Capítulo 9.

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O cheiro forte de incenso, os sons de risadas, bardos cantando em tavernas lotadas, pessoas transando em cada canto possível, esse era o cenário que rodeava a encapuzada Khaenys, que se embrenhou em Porto Real se passando de vendedora de lã.

Khaenys era facilmente confundida com um homem quando coberta, seu corpo tinha ficado robusto com anos de treino, e tinha a altura de um homem mediano, e com os cabelos longos cobertos, parecia um homem tentando se disfarçar na barulhenta rua da seda.

_Oi querido, quer companhia?_ algumas prostitutas se debruçavam nela, já que o símbolo Targaryen residia em seu peito, costurado no manto que a cobria.

_Não obrigada, prefiro homens_ ela respondia, e quando a proximidade revelava seu rosto marcado, as mulheres logo se afastavam.

Sinceramente, nem Khae sabia o que fazia ali, ela não tinha ido a Harrenhal a umas semanas, e com o avanço dos planos de invadir Porto Real, ela decidiu que seria uma boa ideia visitar a rua da seda.
Se escondeu por debaixo de panos pretos, e saiu com seu cavalo, uma égua negra chamada Eglives.

Uma das casas de prazeres mais conhecidas ficava bem no centro da rua, lotada de moradores da baixada das pulgas e até guardas da Fortaleza Vermelha, com suas roupas de trabalho.

Ela evita o lugar, seria péssimo se alguma degenerada tirasse seu manto e revelasse o rosto tão reconhecível da princesa.
Nessa caso, ela foi para a taverna vizinha, onde tinha acoplado um ringue de luta infantil, nunca foi apoiadora desse tipo de luta, ela tinha fortes ideais a respeito de luta corpo a corpo, mas nunca fez nada para impedir o uso de crianças bastardas nesses lugares.

_Uma cerveja por favor_ ela pede ao balconista, que logo a da um corno cheio até a boca, ela deixa algumas moedas de cobre na mesa.

Ela fica em frente ao ringue, junto de outros homens que apostaram nos garotos, meninos pequenos, magros, com as unhas afiadas e dentes lixados, ficando pontudos feitos dentes de dragão.
Ela via que muitos torciam para um garotinho de cabelos prateados, provavelmente bastardo de Aegon II, o jovem rei era conhecido por não ser fiel á sua coitada esposa-irmã, mais um motivo para Khaenys querer adiar tanto seu casamento, ainda precisariam anos para que seu noivo menino tivesse idade para se casar.
Homens são tolos, traem suas mulheres sem pensar nas consequências, se Rickon a traísse, ele não teria mais bolas para gerar qualquer herdeiro, e veria sua lâmina mais cedo do que o previsto.

Ela se debruça na proteção, tomando longos goles da cerveja barata e azeda enquanto via os meninos começarem a briga.

Claramente foram treinados para isso, mas a curta idade e copos fracos não ajudava para que tivessem um bom desempenho, se jogavam um contra o outro, causando arranhões e mordidas acidentais, em meio aos gritos eufóricos dos homens barbudos, gordos e fedendo a vinho barato ao seu redor.

Khae estava quase saindo dali de tanto tédio, via lutas melhores entre seus bobos da corte em Pedra do Dragão do que ali, mas seu braço é segurado e puxado para fora da multidão com força.

_O que você faz aqui?!_ ela estava cara a cara com Aemond, que parecia furioso para dizer o mínimo.

_Olá Sua Graça, posso lhe perguntar a mesma coisa_ela solta seu braço, estavam tão próximos, ambos encapuzados, que poderiam confundir a situação com amantes.

_Eu fiz a pergunta primeiro, Khaenys, o que caralhos está fazendo aqui?

_Vim me divertir, não posso?

_Na minha cidade?!

_Eu também nasci aqui, garoto, não esqueça, o direito ao trono está do meu lado_ ela estava ficando irritada, e ele se tocou disso, segurando-a pelos ombros e tirando ela de dentro da taverna.

KhaenysOnde histórias criam vida. Descubra agora