Capítulo 1.

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_Estamos chegando Khae?_ a luz fraca da tocha iluminava nada mais que alguns poucos degraus a frente dos dois.

_Quase, estamos quase_ ela segurava as chaves e o par de luvas grossas de couro no braço.

Eles desciam por uma estreita escada, que circulava um dos pilares da cozinha do castelo, nenhum adulto sabia que estavam ali, era segredo, um segredinho entre irmãos.

_Falta muito? Estou cansado de segurar isso_ ele resmunga, e Khaenys para para encara-lo.

_Aqui, segure isto que seguro a luz_ ela entrega as chaves e as luvas para ele, segurando a tocha em seu lugar, e com a mão livre segurava uma mão do irmão, para que não se perdesse da luz.

Juntos passaram por vários corredores, indo de sala em sala, se esquivando de criados, passando por salas onde sons estranhos eram ouvidos, e embrenhando em corredores tão estreitos que esmagariam um adulto que tentasse passar.

_Fale baixo a partir daqui, não podemos acordar eles_ ela diz sussurrando no ouvido dele_ as chaves_ ele entrega o molho de chaves para ela, que tenta todas as que tinha, até uma abrir a fechadura de uma porta pequena e velha de madeira gasta e antiga.

O cheiro de queimado era insuportável, e a escuridão era completa, mas Khae segurou firme o braço dele, e juntos começaram a procurar pelo o que vieram buscar.

_O que é para acharmos mesmo?

_Uma brisa fria.

_Fria? Mas aqui está um calor dos infernos_ ele olhava confuso para ela enquanto era guiado pelos corredores de pedra fervente do fosso dos dragões.

_Sim, mas a brisa fria é dela, assim que a achamos.

_Como sabe disso?_ eles viram em uma curva, ouvindo os sons dos outros dragões ecoando.

_Ouvi uns guardas falando, tentaram doma-la novamente_ ela já estava suando com todas as camadas de roupa que vestiu_ você vai subir nela comigo né, Jace?

_Sim Khae, vou sim!_ ele sorria nervoso, mas confiava na irmã para não deixa-lo cair ou ser mordido ou até... devorado, por ela.

Uma brisa fresca, mas notável começou a fluir até eles, e Khae parou no instante que sentiu o frescor no rosto suado.

_Aqui, fique aqui, vou sozinha, ouvi que ela gosta de meninas!_ ela entrega a tocha para ele, para que não ficasse no escuro.

_Mas Khae, como vai achar o caminho?_ ele parecia mais nervoso ainda quando ela vestiu as luvas.

_Só vou seguir o frio, pode ficar tranquilo, só fique aqui e ilumine o lugar_ ela sorri para ele e termina de fechar as luvas e as botas_ Já volto.

Ela entra nas sombras, seguindo o rastro congelante.

A caverna era funda, para aliviar o frio na entrada, mas ela já tinha ido ali outras vezes, mas não com o intuito que ia agora.

_Kanax! Skoriot ao sa (Kanax, onde você está)_ ela sentia suas mãos deixando de reagir, e seus pés estavam se movendo sozinhos a esse ponto, mas seu nariz parecia que iria sangrar, e a cada segundo ficava cada vez mais a e mais frio.

Um som fraco, quase um sibilo, chamou a atenção de Khae, que ficou estática, sim, estava cara a cara com ela, quem ela vinha buscar e declarar sua.

_Oi, Kanax, sou Khaenys!_ ela sorri para a escuridão, mas a respiração gélida do dragão gelava seu rosto mais ainda_ Iykiri Kanax, ryptegon nyke (Calma Kanax, ouça a mim)_ ela falava alto e claramente, para que Kanax a ouvisse com precisão, e quando o sibilo estava quase em seu ouvido, ela estendeu a mão, sentindo a pele congelante do dragão, mas não recuou, e sim seguiu em frente, contornando a lateral da besta, sentindo suas escamas por debaixo da luva congelada, e buscando a sela que colocaram nela, quando a corda apareceu, Khae contou até três antes de se agarrar a sela e subir nela, sentindo o corpo da enorme criatura debaixo de si.

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