High Infidelity (Formula 1 Story)

"Made in Brasil"

E finalmente chegou o grande dia. O GP do Brasil e...Meu aniversário! E meu Deus que corrida foi essa, foram tantas emoções para uma temporada tão pacata. Kevin Magnussen fez a pole position na sprint, Russell ganhou a sprint e o melhor...George Russell campeão do GP de São Paulo!
Talvez eu possa estar sendo muito fangirl agora, mas com certeza foi um dos melhores presentes para começar meu vigésimo segundo aniversário.

—George Russell,o campeão do GP do Brasil!—Lágrimas ainda corriam pelo meu rosto.—Cara, eu não sei nem o que dizer...Com toda certeza foi o melhor presente de aniversário de todos.E além disso, eu estou muito orgulhosa de você, sério mesmo.
—Bom...Feliz aniversário!—Ele disse e me deu um abraço.
—Obrigada. Essa foi a primeira de muitas, a primeira de muitas...Você ainda vai conquistar muita coisa nessa pista e em todas aa outras.Você será nosso campeão mundial!
—Uau,Ceci.Você é incrível! Muito obrigado,obrigado de verdade.—Eu apertei o abraço.
—Cecilia...—Charles estava rindo bobo assim que larguei George.
—O que foi?.—O monegasco tirou uma foto e me mostrou.

     A foto era a cena mais caótica que você poderia ver, mas conseguia transmitir uma sensação parecida com a que eu estava sentindo. Por mais que eu estivesse literalmente acabada de suor, a maquiagem toda derretida, e para completar, estava toda manchada de rímel, também tinha Russell com a cara de choro e sorrindo. Uma boa memória pra guardar pra sempre.

        Agora estávamos eu,Charles, Pierre e Carlos em um voo a caminho da minha "terra natal" para finalmente darmos início às comemorações do meu aniversário, ou para os íntimos, mais uma revoada da família Renault.
        Não demoramos muito, afinal, Rio e São Paulo são quase como Mônaco e França, piscou e já estamos na outra fronteira. Assim que desembarcamos, fui direto pro banheiro me trocar. Não sou nem burra de viajar com uma mini-saia e um cropped de franjinhas com brilhos e para completar um salto quase quinze, não mesmo. O cabelo e a maquiagem eu já tinha adiantado ainda no hotel,obviamente eu poderia passar na pousada que vamos ficar para me arrumar, mas pra que perder tempo?

—Uau.Quem é você e o que fez com a feia da Cecilia?
—Você não muda seu repertório não?
—Eu posso até mudar...mas não acho que você vai gostar da posição.—Charles disse a última parte quase sussurrando pra que só eu escutasse, e ainda soltou uma piscadinha.
—Só se for nos seus sonhos mais sujos.—Respondi rindo e conseguia sentir minhas bochechas queimarem.
—Ceci, você está muy hermosa!
—Viu só Charles, isso que é elogio.Gracias Sainz.—Meu telefone começou a tocar no mesmo segundo.—Oi Papa!—Cumprimentei assim que atendi.
—Oi gira,papai está dirigindo, estamos chegando. Nos esperem na área de pegar táxi.Beijo.—A voz do meu irmão soando metálica por conta do aparelho e toda tecnologia entre nós.
—Tá bom.Beijo.—Desliguei e guardei meu telemóvel na bolsa.—Onde está o Gasly?
—Derrière toi.—Me viro assim que ouço a voz dele.—Sainte merde!
—Que foi?—Pergunto assustada por conta da exclamação.
—Nada...Quer dizer,tudo...Ceci,você está magnífica!—Ele diz e eu sinto minhas bochechas queimarem mais que o inferno.
—Para com isso, não é pra tanto...
—Sério. Você é linda.
—Enfim, vamos. Eles já estão chegando e não quero me atrasar pra festa.—Segurei minha mala com uma mão e com a outra puxei Pierre, e foi como se uma faísca passasse por todo meu corpo.

    Na pressa de colocar nossas bolsas dentro do carro, não conversei direito com meu pai ou com meu irmão, mas um rápido abraço já foi suficiente para meus olhos encherem de água.
      Não demorou muito para chegarmos no quiosque da praia que estava toda a família, e quando entrei e me deparei com a mesa que estavam meus primo, minha mãe e meus tios, pude sentir minhas bochechas arderem pelas lágrimas que rolavam.Mesmo que nos víssemos pelo menos mais de quatro vezes ao ano, e tenhamos nos visto três messes atrás, eu ainda era uma pessoa muito emotiva.
Depois que abracei a todos e matei aquela saudade, apresentei Gasly e Sainz à eles, Leclerc já era considerado da família desde que ele passou a virada de ano conosco em Portimão anos atrás.Não demorou muito para que todos se enturmassem e a grande festa começasse.
Realmente ninguém entre nós quatro perdeu tempo e já começamos a beber, eu pedi um drink e meus primos, Anna e Antonie, pediram um balde com vodka, tequila e energético para nós três dividirmos, e o resto acompanhou o pessoal na cerveja.