"Stalked by Pierre Gasly"

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   Acordei um pouco desnorteada ainda por conta da bebedeira, mas nada que não leve cinco minutos para melhorar. Depois de cinco minutos, agradeci por estar de roupa e em casa, não sei como descrever meu alívio nesse momento.
  Abro meu celular e a primeira notificação que me deparo é: "@pierregasly começou a seguir você" e por mais que eu lembre dele me desidratando ontem à noite, me surpreendo com isso. A outra era da Charlotte:"Sabe do Charles?". E então me lembro da noite passada, quando eu estava bebendo e dançando com Gasly, não acho que bebi tanto, pois eu me lembro de...

—Merda!—Xingo ao lembrar do final da noite, ou uma parte dela.

Eu beijei o Leclerc. Foi um beijo, se preparem para o clichê, inesquecível. Com toda certeza, o melhor beijo que já dei em todo minha vida, e pode ter certeza que nesses vinte e um anos eu já beijei muitas bocas por aí. Mas com ele eu senti algo diferente.
  Por mais que tenha sido um puta de um beijo e eu não me sinta culpada por nada, ainda sinto uma ponta de desespero quando releio a mensagem de Charlotte. Reviro meus olhos pelo quarto e reviro a cama também, e dou graças à Deus por estar sozinha e aliviada por Charles não estar aqui.
Não sei dele desde ontem" respondo.E realmente era verdade, pelo que eu saiba, quando nos beijamos foi a última vez que vi ele. Depois de alguns minutos ainda na cama, decido que está na hora de levantar, pego uma roupa leve no armário e sigo para o banheiro do meu quarto.
Eram quase onze horas quando saí do banheiro e vou pra cozinha preparar algo para comer.

—Puta que pariu,Charles!—Me assusto ao me deparar com o monegasco deitado em meu sofá e consigo ouvi-lo resmungando algo.
—Que horas são?—Ele pergunta com a voz um pouco rouca enquanto sentava no sofá se espreguiçando.Estava sem camisa e eu pedia à Deus para que ele não estivesse ainda com aquela calça horrorosa, que não dava pra ver por conta do lençol.
—Agora provavelmente onze horas, mas o quê você está fazendo aqui?—Respondo,e por algum motivo começo a encarar seu abdômen.
—Você não lembra?—Merda.Ele pronúncia literalmente as únicas palavras que eu não queria ouvir de seus lábios.—Estávamos muito bêbados e concordamos que eu não podia voltar pra Mônaco.—Ele completa percebendo que eu estava quase entrando em pânico.

Leclerc percebe que eu o estava encarando e se levanta, o que não ajudou muito porquê ele estava com uma bermuda de cetim azul marinho, que era a visão do paraíso, ou do pecado. Agora eu só desejava que ele estivesse com a calça brega.

—Já tomou café ?—Ele pergunta e saio desse transe.
—Não.Ainda não tomei,'tava indo preparar alguma coisa agora.
—O quê tem pra comer?
—Pensei em tosta mista e omelete.
—Você quis dizer misto-quente.—Ele me corrige e eu reviro os olhos.
—Quando você vai parar de ser assim?
—Só quando você desencalhar.—Ele diz se espreguiçando mais uma vez.

Terminamos de comer, e vou lavar os pratos por mais que Charles tenha me irritado o suficiente pedindo para lavá-los, mandei que ficasse sentado na bancada que dava pra cozinha americana.

—Feche os olhos.—Peço quando termino os pratos.
—Se você for me matar, me avisa por favor!
—Tá com os olhos fechados?
—Tô,sua chata!
—Se eu te ver espiando, você vai ver só...—Digo enquanto pego dois cupcakes na geladeira e coloco uma vela de número zero e o número um em outra.
—Posso abrir?—Charles pergunta enquanto coloco os bolinhos em sua frente e acendo as velas.
—Surpresa!—Então eu começo a cantar parabéns.

  Geralmente eu não gosto de usar meu telefone nesses momentos especiais,sabe? Mas ele estava tão feliz quando foi apagar as velas que eu tive que registrar aqueles olhinhos brilhando com o sorriso de orelha a orelha.

High Infidelity (Formula 1 Story)Onde histórias criam vida. Descubra agora