Capítulo 6.

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O mar batia contra o casco do navio que liderava a frota de Pedra do Dragão.
Khaenys se apoiava na beirada, olhando para longe onde Pouso da Gralha estaria em poucos minutos.

_Estamos na direção certa capitão?_ ela olha de relance para o responsável pela embarcação.

_Sim senhora princesa, a neblina é densa mas sabemos o caminho, Lorde Staunton é grande amigo e parceiro de negócios de nossa gente.

Khae semicerrava os olhos irritados com a água salgada que respingava nela, mas não podia ir aos céus com Kanax, mesmo que o dragão sobrevoasse eles, não seria necessário no momento.

Ela se afasta da borda, segurando a ponta do cabo de Terror, que parecia gritar de vontade de sentir gosto de sangue, ia ser sua estréia em batalha, ela tinha que fazer juz ao nome dado a lâmina.

Nos céus, Rhaenys, Nettles e Joffrey voavam junto da frota de navios, com Meleys, Sheepstealer, Tyraxes e Kanax prontos para incendiar as tropas de Aegon, que segundo um mensageiro secreto de Stauton, se escondia no meio dos soldados com seu dragão Sunfyre, esperando Khae e seus aliados chegarem para os negócios.

Quando Stauton alertou Derivamarca sobre a invasão verde, Rhaenys e Khaenys se mobilizaram para conseguir auxílio para a batalha eminente, sozinhas jamais conseguiriam, e com Aemond sendo a nova sombra de Aegon e seguindo o bastardo onde quer que vá, Vhagar estaria entre eles.
Khaenys nem precisou se esforçar para convencer Nettles a se juntar a luta, com Sheepstealer recém domado e selado, era hora de entrarem em combate contra o maior dragão da nação, um ótimo treino para iniciantes.

Mas mesmo com o ar de comandante destemida, Khae temia que aquele confronto resultasse em algo trágico, seria sua primeira luta corpo a corpo, pretendia lutar em terra, e deixar Kanax solo com Meleys, e se precisasse, montaria o dragão em alguma oportunidade.

_Veja lá, princesa, Pouso das Gralhas.

O grande porto dos Staunton se mostrava, não tão fantástico quanto de Porto Real, por motivos óbvios, mas era uma potência nas ilhas Targaryen.
Ela jurava poder ver a sombra de Vhagar ao longe, mas pelo tamanho da besta, não seria impossível.

_Eles não são loucos de nos atacar ao atracar, pode ir com calma, mas mantenha os outros navios longe, ligue-os com as pontes, eu saio primeiro_ ela se prepara para a descida, fechando o colete de ferro da armadura, e terminando de abotoar as mangas compridas e justas que iriam por debaixo do resto de sua proteção.

O cabelo platinado estava trançado e feito um coque, nada gracioso, ela sabia, mas ter seu cabelo puxado durante o combate seria o cúmulo para ela.

Ela não era uma princesa ali, era a general e comandante da frota Velaryon e Targaryen, montadora da fúria congelada, e portadora do Terror dos Verdes, precisava encarar seus tios como um dragão encara uma ovelha, com superioridade.

O navio atracou no porto, e quando a escada foi montada, ela foi a primeira a sair, com a luz do sol de meio dia reluzindo sua armadura toda de ferro polido, o símbolo da família destacado no peitoral.

Uma fileira de soldados se fazia em frente a ela, quando se postou frente a eles, segurando o cabo de Terror.

_Onde está meu amado tio? Quero dar minhas condolências por Jaehaerys_ ela fala alto o suficiente para que se ouvisse para além da muralha de soldados

Quando os soldados começaram a se abrir, um sorriso surge em seu rosto com a visão de Aemond saindo do meio deles.

_Senti saudades, Aemond_ ela o olhava nos olhos, a cicatriz se dobrando sobre o sorriso.

_Não senti tanta sua falta, Nery, não depois de manchar suas mãos com o sangue do meu sobrinho_ ele não se parecia com o Aemond sempre malicioso ou sarcástico que ela lembrava, ele estava irritado de verdade, e isso a deixava animada.

KhaenysOnde histórias criam vida. Descubra agora