Capítulo 14 - Não quero deixá-la nunca.

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Uma vez, li um artigo que dizia que fazer sexo aumentava nossa expectativa de vida. Se for assim, Cheryl e eu vamos viver para sempre. Perdi a conta de quantas vezes fizemos isso. É como a mordida de um mosquito, quanto mais você coça, mais ela arde. Estou feliz por ter comprado inúmeras latas de energético. Caso você não tenha percebido pelas minhas reações, vou esclarecer: Cheryl Blossom é uma foda incrível. Uma transa espetacular. Se antes eu não tinha certeza de que Heather Tate era uma completa bunda mole - já que só tinha tido uma amostra do que ela jogou fora -, agora tenho total certeza disso.

Ela é aventureira, assumidamente exigente, espontânea e segura. Bem parecida comigo. Nos encaixamos, de diversas formas. Quando enfim paramos para respirar, o céu na minha janela está começando a escurecer. Cheryl está deitada quieta, com a cabeça nos meus seios; passando os dedos por ele. Espero que, após tudo o que te contei, isso não seja uma surpresa, mas eu não "durmo de conchinha". Normalmente, depois que eu e uma garota transamos, não deitamos juntas, não nos aconchegamos, não conversamos na cama. De vez em quando, posso até tirar uma soneca antes de ir embora. Mas não suporto quando uma garota se enrosca em mim como uma cobra. É irritante e desconfortável. No entanto, com Cheryl, as regras antigas parecem não valer mais. Nossas peles quentes estão grudadas, nossos corpos alinhados, seu tornozelo está sobre minha panturrilha, minha coxa está embaixo de seu joelho dobrado. Isso me deixa... calma. Parece reconfortante, de um modo que não consigo descrever. Não tenho a mínima vontade de mudar de posição. A não ser que seja para virá-la e chupa-la mais uma vez.

Ela quebra o silêncio.

- Quando você perdeu a virgindade?- eu rio.

- Estamos jogando "Primeira e décima" de novo? Ou você está pensando no meu histórico sexual? Porque, se for isso, acho que você tá um pouco atrasada, Cheryl. - ela sorri.

- Não. Não é isso. Só quero saber um pouco mais sobre você.

Suspiro ao refletir.

- Beleza. Primeiro vou te falar que eu sinto atração por homens, mas 99% é por mulheres, inclusive faz um tempão que não transo com um, sei lá, talvez eu seja lesbica não sei, mas isso não vem ao caso. Enfim, minha primeira vez foi com... Erica Lewis. No meu aniversário de quinze anos. Ela me convidou para ir até a casa dela, para me dar seu presente. Era ela.

Sinto Cheryl sorrir no meu peito.

- Ela também era virgem?

- Não. Ela tinha acabado de completar dezoito anos. Estava se formando no colégio.

- Ah. Uma mulher mais velha. Então ela te ensinou tudo o que sabe?

Eu sorrio e encolho meus ombros.

- Fui descobrindo uns truques com o passar do tempo.

Ficamos quietas de novo por alguns minutos, e depois ela pergunta:

- Não quer saber sobre a minha primeira vez?

Não preciso nem pensar para responder essa.

- Não.

Não quero estragar o momento, mas vamos parar aqui um segundo. Não tem interesse em saber do passado de uma mulher. Não me importo se você transou com um ou com cem caras ou mulheres, guarde para você. Deixe-me explicar melhor: quando você está em um restaurante e o garçom traz sua refeição, você quer que ele lhe conte sobre todo mundo que tocou naquela comida antes de você colocá-la em sua boca?

Exatamente.

Agora, voltemos ao meu quarto.

Viro para o lado e fico de frente para Cheryl Nossos rostos estão próximos, nossas cabeças dividem o mesmo travesseiro. Sua mão está sob a bochecha de um modo inocente.

The Attraction - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora