Os Opostos Se Atraem

Capítulo 18

Com o passar do tempo, fui notando o quanto a aura de Sonic mudava. Ele deixou de ser aquele garoto triste, que se escondia no quarto, e agora parece sempre alegre, espontâneo. Sua amizade com Amy voltou, e a nova personalidade da cor-de-rosa contribuiu para a melhora dele. Eu finalmente sentia que, depois de tanto rebuliço e sofrimento em nossas vidas e relacionamento, as coisas estavam chegando no seu final feliz.

E o felizes para sempre não estava chegando somente para mim, mas para os demais também. Quando Rouge avisou que iria partir de volta para sua (ou nossa, no caso) cidade natal, foi como se Knuckles tivesse perdido uma parte do coração. Foi só ela ir preparar suas malas para ir no dia após o seguinte, que ele começou a me encher com milhares de perguntas sobre a morcega.

— Qual o número do dedo dela?!

— Olha, eu não sei. — Simplesmente dou de ombros, tentando escapar para o quarto de meu namorado, mas meu caminho continuava a ser barrado.

— Você precisa saber! Ela não é sua melhor amiga?! Então rouba um anel dela! Não, pergunta pra ela! Faz alguma coisa!

— Eu não posso fazer nada, pelo amor! — Ainda tentando me desvencilhar, noto o olhar desesperado do equidna e, derrotado, suspiro, parando de tentar uma fuga. — Ok, eu vou dar um jeito, pode ser? — Agora mais calmo, Knuckles soltou-me. — Eu posso ver o Sonic?! — Entendendo o tom áspero de minha voz, deu-me passagem, à qual não perdi tempo antes de correr e parar somente ao entrar no quarto desejado.

— Que gritaria foi aquela? Deu pra ouvir daqui! — Sorrio assim que vejo Sonic espatifado na cama, me olhando inocentemente de cima do móvel coberto de lençóis e outros itens azuis.

— Apenas Knuckles tentando me tirar dúvidas sobre Rouge. Acho que ele vai pedi-la em casamento — comento normalmente, enquanto o azulado salta para fora da cama, emocionado.

— Oh, isso é incrível! Quero ser padrinho!

O ignorando com uma careta, sento-me no local onde antes estava, o ouriço repetindo o ato e jogando-se para cima de mim.

— E você vai ser padrinho comigo.

— Pare de decidir o casamento dos outros. — Empurro seu rosto para o lado quando tenta me beijar, fingindo um desinteresse que certamente não o fez crer nisto.

— Então o que acha de planejarmos o nosso?

Eu fiquei tão chocado com isso que eu não soube responder, apenas o encarar de olhos arregalados. Ao contrário de mim, ele sorria sapeca, como um gatinho, suas esmeraldas brilhando de animação.

— C-Casamento, Sonic? De onde tirou essa ideia? Não.

— Ah, vai! — Quanto mais eu negava, mais ele insistia naquilo, e me questionei sobre aquele ouriço envergonhado de antigamente, que não sabia me olhar sem enrubecer. — Vai dizer que não quer isso?

— Não quero. — Minha voz soou exatamente como quem quer, o que serviu para Sonic saltitar alegre, praticamente me matando por ainda estar em cima de meu corpo.

— Quer, sim! Quer, sim! — cantarolava ele, e estressado (digamos que machucado também), agarrei-lhe a cintura, o atirando na cama e subindo por cima deste da mesma maneira que fazia antes, segurando seus pulsos acima da cabeça numa forma de evitar sua fuga.

— Quieto! — E ele parou. Suas feições mudaram rápido, e agora ele aparentava o mesmo de antes: vermelho e tímido. Eu não esperava que me obedecesse realmente, mas quando aquilo ocorreu, senti-me igualmente envergonhado. — Olha, você não precisa ficar quieto mesmo, sabe… — dito isso, afrouxei as mãos em seus pulsos, e adorando, arrancou-os dali e envolveu os braços em meu pescoço, aproximando minha cabeça o suficiente para estarmos quase em um beijo.