Aerys, uma sombra foi jogada sobre seu coração aquele dia, seu ódio era silêncio e letal, só falava quando o assunto fosse as próximas batalhas e seus olhos só se acendiam ao ver seus inimigos queimarem em chamas. Até mesmo seu dragão que era calmo e dócil virou um animal feroz e temível, como se um demônio o tivesse possuído.