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🌈⃝⃒⃤ Olá meus amores, espero que gostem!

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Por Draco Malfoy

O dia mas cinzento do ano havia chegado, vesti minhas roupas um pouco tonto pela enorme quantidade de Whisky que bebi nessa madrugada, mas tomei um café forte e assim que minha sobriedade voltou, peguei as chaves do carro e desci pelas escadas pois não queria impregnar o elevador com o cheiro de bebida.

Não liguei rádio, nem música, sequer olhei o celular hoje que, provavelmente, estava sem bateria. Ou quase.

Estacionei em frente ao cemitério e respirei fundo, sentindo o choro crescer na garganta mas segurando-o até não aguentar mais. Desci e tranquei o carro, os portões de ferro estavam totalmente abertos, o vento frio tocou-me o rosto e as bochechas doeram diante do seu gélido toque.

A dor que estava sentindo como um monstro de três metros foi aplacada pela repentina surpresa de ver alguém de pé perante as lápides dos meus pais, eu o reconheceria até de longe, seu cabelo rebelde e bonito estava lutando contra o vento e o estilo de roupas denunciava sua presença neutra.

Parei ao seu lado e o olhei: — O que está fazendo aqui? — perguntei encarando-o, Harry me deu um sorrisinho de quem diz "dando apoio" e eu olhei para o mármore entalhado notando que havia um novo buquê de flores ali, eram as favoritas de mamãe. Ele deitou a cabeça em meu ombro e eu o fiz juntando nossas cabeças.

— Obrigado.

— Tudo bem — garantiu ele, passei a mão na sua cintura, mas não em um ato de possessão mas de segurança.

Ele respeitou meu espaço e permaneceu ali, de pé comigo, em silêncio e fazendo carinho em meu rosto com os fios do seu cabelo. Naquele momento, tive uma ideia que poderia piorar meu dia, contudo, eu estava olhando para os túmulos onde enterrei os meus pais; nada podia ser pior do que isso.

— Harry? — ele fez um som de "estou ouvindo" — Me leva até a Praia de Vera Cruz?

— Claro, quer ir agora? — ele me olhou, fiz que sim e larguei em sua mão a chave do meu carro — Ok, vamos lá.

Juntos, deixamos o cemitério para trás e entramos no carro, por mais que quisesse ouvir o porque de ele estar ali, nossa troca de olhares dizia mais do que mil palavras: ele estava ali por mim, só por isso. E bastava. Em um dia como esse... era tudo que eu precisava.

Chegamos na praia uma hora depois, estava nublado e só se via um único raio de sol lá ao longe tentando escapar das densas nuvens de chuva. Harry estacionou, não havia ninguém ali, e depois de uns minutos, desci do carro e caminhei pela areia.

Senti ele vindo devagar e sem alarde atrás de mim. Foi quando comecei a falar e sentir as lágrimas descerem; perto da água era o único lugar onde me sentia seguro para falar, para chorar, como em um colo de mãe.

— Sabe porque essa praia é chamada de Vera Cruz? — comecei, ele disse que não e se aproximou mais, sua figura ficava muito bonita quando misturada com cinza — Foi encontrada pela mesma Caravela que encontrou o Brasil, minha avó era Brasileira, e vivia em terreiros, as entidades lhe contavam histórias quando era pequena. E ela as contava para mim. Minha avó dizia que não importava a gravidade da sua dor, há sempre alguém ali para curar.

Heaven - (Drarry +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora