Capítulo 10 - Thanksgiving I

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Meu pai ficou extremamente irritado com o que aconteceu com Nick St. Clair. Não porque eu não aceitei o acordo, mas sim pelo que ele propôs para mim e Cheryl. Isso me surpreendeu, e muito, achei que ele fosse surtar, dizendo que fui imprudente, não fui profissional, blá-blá-blá. Mas, pelo contrário, disse que fui muito bem em dispensar ele..Portanto, mesmo se ele reagisse mal, eu não me arrependeria de nada. Se passasse por isso de novo, faria tudo do mesmo jeito. Além disso, nas quatro semanas após aquela reunião infeliz, as coisas entre eu e Cheryl continuaram evoluindo. Ainda trocamos alguns golpes no trabalho, mas são mais cutucadas no peito, para atormentar, do que socos certeiros na mandíbula, calculados para acabarmos uma com a outra. Compartilhamos ideias, nos ajudamos. Meu pai estava certo sobre isso, pelo menos. Eu e Cheryl nos complementamos, nossos pontos positivos e negativos se equilibram. Em algum lugar no meio do caminho, ela se tornou mais do que apenas um par de pernas onde quero me enfiar. Mais do que um par de calças que desesperadamente quero tirar.

Agora é a Cheryl, uma amiga. Uma amiga que faz minha beyoceta latejar toda vez que entra em minha sala, mas acho que este é meu fardo. Por mais que eu ainda a queira, e tenho certeza de que ela ainda me quer, Cheryl não é o tipo de pessoa que trai. Pelo menos, não o tipo de pessoa que consegue conviver com isso depois.
Mas sei o que você deve estar pensando:

O que aconteceu? Como uma mulher jovem, charmosa, maliciosa, bonita e autoconfiante se tornou aquela garota com gripe, piegas e enclausurada que você conheceu no início? Estamos quase lá, acredite em mim. Para que você possa entender tudo, ainda há mais alguns jogadores que precisa conhecer na porcaria de novela que é minha vida agora.

Você já conheceu a Ignorante Heather Tate. Infelizmente, ela vai voltar.

Agora você conhecerá T Tate. Ela é prima da imbecil. Mas você não deve ter algo contra ela por causa disso. Ela também é a melhor amiga de Cheryl. Vou te mostrar.

- Te vi conversando com aquela morena peituda. Vai voltar na casa dela? - Jughead pergunta para mim.

Ele, Sweet e eu estamos almoçando em um restaurante a dois quarteirões do escritório.
Falando sobre nossa mais recente noite de sábado.

- Não aguentamos ir tão longe.

- Como assim?

Eu sorrio com malícia, lembrando o quanto a garota era exibicionista.

- Aquele táxi nunca mais será o mesmo. Acho que traumatizamos o motorista.

Sweet ri.

- Você é uma cachorra, Toni.

- Não, eu deixei pra fazer cachorrinho quando a gente estivesse no apartamento dela.

Não me olhe daquele jeito de novo. Já conversamos sobre isso.

Amigos. Sexo. Conversa.

Além disso, apesar do entusiasmo selvagem da Garota do Táxi, o sexo foi mediano. Ela não era nem mesmo uma Colgate. Era mais uma marca genérica de pasta de dente, como aquelas que oferecem em hotéis baratos, cujos nomes você não consegue nem lembrar depois de usar.

- Ei, Cheryl - chama Jughead, olhando atrás de mim. - Não te vi chegar.

Vamos parar aqui por um momento. Isso é importante.

Está vendo o olhar em seu rosto? Os lábios apertados? O leve franzido na sobrancelha? Ela ouviu o que eu disse. E não parece muito feliz com isso, não é? Não percebi da primeira vez, mas você devia anotar essa reação. Este momento vai me ferrar mais adiante. Viro para olhá-la. Sua expressão agora é vaga e passiva.

- Quer se juntar a nós? - pergunto.

- Não, obrigada. Acabei de almoçar com uma amiga, na verdade.

E, assim, aparece a amiga. Ela está usando botas pretas de salto alto, uma meia-calça preta que tem rasgos em locais estratégicos de suas pernas, uma saia minúscula, um tomara que caia rosa e um casaco curto de tricô. Seu cabelo castanho escuro é longo e cacheado, os lábios estão cobertos por um gloss, e seus olhos ligeiros, e castanhos, nos observam sob cílios escuros e grossos. Ela é... interessante. Bonita e sensual.

The Attraction - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora