Heaven - (Drarry +18)

"31"

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🌈⃝⃒⃤  Olá meus amores, espero que gostem! Contagem regressiva: TRÊS...

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Por Harry Potter

Acordei no outro dia depois de um sonho estranho com a voz de um homem dizendo: "Todos vão sempre se lembrar de você, como o menino que sobreviveu. Trágico, não é?", a voz dele era a rouca e sempre que me lembrava dela, o crucifixo de prata pesava mais no peito.

Apoiei as mãos em cima da bancada, era um dia chuvoso. Caía canivetes lá fora e trovões assolavam os céus. A cada barulho externo, meu coração retumbava mais na caixa torácica como resposta.

Senti passos chegando na cozinha e voltei a fazer o café mas, ainda aturdido com o sentimento de estranheza, deixei a cafeteira cair dentro da pia espalhando café e cacos de vidro por todos os lados.

— Merda — praguejei juntando os cacos, Draco tocou meu ombro e me ajudou — Obrigado.

— De nada — colocamos os cacos na lixeira e depois eu respirei fundo mais uma vez — O que foi? Parece perturbado.

— Acho que... preciso ir até minha casa — expliquei a ele tudo que estava sentindo mas sem contar que tinha sonhado com a voz de alguém. Draco disse que eu deveria mesmo ir até lá — Ok, eu já volto.

— Não, eu vou com você — ele se adiantou.

Fiquei todo felizinho por ter ele do meu lado no que seria um momento muito difícil, nos vestimos, comemos alguma coisa e depois saímos em direção a minha antiga casa. A chuva estava muito mais forte agora, coloquei o capuz do moletom e abri a porta.

Draco veio quieto atrás de mim olhando tudo em volta.

Cheguei perto do armário debaixo da escada e o abri, "meu quartinho do silêncio...", pensei sentindo uma lágrima brotar, mas segurei a mesma na borda dos olhos e respirei fundo.

— Tom Riddle ficou desacordado ali — apontei exatamente para onde Draco estava parado, ele olhou em volta tentando visualizar o cenário — Papai me pegou no colo e correu porta afora na direção da casa de Sirius que ficava para lá.

Com a mão, gesticulei para o Oeste e fui para a porta onde a chuva estava adentrando. Caminhei recebendo uma enorme carga de água na cabeça, mas ignorei, parando no meio da rua.

— E o que aconteceu depois? — ele quis saber, eu pensei mas não conseguia me forçar a lembrar de tudo — Harry?

Senti um peso em cima do peito, como se algo estivesse me pressionando. Me protegendo.

— Perguntei... a ele se iríamos ficar bem, ele disse que sim e aí... — me sobressaltei no lugar ouvindo um tiro no fundo da minha memória. A lágrima caiu — Atiraram na gente.

— Vocês caíram — concluiu, eu fiz que sim sentindo a chuva gelada caindo pelas minhas roupas — E depois?

— Papai ainda estava vivo... ainda havia uma chance — só então percebi que havia começado a chorar de fato — Mas ele se aproximou e atirou mais vezes. Não me lembro quantas vezes.. mas papai parou de se mexer e em seguida eu senti frio... estava frio demais.

Draco veio até mim, seus passos molhados estavam me deixando nervosos pois quanto mais ele se aproximava se mim mais eu queria me lembrar. Meu namorado colocou as mãos em cima de mim e me abraçou, eu respirei fundo sentindo seu perfume mais forte por causa da chuva.

Fechei os olhos por um segundo e foi como um flash, a voz de papai me pedindo para guardar uma coisa. Para deixar algo seguro. Minhas pernas travaram, eu fiquei estagnado no meio da rua olhando fixamente para o chão. Draco me olhou, segurou o meu rosto mas eu só via a cena de meu pai pedindo que guardasse o maldito...