Capítulo 10

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  Fui surpreendido pela forma desesperada e ágil em que o ouriço em minha frente agarrou-me, iniciando um beijo sem me dar tempo nem para raciocinar o que estava exatamente acontecendo. Demorei poucos segundos para cair em mim, logo o puxando para mais perto e dando uma continuidade maior ao ósculo, apreciando os movimentos e o gosto delicioso do azulado, que não parecia desejar o final daquele momento tão aguardado por nós.

Os milhões de sentimentos explodiram de uma só vez dentro de mim; desejo, luxúria, excitação, paixão e mais eclodindo como se eu fosse um vulcão em erupção prestes a destruir tudo e todos que estivessem em meu caminho.

Quando já não havia mais fôlego para continuar, nos afastamos hesitantes um do outro, avaliando-nos com expressões apaixonadas e contentes. Fui capaz de notar um brilho no olhar do azul, suas íris esverdeadas cintilando na pouca luz do pequeno e apertado ambiente em que nos encontrávamos. Um sorriso se formou em seus lábios, ao qual não fui capaz de evitar, retribuindo de forma a demonstrar o quão realizado estava com o que acabara de ocorrer.

Por um breve segundo, os olhos de Sonic moveram-se para algo atrás de mim, seu sorriso estonteante murchando imediatamente após avistá-lo. Confuso e curioso, virei-me na mesma direção, enfim escutando um ruído, assim como uma série de soluços baixos e deprimentes. Logo, consigo avistar a porta do armário entreaberta, um ouriço de pelagem cinza parado lá, observando tudo que fazíamos com os olhos vermelhos e chorosos.

Sonic soltou-se de mim, indo de encontro ao terceiro presente. Algo dentro de mim se partiu no mesmo instante, uma voz em minha mente me avisando que nada do que aconteceu significou algo para o ouriço azul. A expressão deste passou de radiante para deprimente, como se estivesse arrependendo-se do nosso breve tempo aos beijos.

— Vocês estão juntos? — perguntou o garoto com a voz falhada e relutante, fazendo o máximo para limpar suas lágrimas, que não paravam de jorrar como uma fonte de água natural. O silêncio predominou novamente no local, e meu coração apertou de novo. Eu tinha certeza que ele negaria, diria que não foi nada, apenas algo momentâneo. Os minutos passavam arrastados, mas Sonic permanecia em silêncio, perdido em pensamentos.

— Por favor, não conta pra ninguém. — Por fim, a resposta é dada, sua voz ecoando pelo cômodo. Algo dentro de mim acendeu-se de novo. Ele não negou! Isso quer dizer que nós estamos realmente tendo um caso agora?!

— Eu prometo — Silver diz, esboçando um sorriso em meio às lágrimas. — Mesmo assim, nós… podemos tentar uma amizade? Digo… eu não quero te perder. Você é muito importante para mim.

Sem mais nada, Sonic aproximou-se mais do cinzento, o dando um caloroso abraço, que este retribuiu contente.

— Obrigado, Silver. Eu quero, sim, ser seu amigo. Também é importante pra mim, não quero perder você.

Ambos ouriços permaneceram assim durante um longo tempo, até se despedirem, sendo deixados a sós novamente. Com isto, aproveitei para sair de dentro do armário apertado, fechando a porta atrás de mim. Sonic parecia relutante, permanecendo virado de costas. Pude perceber suas orelhas vermelhas, assim me dando a entender que estava tímido de encarar-me agora. Eu sabia que não poderia deixar mais nada para depois, portanto, fui logo o agarrando por trás, envolvendo meus braços em sua cintura e escorando o queixo em seu ombro, dando-me o prazer de sentir aquele seu cheiro delicioso pertinho de minhas narinas. Ainda envergonhado, senti suas mãos se colocarem sobre as minhas, que estavam em sua barriga.

— Eu não estou grávido — sussurrou-me ele, enquanto mexia-nos lentamente de um lado para o outro, como em uma valsa.

— Eu sei disso — respondi-o, rindo nasal, fazendo arrepiar os pelos de seu pescoço por nossa aproximação. — Sonic? — chamei-o, este logo virando-se para mim, saindo daquele abraço. — Nós estamos… juntos?

Os Opostos Se AtraemOnde histórias criam vida. Descubra agora